Num mundo arrasado por uma catástrofe, os sobreviventes regressam ao tempo da barbárie.
A luta por comida, o que equivale a dizer pela sobrevivência, não conhece limites e o canibalismo acontece com a naturalidade em que os animais se comem uns aos outros com a lei do mais forte a ditar a vitória e o prolongamento da vida.
É neste mundo que um homem e o seu filho se arrastam penosamente tentando chegar ao oceano (afinal foi lá que começou a vida)numa esperança baseada em nada.
Um aparte.
Quando trabalhava de noite, havia um período de relativa acalmia entre as três e as quatro da manhã e nessa altura aproveitava para sair e dar uma volta pelas redondezas ou seja Rua das Portas de Santo Antão, Rossio e Restauradores.
Não se via ninguém, salvo um ou outro mendigo a dormir e um ou outro carro que passava.
Dava para imaginar o que seria se de repente toda a humanidade tivesse desaparecido e eu restasse, sozinho, com tudo para mim.
Ao princípio parecia uma boa ideia, depois, imaginando o futuro ficava cada vez mais negra.
Voltando ao filme, também aqui a esperança num mundo melhor vai cada vez sendo mais ténue, não se pode acreditar em ninguém, nunca se está a salvo, a morte está sempre presente.
I tell him when you dream about bad things hapening,it shows you're still fighting, that you're still alive.
It's When you start to dream about good things,you should start to worry.
Há no entanto uma mensagem de esperança, ela reside nas crianças, na reunião final como numa imagem poética de Adão e Eva.
Vejo pelos comentários do IMDB, a maioria absolutamente tolos com aquele toque acriançado dos americanos, que a adaptação do livro em que o filme se baseia foi feita com grande latitude.
Uma crítica ao livro pode ser lida aqui
O filme está aqui .
No comments:
Post a Comment