29 Mar 2010

Vivemos todos numa ilha

Um filme muito complexo, com paisagens de uma dureza brutal e com o sempre saudoso de ver Max von Sydow.

Na minha pouco modesta opinião, não gostei e passo já a explicar Leonardo DiCaprio dá á sua personagem a espessura de uma folha de papel vegetal.
Não que não se esforce, mas a verdade é que em qualquer momento que faz de duro ou ameace dar um murro ou um tiro em alguém, parece sempre o menino apaixonado do Titanic.
Não envelhece e se isso é bom na vida real na vida imaginária dos filmes não é.
Não se pode escrever muito sobre o filme para não estragar o prazer de quem por acaso aqui vier e decidir ir vê-lo e na verdade vale a pena ir.

Há duas questões muito interessantes que ele coloca, aliás este como muitos outros.
Pode-se enlouquecer de um segundo para o outro, por uma brutalidade que nos aconteça?
No mundo daqueles que mentalmente estão para lá da nossa compreensão, o que é que eles vêm?
Por exemplo, eu olho e vejo um lápis, e eles o que vêm?
E isto leva-me a outra questão, como é que podemos conseguir que ambos vejamos se não o mesmo pelo menos compreender o que o outro está a ver?

Não é uma questão colocado por um acaso, não.
No ginásio que frequento começou a ir ás classes uma rapaz, aliás um latagão com alguns noventa quilos de peso que começa a falar num tom normal e de repente eleva e eleva a voz e parece (não parece está mesmo) sempre em dois mundos, este em que é forçado a viver e aquele em que vive e para o qual irá viver cada vez mais tempo com desespero de quem está deste lado.

É horrível.

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