29 Nov 2007

Estórias


Relatório da ONU do índice de desenvolvimento humano sobre 177 países.

1 , Islândia
29 , Portugal
102, Cabo Verde
123, São Tomé e Príncipe
150, Timor
162, Angola
172, Moçambique
175, Guiné



Muitos parabéns ao líderes nacionalistas, alguns entrevistados mais do que uma vez no programa do senhor Doutor Joaquim Furtado, por se terem livrado do fardo colonialistas e terem colocado aos suas novas nações num rumo de esperança.

Qualquer coisinha que ainda esteja mal, já se sabe que a culpa foi dos colonos que foram chutados a pontapé há trinta anos e do Salazar que morreu há quarenta.

12 comments:

Anonymous said...

Ai essa dor de retornado que não lhe passa!Já vai sendo tempo de lhe passar.Além de que a culpa do atraso deles é deles mesmo.Ou não? Continua a ser nossa ? Até lhe oferecemos belas barragens quase de borla.Qualquer dia serão "piscinas" só para alguns como os codominios privados que prosperam por exemplo em Angola.Ou tb acha que a culpa é nossa?

Saulus Lupus Lunae said...

Se calhar a culpa é nossa... precisavam de mais uns belos anos sob a tutela de Portugal... Se calhar, numa outra vertente, mais educacional, mas com presença portuguesa, sem dúvida.

Anonymous said...

è assim , Fado , há uns tempos uns cientistas de mente aberta fizeram um estudo que focava a satisfação do povo. O primeiro lugar foi para uns tipos da Polinésia , que só vivem até aos 50 ou coisa parecida. Não têm máquinas , mas também não têm lares de 3ª idade. Não têm fábricas de roupa, mas também não seguem modas , nem sequer se vestem.E também não fazem cirurgias plásticas , e outras coisas parecidas.
Pois é. Dificil perceber onde para o correcto e a satisfaçao.

fado alexandrino. said...

Muito obrigado.
De uma maneira ou outra parece haver concordância que os povos das ex-colónias ou províncias ultramarinas ou como lhes queiram chamar, estão hoje muito piores em termos económicos do que estavam, ontem ainda.
Estragaram tudo o que de bom lá havia, e havia muito, não têm liberdade mas têm fome, o contrário do que lhes prometeram.
Se eles conhecessem o António Mourão, acredito que colocavam a cantiga dele como hino nacional.

Anonymous said...

OIÇÃO!!! O que diz o grande Alexandrino. Ah... se tivesse sido ele a fazer os acordos de Alvor e outros, como tu seria diferente e risonho. Como tudo é fácil depois de...e se...Não é, caro ex-colono?

fado alexandrino. said...

Anonymous disse...

Muito obrigado por se lembrar da canção que o pretito cantava.
Para si sou ex-colono, eu cá considero-me como português, e nessa qualidade e se tivesse tido poder teria procurado defender os meus compatriotas. Os outros fizeram o que fizeram e pior do que tudo ainda estão orgulhosos, como o senhor, presumo.

Anonymous said...

"Os outros fizeram o que fizeram",grande frase! E os retornados como o sr quiseram foi que os tirassem de lá o mais depressa possível.Depois disso o que queriam mais.Águinha de malvas? Acho que tiveram um tratamento bem melhor do que todos os pobres que ainda continuam a existir heróicamente neste país.

Saulus Lupus Lunae said...

Parece que ser ex-colono é crime de lesa-majestade, caro Fado. Será que os emigrantes portugueses existentes por esse mundo fora terão mesmo tratamento, um dia, cado voltem ao país de origem? Ou se, porventura, os filhos destes quiserem voltar à nação mão, serão tratados como portuguesinhos de segunda?

Saulus Lupus Lunae said...

errata: caso voltem

fado alexandrino. said...

Saulus Lupus Lunae disse...

Conforme pode verificar pelo susto que representam os 400 mil portugueses que se encontram num país estrangeiro (Venezuela)há muitas classes de retornados. Quanto a irem para as nações onde nasceram, há sempre maluquinhos. No entanto será bom que se lembrem da história da professora no Sudão.

fado alexandrino. said...

Tia Lili disse...

É dificil dizer tanta barbaridade em tão poucas palavras. Devido a doença de familiar, responderei quando tiver cabeça e tempo, para organizar uma resposta.

Anonymous said...

Naquela roça grande não tem chuva
é o suor do meu rosto que rega as plantações;
Naquela roça grande tem café maduro e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.
O café vai ser torrado
pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.

Negro da cor do contratado!

Perguntem as aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? Quem vai a tonga?
Quem traz pela estrada longa
a tipóia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?

Quem?

Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer

Quem?

Quem dá dinheiro para o patrão comprar
máquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?

Quem?

E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:

Monangambé...

Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras

Monangambé

António Jacinto(Poemas, 1961)