31 May 2007

Grandes amigos


Hoje não vou escrever sobre a greve geral da CGTP.
Em pequenino ensinaram-se a respeitar os mortos.

Vou só dar os parabéns ao senhor direktor pela feliz associação daquele senhor do governo de que não sei o nome com o grande actor que foi Klaus Kinski e que se mais não tivera feito, fez isto .

Agora há um episódio muito engraçado neste filme, que aliás vi e revi uma data de vezes, e que reúne esta quantidade de estrelas.
Na primeira cena em que Klaus aparece ele está a fazer umas elevações e lembro que era o terapeuta sexual da clínica.
E então ela vai contando o exercício, 1, 2, 3, 19, 43, 79 sempre seguidas.

E isto leva-nos, naturalmente, à greve geral.

28 May 2007

Red Silver


Então, é depois de amanhã!

Vão acontecer coisas muito engraçadas.
Como tenho aqui a Dona Maya ao lado, ainda que a uma distância segura para mim, consultamos as folhinhas de chá e descobrimos que:
Primeiro você é trabalhador ou funcionário público.
Se for o último caso, desligue o despertador tenha uma relação sexual extra (se a que está a seu lado for também funcionária pública, como é obvio) levante-se, vista o fato de treino e vá comprar o Record.
Está feito o dia.

Agora você não tem aquela sorte e tem mesmo patrão.
Aqui há duas coisas.
Ou tem um contracto e salte mesmo da cama, sem pressas que hoje tem deculpa, e leia antes o Destak enquanto espera nos alternativos para ver se consegue chegar ao emprego com o ar de quem sofreu a bem sofrer para picar o ponto.

Mas você pode estar a recibo verde ou mesmo em período experimental.
Aqui meu caro, vou ser mesmo verdadeiro. Está fodido.
Salte da cama, melhor ainda nem se deite, arranje-se da maneira que puder mas vai ter que estar lá no sítio onde o Diabo amassa o pão ou então prepare-se para não o comer durante uns largos tempos.

Se a coisa correr mesmo mal tem duas hipóteses.
Tem estudos?
Então vá ter com o Carvalho da Silva e peça-lhe, exija mesmo, o lugar dele ou de um dos milhares de sindicalistas (lembre-se que isto não é profissão, tem que ter o cartão do partido) que por lá andam.
Vai ser difícil, estão agarrados aos lugares como lapas.
Tirou o curso numa daquelas universidades ou não tem mesmo curso nenhum.
Bolas, é quase um caso perdido.
Só vejo uma hipótese.
Vá ter com um funcionário permanente da Carris, ou da Transtejo ou do Metro ou de uma empresa pública e troque com ele.
Não querem?

Paciência.
Contribuiu para a justa luta dos trabalhadores (claro que agora já não é) pela manutenção dos direitos adquiridos, contra o fascismo, pela amplas liberdades democráticas que como sabe estão em grande perigo.

Parabéns pela vitória.
Comemore no Centro de Emprego, mais perto de si.

26 May 2007

Grave greve


No início as greves eram feitas para pressionar o patronato.
Os empregados deixavam de trabalhar e portanto de produzir e o patrão ou recuava ou conciliava na medida que tinha espoletado a ira dos trabalhadores.
Por vezes a conciliação tornava-se impossível e normalmente o que acontecia era simplesmente os trabalhadores perderem o seu posto de trabalho.
Claro que o patrão também perdia o seu rendimento.
Parece-me uma vitória pouco gostosa.

Em Portugal há, pelo menos três classes de greves.

A tradicional cujo melhor exemplo é a da Opel da Azambuja.
Ficou muito bem nos telejornais, os senhores das comissões de trabalhadores foram entrevistados, disseram da sua justiça e agora estão todos no desemprego.

A segunda é quando não há patrão.
É o caso de, por exemplo, a Carris o Metro a CP o Funcionalismo, etc.
Não há patrão, não há contas a apresentar, ninguém é responsável, nenhuma das entidades vai criar desemprego (que aliás é proibido por lei), as empresas deste tipo dão milhões de prejuízo coberto pelo Orçamento de Estado, é tudo portanto uma espécie de ópera bufa em que todos sabem de cor os seus papéis.

A terceira é a greve contra o governo.
Aqui nem há patrão nem empregados. É um nevoeiro.
Dois pormenores.
Só conta o impacto que tiver em Lisboa, o resto é pura paisagem.
E o que é preciso é que as empresas que transportam centenas de milhares de pessoas por dia para os seus empregos não funcionem e para isso são necessários apenas umas centenas de trabalhadores.
Cuja função é prejudicarem da maior maneira possível a vida dos outros trabalhadores.

Parece esquisito.
Mas é assim que funciona.

25 May 2007

A petição


Fui ler.

A primeira coisa que me impressionou foi o tom apocalíptico ou como dizem os autores Onde estão os Direitos Humanos? parece-me absolutamente excessivo.
E é assim que se perde a credibilidade.
Ora o que está em causa é um processo disciplinar onde o acusado tem todas as amplas (gosto tanto de usar esta palavra) liberdades democráticas para se defender.
Se chamou filho da puta ao primeiro-ministro ou disse uma graçola isso é lá entre ele e o delator uma vez que a cada um a sua palavra.
Nada disto teria acontecido se o professor estivesse a dar aulas, uma coisa que já não faz há vinte anos.

A segunda coisa que me incomodou foi que cerca de metade das pessoas que assinavam, excluindo aquelas que apenas o faziam para achincalhar assinavam com nomes pouco mais que anónimos.
Tanto quanto me lembro apenas uma pessoa coloca o número do Bilhete de Identidade.
E nem vale a pena virem argumentar que têm medo de ser punidos pois embora redigida em tom que faz supor o início da terceira guerra mundial ela é suficientemente vaga para com um ou outro retoque servir para qualquer assunto.
Quem quer tomat uma posição apresenta-se

Finalmente.
A ser verdade o que diz o delator acho que o professor-burocrata se excedeu.
A ser verdade a sua verdade mais valia estar a trabalhar.
Se é com este ruído de fundo que pensam incomodar um fulano como Sócrates estão bem enganados.
Só serve para desviar as atenções e dar mais um fôlego a quem parece já ter tantos.

24 May 2007

Jornalismo a branco e tinto


Hoje estava particularmente triste.
Faz-me falta a crítica estimulante daquele nosso colega com um nick estranho.
Claro que há os anónimos, que também dizem nada, mas não dá a mesma pica.
E por isso estava sem assunto.
E então abri os jornais.
E li uma consideração filosófica do senhor Doutor Alcides Vieira, um dos maiores directores de televisão vivos.
Diz ele “
o dever do jornalista às oito da noite é o de informar sobre o que aconteceu nesse dia, mesmo que não se passe nada"
Ora com tão sábio conselho pensei logo em escrever uma crónica em branco, assim como o Branca de Neve do César Monteiro.
Mas quando já tinha pronto o branco apontamento cometi o erro de abrir um jornal de referência.

E lá a senhora Doutora Constança Cunha e Sá, a maior cronista viva, quando está normal, lastima que se esteja a castigar uma pessoa que “se limitou a dizer umas graças sobre a licenciatura do primeiro-ministro ou (consoante as versões) se atreveu a fazer umas considerações desagradáveis sobre a personalidade da sua mãe.”
Ora se bem me parece a Cunha e Sá acha que o insulto quando mascarado de graçola ou a graçola disfarçada de considerações são normais.
São o preço da fama, um azar a que alguns têm direito.

Pois bem toda a gente sabe que a referida senhora quando deixa de ser doutora tem uma queda tremenda para a bebida fina e a queda é tão grande que por vezes termina no chão.
E lá teve que se casar pela segunda vez com o mesmo marido que já sabia de cor onde estava o Gurosan.

Se isto não é verdade, ela que o leva à conta de uma consideração uma vez que aqui não havia necessidade de a fazer sobre a personalidade da mãe.
A própria serve.

22 May 2007

De longe vê-se desfocado


Meus queridos e infelizes colegas de vida em Lisboa.
Vai começar o Grande Fandango.
Marcadas que estão as eleições para Lisboa, vão começar as campanhas eleitorais.
Vai haver para todos os gostos e cores e isto não é piada ao senhor ministro de Estado que se dignou abrilhantar as mesmas.
A propósito sabiam que já há vinte anos uma Maya do Expresso que dá pelo nome de Teresa de Sousa tinha descoberto que “este miúdo vai ser o futuro líder do PS porque é inteligente, culto e pensa pela sua cabeça, é líder da JS e filho de Maria Antónia Palla” e isto é nos ensinado pelo senhor director do Sol que gosta imenso de contar conversas privadas.

Adiante.
Hoje um dos maiores lisboetas que sempre viveu e vive em Coimbra, o pai da maior (em volume) constituição de todo o Mundo, o Professor Universitário Doutor Vital Moreira, ex-comunista que se renovou no partido do governo vem dizer-nos porque é que estamos mal e espera que outro dê soluções.
Para o distinto escritor o parque automóvel (aumentado com a localização das empresas de leasing) representa uma fonte de receitas mas paralelamente há cada vez mais automóveis estacionados irregularmente, em passeios e praças. O trânsito atravanca e paralisa a circulação em cada vez mais artérias e durante cada vez mais tempo. Dificilmente se circula numa rua sem encontrar carros parados em segunda fila, a atrapalhar o trânsito. A proibição de ocupação das paragens dos transportes colectivos é infringida com notável irresponsabilidade cívica e depois descobre
que as entradas na cidade estão cada vez mais congestionadas.

Pois é de Coimbra deve ser difícil ver que o problema do trânsito em Lisboa não tem nada a ver com os lisboetas mas sim com as dezenas de milhar que vêm todos os dias trabalhar aqui e que contrariamente ao que pensa já não há praticamente um lugar onde se possa estacionar sem pagar.
De Coimbra pede-se que se ponha uma portagem nas entradas.
Concordo mas com uma fase de testes em que a mesma só se aplicaria a políticos.
Que venham a pé. É saudável.
O que de Coimbra se vê muito bem é que Lisboa precisa da Ota e vai já avisando a quem quiser atacar o senhor ministro por, obviamente não poder defender uma coisa agora e o seu contrário de imediato que provavelmente, esse vai ser mesmo um dos pontos fortes da campanha, como manobra de diversão populista.

Os amigos são para as ocasiões.
Pena não votar aqui.

17 May 2007

Põe a cruzinha num lado qualquer


To some extent, if you’ve seen one city slum you’ve seen them all.
Spiro T. Agnew



Meus caros compatriotas tenho muito boas notícias para vos dar.
Começou o circo e vamos ter espectáculo até aos princípios de Julho.

Não, não é o folhetim da pequenita inglesa, esse está quase a acabar e agora só aparecem actores de segunda linha para grande desespero dos papagaios das televisões que já não sabem como encher chouriço.
Hoje um especialista ensinou que o assassino deixa sempre vestígios no local do crime e leva sempre com ele indícios do mesmo.
É isto que eu chamo serviço público.

O espectáculo que tem tudo para ser um grande show, cheio de efeitos especiais é a eleição para presidente da Câmara de Lisboa.
Antes de dar a minha opinião e o sábio conselho em quem devem votar vou contar uma pequena história.

Quando cheguei a Portugal graças à expedita descolonização exemplar, o grande assunto que ocupava os jornais era a renovação do sistema viário da Praça de Espanha.
O problema é tão complexo que trinta e tal anos depois, mesmo com o labor de excelentes presidentes que já se sentaram no cadeirão, milhares de euros espatifados, está tudo na mesma.
Até a sumidade foi chamada a fazer um plano.
Deve estar lá numa gaveta aguardando o dia do juízo final.

Mais recentemente havia necessidade de espatifar mais uns milhares de euros e então contrataram-se especialistas para resolver o problema das cargas e descargas.
Foi lindo.
Era com telemóvel, tudo ao segundo, com uns lugares especiais pintados de fresco e horários europeus, alta tecnologia, até vinham lá de fora ver como era.
Não funcionou. Aliás, nem sequer chegou a ser ensaiado.

Anda-se muito depressa em Lisboa fora das horas de ponta?
Claro e isto tem que ser resolvido, uma vez que não se conseguem resolver os engarrafamentos que duram o dia inteiro.
Como há dinheiro em barda toca a gastar uns milhões de euros e plantar por toda a cidade lindos radares. Até parecia London.
Mas houve um problema. Não estavam aferidos. Não estavam registados. Os senhores automobilistas podiam ser multados em duplicado, uma vez que a PSP que não depende de ninguém, não queria saber daquilo para nada.
A trapalhada ainda lá está.
A trapalhona está de saída.

Portanto caros compatriotas a lição é bem clara.
Votem em quem votarem, não fará diferença nenhuma para a vossa qualidade de vida.
Vai continuar tudo igual, para pior.

16 May 2007

Que lindo par de patins


José Sócrates é vaidoso, temperamental, teimoso e com um ego que lhe faz julgar que é a encarnação portuguesa de um misto de Blair e Bill Clinton.
Tudo isto faz dele um homem extremamente perigoso.
Os inimigos já o sabem, os amigos (para o caso de os ter) vão sabendo a pouco e pouco.

A Câmara Municipal de Lisboa é ingovernável.
Tem uma dívida monstruosa.
Um número obsceno de funcionários a que se soma os contratados, os assessores, os eventuais sempre em eterna rodagem.
Acresce que uma obsoleta divisão municipal que remonta, digo eu, ao tempo do Senhor Dom José faz com que haja 53 freguesias num retalho que devido à contínua saída das pessoas para a periferia se traduz em algumas com pequenas centenas de habitantes.

Cada presidente de junta (que não manda nada) tem no entanto assento na Assembleia Municipal, um órgão colegial que apenas serve para empatar.
Devido à abstrusa lei eleitoral no momento actual vai ser dificílimo que das eleições saia uma câmara maioritária o que vai levar a distribuir mandatos pela oposição.

Uma nova reorganização das freguesias transformando esta manta de retalhos em três ou quatro e a mudança da lei eleitoral são tão necessárias como pão para a boca.
Mas não vai ser feito, nem agora nem nunca, pois isso eliminaria centenas de pequenas sinecuras e estes não estão pelos ajustes.

É neste quadro que António Costa que ia ter um protagonismo imenso agora que Portugal vai assumir a presidência da União Europeia, vai concorrer.
Pode ganhar, mas já perdeu.
Perdeu poder, perdeu influência, perdeu tempo de antena.
Quem vai ganhar, está à vista.

15 May 2007

A livre escolha


Sempre me fascinou a preocupação que os ateus têm em atacar aqueles que crêem.

É mais ou menos a mesma coisa que um fulano que não gosta de futebol, ficar todo irritado porque este ou aquele é sócio do Benfica e faz ponto de honra nisso.
Parece que se esquecem que ninguém é obrigado a ser cristão.

Cada vez que o Papa fala, e fala para aqueles que o querem ouvir, logo estas mesmas vozes aparecem a criticar o que foi dito e mais rápidas do que a própria sombra a dizerem o que devia ter sido dito.
Mas isto faz algum sentido?
Acaso se esperaria que num conclave de comunistas entrasse um fulo, sei lá? do CDS por exemplo e reclamasse que o orador devia deitar fora as folhinhas que tinha escritas e ler aquilo que ele achava que era a verdade?

Na recente peregrinação a Fátima, contam os jornais, estiveram para cima de meio milhão de crentes, número esse que ninguém em Portugal consegue juntar.
E não foram precisas camionetas fretadas pelas Câmaras como se vê a toda a hora nas manifs que as forças sindicais organizam.

Tenham paciência, deixem-nos em paz.
Respeitem a religião, como a religião vos respeita a vós.

11 May 2007

Momento Zen


Há uma confissão a fazer.
Nunca, ou quase nunca, tenho o som do PC ligado.
Quando estou navegando (navegar é preciso, diz o outro) estou sempre a ouvir um dos milhares de cd’s que andam por ali bem arrumadinhos.
Outro dia, por acaso, verifiquei que aqui (refere-se ao Braganza Mothers) alguém tinha andado a pôr uns bocadinhos de algumas das coisas que eu gosto.
E muito boas por sinal.

Peço licença para fazer uma pequena publicidade a estes dois senhores.
Pode e deve ouvir-se acompanhado de um bom vinho.
Tenho aqui um Quinta do Cachão 2003 Touriga Franca Douro mas vou pensar duas vezes.
Se calhar fica para a vitória da (escolha uma) na Câmara Municipal de Lisboa.

10 May 2007

ma cherie, je suis désolé


Provavelmente, mas em Portugal tudo é possível, ninguém terá a ousadia de afirmar que em França as eleições não foram livres e democráticas.
E houve um ganhador e claro, como em tudo na vida, alguém perdeu.
Prontos, já fiz o meu momento La Palisse.
Acontece que para mim é absolutamente igual ao litro que tenha ganho este ou aquele e por isso causa-me estranheza ver o povinho todo excitado com os resultados dos franceses.

Mas comecei a afinar quando as piadas sobre a altura do senhor que ganhou apareceram.
Fez-me lembrar as que se fazem por cá sobre um outro político.
A propósito, já repararam que a voz que faz aquele anúncio do Skip se parece estranhamente com a de Marques Mendes.

Ora este tipo de piadas chateia-me, porque eu também sou pequenitote.
Mas Deus, na sua sábia antevisão, deu a todos os minorcas qualquer coisa grande para compensar.
No meu caso a troca foi vantajosa e estou satisfeito.
Não se deitam a adivinhar que eu confirmo e não desminto.
Quanto ao francês veremos, mas parece ter começado bem e ainda não se sentou
.

7 May 2007

Allez les copains


É incrível.
Isto não pode continuar.

Sem respeito nenhum pelos senhores comentadores, pelo senhor Paulo Dentinho, pelos senhores analistas do Público, e até mesmo por pessoas ideologicamente puras deste blog, a França, bem melhor dizendo alguns franceses menos cultos e sem nenhuma solidariedade pelos mais desafortunados, pelos islamitas, pelos magrebinos, pela Turquia, pelo Alberto João Jardim (perdão esta era para o post seguinte) elegeram o fulano fascista.
E agora o que é que é preciso fazer?

Pois meus caros compatriotas, para a França e em força.
É necessário que a eleições na França, nos Estados Unidos e onde quer que se presuma que os indígenas não vão votar de acordo com as superiores análises do Senhor Doutor Miguel Portas, não possam estar reservadas a simples e pacóvios ignorantes desses países.

Cada português bacteriologicamente puro (pedir certificado ao senhor doutor Francisco Anacleto) deve ter direito a trinta e cinco mil votos e ainda a anular os votos de dez mil votantes da direita (pedir listagem ao operário Sousa).

Grande ideia, não é verdade?
Vive La France-Portugaise!

6 May 2007

Suicide-se sózinho


Vai uma azáfama tremenda na blogsfera sobre o magno problema nacional.
E esse é, o fumo. Do tabaco.
Ora parece que vai ser partejada uma lei que proíbe os fumadores de me atirarem para cima com o fumo dos seus cigarros ainda por cima misturado com qualquer bacilo que os mesmos já tenham no corpinho enquanto estou a almoçar.
Acho muito bem e acredito que tarde ou cedo podemos ser um pouco mais civilizados.

A defesa dos fumadores está muito bem entregue a dois fundamentalistas sendo que um é o Dr. Tavares e o outro é a sua cópia em vermelho.
Mas hoje um Investigador em biotecnologia o senhor doutor João Miranda vem também defender o mesmo e puxa como argumento que “De acordo com o liberalismo clássico, cada indivíduo tem direito a uma esfera de liberdade inviolável dentro da qual é soberano”.
E continua explicando que “
Uma pessoa que constrói ou que adquire um restaurante tem o direito de fazer o que quiser com aquilo que é seu.”.

Seria engraçado que ele fosse a esse restaurante e ao pedir a conta o dono lhe adicionasse uma gorjeta obrigatória e se recusasse a passar uma factura só porque lhe apetecia usar a lei de “aqui mando eu”.

O investigador conclui que “Esta decisão não interfere com o direito que cada um ao ar puro porque ninguém é forçado a frequentar um determinado restaurante.” o que no limite, se em todos se fumar, eu tenho que deixar de ir a restaurantes.

Ou seja e esfera do senhor doutor é do tamanho do mundo e do seu egoísmo.

4 May 2007

Immelman Trick


O esforço de apanhar um objecto frágil em queda livre produzirá mais destruição do que se se permitisse ao objecto cair a direito, como inicialmente.
Fulton


Carmona Rodrigues conseguiu num instante reduzir a frangalhos a pouca credibilidade que lhe restava.
É bem verdade que se sujeitou a todos os enxovalhos para poder ser presidente de Câmara, mas nesta hora de verdade a patética comparação com o comandante de um navio, a meter água por todos os lados, mostrou-lhe claramente que os imediatos mais não eram que funcionários partidários, desejosos de salvar os cargos, estes ou outros que o partido lhes venha a arranjar.
E assim, como um César de quinta categoria, lá foi apunhalado pelas costas, de frente de lado.
Ainda estava de joelhos a caminho do chão e já os vultos começavam a aparecer vindos de todos os lados do cenário.
Por agora vamos só falar de um.
E que um!

João Soares foi presidente desta desgraçada cidade.
O seu tempo foi notado pela rapidez com que ignorava os concursos públicos para fazer obra mais depressa e mais cara (por acaso lembra-me agora que isto é uma coisa que se diz que o soba da Madeira faz).
Criou imensos lugares de colaboradores.
Deu um prédio ao Pai. Um filho agradecido, uma coisa bonita.
Mas desde que foi derrotado por Santana Lopes (a Zézinha diria que este, como um rato Mickey era difícil de vencer) nunca mais foi o mesmo.
Triste sem nada saber fazer na vida, lá se acantonou numa fila qualquer da Assembleia da República onde ninguém dá por ele, nem ele quer que se saiba que anda por ali.
Concorreu a Sintra, perdeu também.
Agora só lhe falta pôr um anúncio no jornal a dizer que está muito disponível.

Deve ser mesmo bom ser presidente da Câmara de Lisboa.
Que mel e ambrósia haverá por lá?