Duca, com elegância, argumentou e merece portanto uma resposta mais cuidadosa.
Tanto quanto me lembro não escrevi nada sobre os casamentos, mas digo-lhe já que não vejo qual a vantagem que os LGBT encontram nele.
Claro que estou a falar de casamentos pelo civil, pois tenho a certeza que não está a pensar em solicitar um casamento religioso com um padre a dar a sua bênção e a desejar que o casal seja feliz e tenha muitos meninos.
È natural que se queira partilhar os bens em vida e na morte e para tal, qualquer contracto servirá.
Estarei a ver no seu problema um desejo de protagonismo e, vencida mais uma natural barreira, partirem para outra luta fracturante?
Quanto ao resto vamos ver se consigo pôr o meu pensamento muito claro.
A mim não me interessa o que uma, duas ou mais pessoas fazem na privacidade de suas casas ou de um qualquer clube especializado.
Incomoda-me sim, que em público protagonizem cenas do privado, e isto aplica-se mesmo aos casais normais quanto mais aos outros.
É muito possível que não consiga reparar mas quando protagonizam esses desfiles estão simplesmente a exibir uma grotesca diferença que serve principalmente para gáudio daqueles que nos passeios vos fotografam.
O pudor e o recato são parte integrante da mulher.
Tanto assim que uma própria lésbica se confessa:
Houve uma cena que me marcou para todo o sempre e fez-me entender que eu não sou assim tão liberal quanto eu pensava que era… vi um threesome, três mulheres, uma delas seria a líder e entrou acompanhada de outras duas que a beijavam à vez… foi algo alucinante para mim, e só não levei um cascudo da líder porque estava escuro e ela não deve ter visto o meu ar horrorizado!Dentro do género portanto eu encontro-me encostada ao lado mais conservador da coisa, gosto das coisas feitas com rigor, com decência, com honestidade e dignidade.
E por falar em normalidade (entenda-se a palavra pelo seu real valor e não se pense que estamos a falar em nenhum Shrek).
Temos que ser sinceros.
Ou se é ou não se é.
E a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, ora se isto é normal, como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?
Pois, diferentes, mas a verdade é que não correspondem ao padrão da normalidade que mal ou bem têm servido para a espécie continuar.
Seria bom não confundir normal com natural.
Acho que coloquei o que penso sobre o assunto.
Resumo:
Em privado façam o que entenderem, em público comportem-se como as senhoras que são, penso eu.
Tanto quanto me lembro não escrevi nada sobre os casamentos, mas digo-lhe já que não vejo qual a vantagem que os LGBT encontram nele.
Claro que estou a falar de casamentos pelo civil, pois tenho a certeza que não está a pensar em solicitar um casamento religioso com um padre a dar a sua bênção e a desejar que o casal seja feliz e tenha muitos meninos.
È natural que se queira partilhar os bens em vida e na morte e para tal, qualquer contracto servirá.
Estarei a ver no seu problema um desejo de protagonismo e, vencida mais uma natural barreira, partirem para outra luta fracturante?
Quanto ao resto vamos ver se consigo pôr o meu pensamento muito claro.
A mim não me interessa o que uma, duas ou mais pessoas fazem na privacidade de suas casas ou de um qualquer clube especializado.
Incomoda-me sim, que em público protagonizem cenas do privado, e isto aplica-se mesmo aos casais normais quanto mais aos outros.
É muito possível que não consiga reparar mas quando protagonizam esses desfiles estão simplesmente a exibir uma grotesca diferença que serve principalmente para gáudio daqueles que nos passeios vos fotografam.
O pudor e o recato são parte integrante da mulher.
Tanto assim que uma própria lésbica se confessa:
Houve uma cena que me marcou para todo o sempre e fez-me entender que eu não sou assim tão liberal quanto eu pensava que era… vi um threesome, três mulheres, uma delas seria a líder e entrou acompanhada de outras duas que a beijavam à vez… foi algo alucinante para mim, e só não levei um cascudo da líder porque estava escuro e ela não deve ter visto o meu ar horrorizado!Dentro do género portanto eu encontro-me encostada ao lado mais conservador da coisa, gosto das coisas feitas com rigor, com decência, com honestidade e dignidade.
E por falar em normalidade (entenda-se a palavra pelo seu real valor e não se pense que estamos a falar em nenhum Shrek).
Temos que ser sinceros.
Ou se é ou não se é.
E a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, ora se isto é normal, como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?
Pois, diferentes, mas a verdade é que não correspondem ao padrão da normalidade que mal ou bem têm servido para a espécie continuar.
Seria bom não confundir normal com natural.
Acho que coloquei o que penso sobre o assunto.
Resumo:
Em privado façam o que entenderem, em público comportem-se como as senhoras que são, penso eu.
43 comments:
Bonito texto cheio de pensamentos de normalidade, já vi que andou na escola e aprendeu tudo direitinho, muitos parabéns.
Mas gostava de lhe colocar uma simples questão:
- Será que optar por uma vida sexual considerada anti-natural ou normal, como lhe queira chamar é crime? Não é pois não? Então porque será que essas pessoas são discriminadas, perseguidas e ridicularizadas?
Como tal estimado cidadão têm o absoluto direito de se manifestar e de "INVADIR" a sociedade com a sua voz, tal como essa mesma sociedade os penaliza e coloca de lado, ou não?
Viva, deixe viver e pense, nem que seja de vez em quando, faz bem e exercita a mente.
Cumps.
sniqper
Ora, o Sr. Fado Passivo falou! Diz asneiras atrás de asneiras..mas, realmente, quem tem uma visão tão limitada da sexualidade só pode falar assim! O grave é a ignorância que mostra e re-mostra e da qual tanto se orgulha. O que imaginará este senhor? Pobre imaginação, muito longe da realidade..e tão limitada! Lamento dizer-lhe mas no que diz respeito à capacidade de resposta não chega nem a um dedinho do pé da "nossa querida chefe" (é assim que imagina as coisas, não é?! gargalhada!).
Cuidado, meu caro, com as publicas virtudes e os vícios privados (deve ser a sua postura na vida)! Parece que o Sr. é adepto das duplas vidas...dos seus segredos só o Sr. sabe (e garanto-lhe que nós não estamos nem aí..).Veja lá se resolve o que tem para resolver e solte-se para a vida, ela é a cores! (se bem que o Sr. insiste em ver a preto e branco, nem sabe o que perde!!)
Das suas vizinhas, suas fãs coloridas e para as quais, se calhar, já deitou um olhar babado na expectativa de um vício privado!
Meu caro
Depois do trabalho de casa feito, sobra-lhe em confusão o que lhe falta em discernimento.
Aceita o gesto gay ou lésbico na privacidade e/ou qualquer clube da especialidade e não em público?
Fala dos desfiles e discorda deles.
O que considera casais normais?
Vai para aqui uma confusão diabólica que não consigo ultrapassar.
Se você fizer um desfile, em público, exigindo melhores condições de vida, pode chamar-lhe exibicionismo?
Se você der um beijo, ou mais, publicamente, na sua companheira/esposa, acha isso um gesto escabroso?
As lésbicas e os gays não têm que confessar nada. Quanto muito, assumir. O que é um "problema" de cada um.
A sociedade tem que se habituar a viver com ISTO. Porque ISTO não é nenhum mal.
Ou alguma vez foi "desafiado" por um gay?
Isso de relações activas e passivas existe. Mas é uma situação que será vivida "internamente" e, como tal, ninguém tem nada a ver com o facto.
Alonguei-me. Peço desculpa.
Para que não pense que está a aceitar um comentário de "MAIS UM ANORMAL" digo-lhe que sou hetero mas que em nada me complica, porque não tem que complicar, a existência de gays e lésbicas, afinal seres humanos com os seus direitos e deveres.
Cumprimentos.
"Claro que estou a falar de casamentos pelo civil, pois tenho a certeza que não está a pensar em solicitar um casamento religioso com um padre a dar a sua bênção e a desejar que o casal seja feliz e tenha muitos meninos.
È natural que se queira partilhar os bens em vida e na morte e para tal, qualquer contracto servirá.
Estarei a ver no seu problema um desejo de protagonismo e, vencida mais uma natural barreira, partirem para outra luta fracturante?"
Não está em causa se sou religiosa ou não, nem sequer a igreja ou filosofia religiosa que possa ou não professar. Os homossexuais não pretendem qualquer casamento religioso porque, por si só, este nada vale em Portugal, pois o que vale é o casamento pelo civil, ou seja, aquele que, pela sua natureza, é um contrato. Não há qualquer protagonismo nem sequer desejo de lutas fracturantes por parte dos LGBT, há apenas o desejo a terem os mesmos direitos e poderem exercê-los tal como todos os cidadãos e cidadãs portugueses.
Não é verdade que "qualquer contrato servirá" para proteger o direito da mulher com quem eu possa viver, aos meus bens e após a minha morte.
Quanto ao casal ter muitos meninos, não será certamente no meu tempo, mas talvez um dia; não serão meninos e sim meninas. E olhe que isto não é nenhuma "invenção" das lésbicas e gays; é de um cientista de nome Karim Nayernia. Ora leia lá aqui http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/2_164_59999.shtml e, se não ficar muito chocado, vá a um qualquer buscador e pesquise mais.
"A mim não me interessa o que uma, duas ou mais pessoas fazem na privacidade de suas casas ou de um qualquer clube especializado.
Incomoda-me sim, que em público protagonizem cenas do privado, e isto aplica-se mesmo aos casais normais quanto mais aos outros.
É muito possível que não consiga reparar mas quando protagonizam esses desfiles estão simplesmente a exibir uma grotesca diferença que serve principalmente para gáudio daqueles que nos passeios vos fotografam.
O pudor e o recato são parte integrante da mulher."
A mim também incomoda e não porque o pudor e recato sejam parte integrante da mulher ou do homem como modelo de comportamento e, sim, minha. No entanto, apesar de não gostar, não interfiro na liberdade de qualquer ser humano poder ser diferente de mim e querer, literalmente, "comer" em público o namorado(a) marido(mulher) amante ou amigo(a) colorido(a), etc. Para interferir, caso a coisa ultrapasse os limites da decência e, portanto, mexa com a liberdade dos restantes, existem as autoridades competentes. Contudo, uma manifestação de carinho não me faz qualquer confusão. Existe um abismo entre "comer o outro" e "mostrar-lhe afecto". Não tenho o costume de impor aos outros a minha maneira de ser nem a minha sexualidade, porque os respeito. Apenas exijo que me respeitem e não me discriminem pelo único motivo de ter uma orientação sexual diferente da maioria. Era o que faltava discriminarem os canhotos só porque a maioria é destra.
Incomoda-me sim, que os heterossexuais possam em qualquer clube, que não precisa ser especializado, e fora do recato das suas casas, andar de mãos dadas e manifestarem carinho um pelo outro, sem que ninguém os chateie e eu, não possa porque corro o risco de ser insultada e agredida.
O sexo exige privacidade e recato. O amor exige expressão. Por isso, os LGBT necessitam sair dos "armários", em que a maioria os colocou, tornando-se visíveis. Essa visibilidade é conseguida nos tais desfiles. Repare, Alexandrino que até para si eles são visíveis, tanto que fala sobre eles, independentemente da sua opinião, esses desfiles conseguem o que pretendem: visibilidade.
Contudo não caia na asneira de pensar que toda a comunidade LGBT participa dos desfiles Pride. A grande maioria não participa e, quanto muito, poderá estar entre o tal público que fotografa. E não é por vergonha, é por maneira de ser. A maioria dos heterossexuais também não participam em várias manifestações de luta por direitos e contra os sucessivos governos.
"E a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, ora se isto é normal, como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?
Pois, diferentes, mas a verdade é que não correspondem ao padrão da normalidade que mal ou bem têm servido para a espécie continuar."
Alexandrino, entre duas mulheres não há essa ideia de parte activa ou parte passiva, que a sociedade fálica em que vivemos nos impôs. Essa é outra falácia, achar-se que o acto sexual só é possível quando existe um falo e, portanto, uma parte activa. Engana-se redondamente.
Quanto aos padrões de normalidade de que fala, apenas lhe lembro que foram várias as vezes que esses padrões se alteraram. Pelo facto de o meu universo erótico e emocional se manifestar relativamente a pessoas do meu sexo, não faz de mim alguém diferente. As diferenças que a todos nós nos torna únicos, são relativos ao carácter, educação, ambiente de inserção, etc. não relativos a orientação sexual. Daí, discriminar pessoas por terem orientação sexual diversa, não faz qualquer sentido.
Para terminar, gostaria de lhe deixar o link http://assumidamente.blogspot.com/ onde poderá ler o texto “Porque marcham os LGBT?” um dos melhores que tenho lido sobre o assunto na blogosfera. Eu sei que você não mudará uma vírgula sobre o que pensa, mas também não gostaria que continuasse sem informação. É que, uma coisa é ser homófobo por ignorância, outra é sê-lo por razões pessoais e de carácter.
Caro Fado Alexandrino
Começo por pedir desculpa por me intrometer numa conversa que embora do domínio público tem um carácter reservado, uma vez que se dirige explicitamente à Duda.
Não é meu hábito intrometer-me nas conversas, nem mesmo quando a elas posso legitimamente assistir, como é o caso. Se o faço é apenas porque na observação que teve a amabilidade fazer ao meu comentário do seu post de 15 de Julho dizia: “…Quero crer que a senhora e a outra senhora perceberão melhor o meu pensamento com o próximo post com o qual darei por encerrado este assunto. “
Assim sinto-me com legitimidade para pensar poder comentar o seu ultimo post sobre este tema, e com reciprocidade, dar também por terminados os meus comentários acerca das suas opiniões sobre este tema no seu blog.
Neste ultimo post o seu tom mudou ligeiramente, não posso de maneira nenhuma concordar com o conteúdo do que escreveu mas tenho que concordar que melhorou significativamente quando comparado com os dois posts anteriores.
Pelo menos é mais correcto. Já não se vêem frases e ideias tão jocosas como algumas das contidas nos seus dois primeiros posts. Apenas para poupar trabalho a quem possa chegar a meio da nossa conversa cito duas das várias afirmações a que me referia:
“ … A vergonha é igual em público ou no privado e se num dos lugares não mostram qualquer pudor em se lamberem umas às outras, porque razões teriam de o fazer em público?”
“Já ouviram alguma criança que diga que o pai é um dildo?”
Pela melhoria no nivel do discurso e pelo aumento na tolerancia (pelo menos aparente), lhe dou desde já os meus parabéns.
Sei que haverá quem possa estar a pensar que endoideci, que me rendi, que estou insane. Como posso dizer coisas destas quando o Sr faz neste seu ultimo post, afirmações como:
“ …por falar em normalidade … Ou se é ou não se é. “
“… a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, ora se isto é normal, como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?.. Pois, diferentes, mas a verdade é que não correspondem ao padrão da normalidade que mal ou bem têm servido para a espécie continuar. Seria bom não confundir normal com natural.”
Não endoideci, estou benevolente. Aliás, sou benevolente, tolerante e gosto de dar valor à mudança mesmo que subtil. E essa (muito subtil) aconteceu.
Acontece que tambem sou adepta de começar sempre pelo elogio para só em seguida fazer as criticas menos positivas e essas aí vão:
Quanto ao assunto casamento:
Devo dizer que o casamento em si mesmo não algo de que faça questão. Agora aqueles beneficios fiscais, legais, sociasi e outros , de que só quem se casa pode beneficiar, isso sim parece-me ser importante. Diz o Sr que:
“È natural que se queira partilhar os bens em vida e na morte e para tal, qualquer contracto servirá.”
Não concordo. Penso que se refere a um contrato de partilha de bens e aos vulgares testamentos. Se assim é, deverá tambem saber que esse instrumento legal apenas acautela a distribuição da propriedade de bens tangiveis e mesmo assim existem leis que se sobrepõem a vontades expressas por testamento. Para mim esta questão é menos importante, não dou grande valor a questões materiais e tenho a sorte de ter uma familia que nunca impediria que os bens que eu ou a minha companheira pudessemos deixar, fossem para quem são de direito moral e não para quem os herda por direito legal. Para mim, as complicações são de outra ordem, preocupa-me sobretudo a justiça social. Porque razão não me asiste o direito de ser acompanhada ou acompanhar em situação de doença? Porque razão não poderemos ter os mesmos direitos no acesso a sistemas de saude, beneficios fiscais ou mesmo na simples atribuição de pensões (p. ex. Equiparadas às atribuidas por falecimento de conjuge).
Estes problemas, caro fado A. nenhum contrato pode resolver. Poderá achar que são uma ambição injustificada mas isso digo-lhe: Olhe que não! Até podia aceitar essa discriminação mas se e só se ela ocorresse quer a montante quer a juzante. E neste caso não é assim. Pago os mesmo impostos que todos os trabalhadores (e todos sabemos que não uma bagatela) e por isso devo ter os mesmos beneficios fiscais e sociais. A não ser assim, deveria poder optar, constituiria outro tipo de poupança (e que poupança não seria seria se todos os descontos que fiz até hoje com fins de reforma estivessem numa carteira de investimento ?). Pois é: Mas não posso, sou obrigada a contribuir para um sistema social e fiscal colectivo que me discrimina.
Eu não faço questão do casamento (há quem o faça e está no seu pleno direito) pode ter outro nome. Acho sim, que seria de elementar justiça estabelecer uma forma de legitimação da união, de acordo ou contrato civil, a designação juridica não importaria para mim, o que seria essencial seria que permitisse estabelecer a equiparação de direitos. Não me parece que esta questão se possa resumir a desejos de protagonismo ou de participação em lutas fracturantes. Pela minha parte, bem dispenso tais coisas.
Quanto aquilo que chama a sua opinião quanto ao resto, que mais uma vez o passo a citar:
1 - “Incomoda-me sim, que em público protagonizem cenas do privado, e isto aplica-se mesmo aos casais normais quanto mais aos outros.“
2 - “… quando protagonizam esses desfiles estão simplesmente a exibir uma grotesca diferença que serve principalmente para gáudio daqueles que nos passeios vos fotografam. “
3 - ”O pudor e o recato são parte integrante da mulher.”
4 – “… por falar em normalidade … Temos que ser sinceros. Ou se é ou não se é. E a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, … Seria bom não confundir normal com natural.”
Percebo o que diz e até terei de lhe dar razão, os gestos de ternura são para ter em qualquer lado, o sexo (esse sim, pelos costumes de caracter privado – a menos que estejamos a falar de eventos do tipo da Feira do Erótico na FIL), quanto mais não seja por respeito para com os outros deve ficar para locais mais reservados. Só não percebo é que depois de tanta controvérsia venha afinal dizer que num relacionamento, dois parceiros do mesmo sexo são um casal. Mesmo sendo na sua opinião não um casal normal, mas outro, de outro tipo, aceita que são um casal. Casados informalmente, portanto?
Tambem percebo quando fala do grotesco, porque aos nossos olhos tudo o que não é habitual ou vulgar vermos se nos afigura como grotesco. Só me custa a aceitar, ou melhor a compreender, que aqueles que vêem dos passeios cultivem e vivam em pleno o gaudio do grotesco. Mas gostos, de facto não se discutem.
Caro Fado, queria mesmo dizer só isto? “O pudor e o recato são parte integrante da mulher.” Ou esqueceu-se de concluir a frase so estilo tão em voga nos actuais discursos politicos? Quero querer que era sua intenção dizer que pudor e o recato são parte integrante da mulher e do homem? Porque se assim não for, levanta-me um problema e soluciona-me outro. Levanta-me um problema conceptual, pois para mim até à data, homens e mulheres, estariam sujeitos em termos morais e sociais aos mesmos código de ética e de moral. Esta caracteristica, para mim não tinha natureza genética. Colocando-se as coisas desta forma, termos de integrar a informação de que pudor e recato são resultado de genes recessivos ligados ao cromossoma X. pelo que O homem é portador mas nunca manifesta essa caracterisfica. Assim, não sei que pensar. Terei de refazer os meus conceitos e aceitar que nos homens o pudor e o recato não são inatos. Aceitar isto como um principo, como uma caracteristica de uma concepção diferencial do homem (espécie) em função do género, nem a mim que sou lésbica, me passou pela cabeça. Este era o problema que levantava, mas como disse soluciona-me outro. Vejo assim explicado os comportamentos tipicamente masculinos
1) de urinar em locais publicos como em qualquer canto ou recanto urbano, arvore, ou berma de estrada;
2) de procurar sexo em locais desconfortaveis com desconhecidas que encontra em sitios como bermas de estrada ou matas (sem águas correntes) a troco de dinheiro.
Imaginava (e não passava do plano do imaginário) que tal se devesse a uma conjugação de factores natureza higiénica (falta de higiene), cultural (não é mal visto) e anatómica (possibilidade de urinar de pé sem prejuizo da higiene pessoal), com factores de natureza estética. Assim fico a saber que tal acontecerá apenas porque o pudor e o recato são apanágio das mulheres, não dos homens. É genético.
E agora da norma, do normal, da excepção e do natural.
A norma e o normal são na sua essência conceitos de natureza estatística. O natural é aquilo que acontece sem intervenção externa, sem influencias alheias (é por isso que metafóricamente gostamos de chamar às ameijoas confeccionadas quase sem tempero, ameijoas ao natural. É falso mas é um arremedo que espelha a simplicidade do prato. Ameijoas ao natural são as que se encontram vivas e no seu habitat. E isto fez-me lembrar aquele velhinho anuncio do restaurador Olex que mostrando o “grotesco” do negro de cabeleira loira ou do branco de carapinha concluia dizendo: o que é natural é cada um usar o seu proprioo cabelo…).
Naturais nenhuns de nós o somos. Séculos de civilização, aculturação e socialização tornaram isso impossive. Já nem as tribos indigenas o são. Humanos naturais extinguiram-se. É portanto um conceito que está divorciado da espécie humana e que por isso não pode ser adjectivo para nenhum dos seus comportamentos.
Voltando à norma e ao normal: Tratam-se de conceitos de natureza estatistica e pelo menos desde os seculo XVII e XVIII com Abraham de Moivre, Bernoulli e Gauss que está cientificamente provado que a normalidade ocorre naturalmente (espero que isto não contrarie a sua vontade de divorciar o normal do natural), em quase todas as medidas de situações fisicas, biológicas e sociais. Quero com isto dizer que de acordo com a curva de Gauss, o normal ou não raro não é necessariamente o banal, é sim aquilo que ocorre na população dentro de um determinado intervalo de frequencias. Engloba a média e a moda mas tambem tudo o que embora possa não ser tão banal não é raro ao ponto de se desviar tanto dessas medidas que se possa classificar de muito acima ou abaixo da média (onde supostamente se encontram 50% sa população). Assim, tendo em conta que o que se desvia muito signicativamente da média está dentro de uma porção que representa 4,56% da população, sabendo que a percentagem de homossexuais na população é bastante superior a isso, mesmo sem entrarmos por analises causais, teremos que dizer qeu está dentro da norma, que é normal. O normal é cada um amar quem a sua alma escolher, ou quem o seu coração quiser.Parece assim, que é normal e é natural. Provavelmente só não é o mais banal.
Para terminar queria dizer-lhe que a sua observação. E volto a citá-lo: …como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?....)
É tão descabida e gratuita que até o sr sabia já quando a escreveu ser completamente deselegante e ostensiva (se assim não fosse porque pederia desculpa?). Mas é util porque mostra que de facto a seu nivel de informação é de facto muito insuficiente, acho que nem sequer está ao nivel do senso comum. Por isso ,nem sequer posso comentar ou argumentar.
Já nem vou de falar sobre a forma que escolheu para provar ou ilustrar a sua opinião de que pudor o recato são “coisas da mulher”. No minimo ardiloso, não? Mostrar que até uma “mulher lésbica”, sendo mulher, tem pudor e é recatada. O despudor lésbico, (ou imaginário que dele tem) não existe. Existem pessoas que se comportam de modos diferentes e têm modos diferentes de ver o amor, o sexo e a fidelidade, independentemente da sua orientação sexual. Pessoalmente desagrada-me a promiscuidade, a deslealdade e até o despudor se descabido. Mas isso não tem nada a ver com a minha orientação sexual.
Por aqui me fico e me despeço.
Sinceramente, felicidades.
Ferónica
Ferónica
O seus comentários aos posts do Alexandrino de 15/07 e de hoje, para além de completarem e explicarem os meus, debruçam-se sobre questões de que não me lembrei e que portanto não levantei, de forma exemplar e com argumentos irrefutáveis. Por esse facto, agradeço-lhe e felicito-a.
Alexandrino
Depois de tudo o que foi dito, apenas lhe posso dizer "I'll rest my case" e desejar-lhe que seja feliz.
Saudações amistosas!!
Considero os blogs como uma extensão de nós próprios, daquilo que pensamos, gostamos e não gostamos e, basicamente, SOMOS! Assim sendo, costumo comentar quando me identifico com algo ou quando julgo que o meu comentário, apesar de discordante, poderá ser proveitoso de alguma forma.Se em relação ao seu primeiro post não teci qualquer comentário porque achei que se tratava de uma opinião homofóbica gratuíta e abusiva em relação às pessoas que retratava, optei por comentar este. E porquê??Porque, apesar de expressar ideias completamente opostas às minhas não se refugiou no silêncio, não apagou comentários discordantes e deu-se até ao trabalho de escrever um outro post em resposta aos comentários irados que recebeu.Acredito também que é através das opiniões divergentes que aprendemos e nos educamos. A primeira coisa que gostava de lhe dizer é uma frase que li há uns tempos e que me ficou. Transmito-a para que, se quiser, possa reflectir: "Não existe normal só existe diferente".
Deixe-me dizer-lhe que mais que raiva ou ira, sinto tristeza ao ler as suas palavras. Fico triste por mim, por todos os outros gays, lésbicas, transexuais e trsngéneros mas, principalmente, fico triste pela minha filha e pela minha família. Sim, sou mãe. E sim, sou lésbica. E, por muita confusão que lhe possa fazer, a minha filha não foi concebida de forma artificial nem através de uma relação promíscua ou sem sentimentos a ela anexados. A minha filha foi concebida numa relação entre um homem e uma mulher que em tempos se amaram. Esse amor acabou e acredite, não foi escolha minha, apaixonar-me por uma mulher. Ninguém no seu perfeito juízo ESCOLHE uma vida assim. Ninguém escolhe pertencer a uma minoria tantas vezes desrespeitada por palavras como as que aqui escreveu. Os generalismos são sempre um problema. Principalmente quando se generalizam minorias dentro de minorias. Sou lésbica mas não me identifico com as marchas, não me identifico com os threesomes, nunca "lambi a minha namorada em público" (nem tenciono vir a fazê-lo). Custa-me ser julgada desta forma e saber o quanto opiniões como a sua magoam as pessoas que me amam. Os meus pais, a minha filha, a minha irmã, os meus sobrinhos...Sim, também sou filha, tia, irmã e muitas outras coisas.
Também me levanto todos os dias de manhã e vou trabalhar mas, ao contrário do que possa imaginar, não trabalho num bar de alterne, não sou prostituta e, incrivelmente, também não sou camionista...Pago impostos, contribuição autárquica, esgotos e cumpro com todas as exigências que um cidadão comum tem que cumprir. Custa-me ser julgada desta forma, principalmente por alguém que nem sequer me conhece. Nunca me olhou nos olhos, nunca conversou comigo, não me conhece.
Acredite, até para mim foi difícil aceitar tudo isto na minha vida. Tudo era diferente daquilo que fui educada a achar correcto. Também para mim foi estranho de repente ver pessoas do mesmo sexo a trocarem carinhos e beijos como forma de expressar o seu amor. Também eu desaprovo lambidelas em público e exageradas manifestações de tesão. No entanto, também desaprovo as manifestações de extrema direita e os comportamentos racistas. Não é por isso que os ataco. Interesso-me até por ouvir ou ler algumas das ideologias que movem estas pessoas, interesso-me até por debater ideias desde que seja feito com respeito pelas opiniões divergentes. Como já disse, é com a diferença que aprendemos. É por isso que aqui deixo hoje o meu comentário.
No entanto, podemos ter opiniões discordantes, pode até ser-se homofóbico sem faltarmos ao respeito aos homossexuais. as pessoas que ataca são seres humanos, são filhos, irmãos, primos... pode até ter alguém de que gosta muito e que pertence a esta minoria. E sabendo esta sua opinião, não tem coragem de assumir uma ocisa tão simples como o seu amor.
Gostar de alguém do mesmo sexo é bem melhor que a odiar...é amor, na sua forma mais pura.
Espero conseguir alguns minutos do seu tempo, da sua reflexão com as minhas palavras.
Atenciosamente
Muito obrigado por todos os comentários.
Se outra virtude não tivesse, os post colocados suscitaram intervenções de elevada qualidade onde pudemos ler a visão do universo lésbico por quem o perfilha.
Foi também possível graças à liberdade de expressão que caracteriza a blogsfera ver que há outro mundo para além daquele que o politicamente correcto cria como ideal.
É o meu.
E neste o LGBT não é bem visto, é tolerado desde que se mantenha discreto.
Valha a verdade dizer que o exibicionismo sempre foi mais notório nos gays do que nas lésbicas e sim, a razão é muito prosaica.
Penso não carecer de demonstração que o pudor e o recato sempre foram qualidades femininas que a natureza fez bem arredias dos homens.
Pessoalmente não consigo compreender como se pode obter satisfação sexual num encontro entre pares do mesmo sexo, isto para mim é qualquer coisa contra natura e mesmo que, naturalmente um dos parceiros adopte uma atitude dominante parece-me, na minha simplicidade de pensamento que algo fica a faltar.
Houve ainda outro facto que chamou a minha atenção, nos vários comentários, aqui e nos vossos blogs, alguns de uma crueza que envergonhariam um carroceiro.
O facto em destaque é recorrente.
Se nos atacas é porque tens um problema mal resolvido e no fundo queres é ser como nós.
Além de uma justificação de culpa, não consigo perceber a súmula de semelhante raciocínio.
Finalmente os desfiles.
A maneira como eles são feitos e encenados não são feitos para mostrar a diferença (que aliás na vossa opinião não há) mas sim para chocar.
E nisso são particularmente eficientes, tornando a justa reclamação por causas, algumas das quais sem qualquer reserva apoiaria (direito de ser acompanhada ou acompanhar em situação de doença? Completamente de acordo.Porque razão não poderemos ter os mesmos direitos no acesso a sistemas de saúde, benefícios fiscais ou mesmo na simples atribuição de pensões? completamente de acordo), num desfile de Carnaval.
Como se vê estamos em campos opostos.
Sem ironia, desejo as maiores felicidades.
Sobre este assunto dou aqui, por entretanto, terminado este salutar despique.
Espero ter a benevolência dos vossos comentários noutros assuntos.
olá fado
è só para dizer que ´não deve escarnecer de quem está privado do seu complementar. Não há nada, nadinha, que se compare a sentir cá dentro , a mexer em sitios que nem se sabiam que existiam , a crescer , aos pulo,aquela coisa que foi feita , exactamente, para isso , para a explorar , do homem que a gente adora.
Não há lingua e dedos que substituam isso. E muito menos a mecanica. É cá dentro ,mesmo , muito no fundo.
Pensem bem raparigas, não há nadinha que um homem , bem ensinado , não possa fazer. Pelo contrário..Ok , comportalmente falando , às vezes são os chatos , mas .a verdade é que a culpa é das mães(mulheres).
Umbiguistas que são o Fado e opostos que só pensam em si e no suposto 'nojo' ou 'falta' que tanto lhes faz qualquer coisa que não seja entre um homem e uma mulher. Não entendem mesmo, nem querem entender, que há coisas que não se explicam, apenas se sentem, porque somos pessoas diferentes e porque uma outra pessoa nos diz mais do que as demais, e essa outra pessoa acontece ser do mesmo sexo do que nós.
Reduzir tudo ao acto sexual é em si demonstração suficiente que eles não entendem o que se passa nas relações entre pares, e possivelmente nem sequer entendem bem o que se passa em relações onde o sexo poderá nem sequer ser assim tão relevante.
Fado, seja simples no seu pensamento mas não critique outros e outras que vivem e sentem de forma diferente à sua. Podia arranjar tantos argumentos para lhe dizer como o sexo com um homem para mim é algo de nojento, porque os homens cheiram mal, sabem mal, são muito pouco higiénicos e menos ainda cuidados na aparência, são brutos, não percebem nada de anatomia feminina, não tentam sequer entender as mulheres porque no fundo querem é despachar a coisa e só pensam no seu próprio prazer.
Se uma mulher me dá tanto carinho, bem para além do prazer sexual que ela também me pode dar... isso não é natural porquê? Aceita algumas formas de afectividade mas não outras? Duas amigas que se abraçam é normal, mas duas mulheres que se amam e que se abraçam já não é?
Se é ignorante então diga que o é mas sem insultar quem pensa duma forma distinta à sua. O seu último comentário leva-me a pensar que é uma pessoa extremamente egoísta que põe o seu bem estar à frente do bem estar de qualquer outra pessoa e olhe que sendo uma atitude machista por excelência não me parece que seja uma atitude da qual hoje em dia algum homem sinta particular orgulho! Ou então se me fizer chegar o contacto da sua mulher terei todo o gosto em privar com ela para saber se realmente a relação que mantêm é satisfatória para ela (ou acaso já sequer pensou em falar com ela sobre isso?)
E uma nota final para a opostos (assumo que é uma mulher). A questão não está no que nos podem fazer a nós mas sim no que nós podemos fazer ao outro. Dar prazer pode ser tanto ou mais recompensador do que receber mas apenas se no acto sexual estiver tão concentrada no parceiro, ou parceira, como está em si.
E desculpabilizar os homens tentando atirar a culpa para as mães deles... desculpe, mas isso não aceito! Afinal os homens são adultos ou são crianças?!? Ou pensa que os homens que são brutos, porcos e maus e que se calhar até batem nas mulheres coitadinhos não tem culpa porque no fundo foram as mães os educaram mal?!?!
Ass. Sra. Dona Lésbica, que eu não sou uma qualquer e em calhando o mundo é tão pequeno que um dia ainda poderá ter que me vir pedir alguma coisa e eu já estarei de pé atrás contra quem me dirige insultos gratuitos com tanto desembaraço sem sequer me conhecer de lado nenhum.
gosto de um homem , deu-me um trabalhão faze-lo compreender o universo feminino, mas consegui. e blue , não queira reduzir os homens aos que você conheceu. Há homens , eu conheço, dispostos a deixar-se penetrar, em todos os sentidos, por uma mulher.
Estou terrivelvelmente satisfeita com a minha sexualidade. Faz.me feliz. E não é de todo convencional. Os homens também têm terrenos obscuros a explorar. Com montes de carinho , curiosidade, aceitação ,deixa de haver papeis a representar. E dá um prazer proximom do ceú.
e evidentemente que uma relação amorosa não se resume a sexo , blue ,. e ainda mais evidentemente que sexo não se resume a penetração.Mas essa é a minha luta com o sexo da minha preferência , o masculino. O "Amante Lesbiano" livro de referência , que eu gostava que todos os homens percebecem. A gente também gosta de dominar de vez em quando.
Blue disse...
A senhora é o melhor exemplo da velha máxima do sabonete Lux.
É verdade, nove em cada dez lésbicas vêm de um mau relacionamento com um “feio, porco e mau” e normalmente esquecem que para dançar o tango são necessários dois.
E, em vez de escolherem uma nova experiência com um novo homem preferem ir chorar no ombro de alguém que já teve o mesmo problema.
Em vez do dedo médio preferem o mindinho.
Mulheres frígidas e com crónicas dores de cabeça são ás carradas.
Claro que como boa mãe e vendo todos os homens pelos seus olhinhos vai certamente ensinar ás suas queridas criancinhas o perigo que representam aqueles seres de calças (oops! desculpe, isto era no antigamente).
São pessoas como a senhora, com um cadastro terrível em termos emocionais, que querem adoptar crianças para lhes transmitirem esses valores.
Mesmo com este governo socialista espero que não seja no meu tempo que isso aconteça.
Queria terminar esta intervenção com um insulto mas o único que conheço (o muito usado vai-te foder) não se lhe aplica e assim sinta-se insultada em abstracto.
Sr.Fado,
Só agora tive contacto com este blog e, muito em particular, com este post.
Parece-me que os comentários que aqui foram tecidos (duca, feroica, vizinhas, reporter, etc) são de uma imensa elegância e de uma sensatez impressionante. A verdade é que a inteligencia é a unica arma contra o perconceito, a eloquência o ultimo reduto contra a ignorancia e o savoir faire, a ultima cartada contra a vulgaridade.
É natural que os blogs sejam prolongamentos dos seus autores, do que pensam, do que sentem e da forma como se posicionam na sociedade e na vida, ora - se assim for o caso - devo necessariamente apresentar-lhe os meus sinceros pesares pela forma não simplista mas simplória como encara a homosexualidade e, muito especificamente, o lesbianismo.
Saiba ainda, triste senhor, que o casamento civil é uma realidade em vários paises do mundo e que - ao contrário do que pensa - é um direito que assiste a todo e qualquer cidadão no pleno uso das suas faculdades mentais. Mais, existem direitos - somente consagrados pelo casamento - que são vedados aos homosexuais em paises como o nosso burgo lusitano, tais como a atribuição de reformas e pensões, a extensão de seguros de saúde e o acompanhamento hospitalar do(a) parceiro(a). Ora - e atendendo ao facto de as obrigações sociais - vulgo impostos, códigos de conduta penal, ect - serem as mesmas, só consigo justificar a ausência (por enquanto) dos mesmos direitos pela infeliz existência do preconceito, da homofobia e de pessoas como o senhor a quem tão respeitosamente me dirijo.
Assim, triste senhor, e na certeza de quem os homosexuais existem - até na sua própria casa de heterosexual orgulhoso um dia pode deparar-se com uma situação semelhante que, seguramente, não vai saber gerir - lutam pelos seus direitos e que não têm que existir de forma discreta porforma a não perturbarem as cabeças - quiça amedrontadas pela curiosidade da diferença e por medo do desconhecido - de pessoas como o senhor, despeço-me respeitosamente.
Fado
Desta é que foi, estalou-lhe o verniz. Que feio.
Eu que também dera o assunto por encerrado bem estranhei a urbanidade. Estava até tentada a aceitar o seu repto e sem ressentimentos comentar o post de Dogville, um excelente filme de um excelente realizador. Nem sei porquê, antes disso vim ver como estava esta saga e dei com o seu recente comentário. Estive quase para fazer o esforço de descer ao nível do seu último paragrafo e de lhe dar a resposta que me pareceu mais adequada mas pelos vistos sou mesmo uma senhora e por força dos genes vou ter pudor e recato. E esse parágrafo, porque não merece, não tem comentário. Só mesmo repúdio, não por falso pudor mas por dissonância: com pode quem tem vindo a apregoar moral(zinha) publica, dirigir publicamente a alguém tal observação?
Comento, isso sim, outras das suas afirmações:
"É verdade, nove em cada dez lésbicas vêm de um mau relacionamento com um “feio, porco e mau” ..."
Tenho que lhe dar os meus parabéns, para quem afirmava há menos de uma semana estar surpreendido por ter verificado que há muitas mulheres lésbicas (por outras palavras, por ver que há muito mais do que pensava), conseguiu em muito pouco tempo conhecê-las a todas, ou pelo menos conhecer bem uma amostra representativa, já que neste momento se encontra em condições de dizer como é que elas são. Sabe mesmo que 9 em cada 10 tiveram a tal má experiência. Caro fado, olha que não, se forma elas que lhe disseram isso estavam a brincar consigo. A verdade não é essa. Pessoalmente poderia argumentar, e explicar-lhe ilustrando com o meu caso pessoal. Foi precisamente com uma relação com um não feio, não porco e não mau, que percebi/assumi que era lésbica. Mas não vou perder tempo porque percebi que afinal quem gosta de despiques fracturantes é o Sr. e que nada que eu diga servirá nem que seja para elevar o nível de racionalidade do seu discurso.
Das suas afirmações no comentário de hoje, devo dizer esta achei extremamente engraçada: "Mulheres frígidas e com crónicas dores de cabeça são ás carradas."
Talvez sejam às carradas, sobre isso não sei muito, mas certamente e felizmente, estão perto de si ou de pessoas como o Sr.
Eu sei, nesta afirmação não apresentei argumentos e como gosta ou diz gostar de respostas com argumentos, por ser um assunto sobre o qual não me informei devidamente e com o qual não tenho proximidade, sugiro-lhe por ex: o relatório Hite de Shere Hite que é mulher, heterossexual e uma investigadora conceituada internacionalmente. Poderá dessa forma perceber melhor em que circunstancias, com quem e como isso acontece com maior frequência.
Não queria andar à procura de feridas ou traumas para explicar as suas opiniões, acreditava que eram fruto de reflexão e apenas diferentes das minhas mas o Sr, neste seu ultimo comentário (por gorar todas expectativas em relação à possibilidade de um debate correcto e educado), prestou-se a isso e terei de dizer que parece ser a confirmação de grande parte das teorias psicanalíticas que sustentam nos complexos de castração, na inveja no pénis e nos símbolos fálicos a explicação de muitos dos comportamentos do homem (não espécie mas sim género).
Se assim não fosse, não faria alusão tantas vezes a símbolos ou mesmo aos ditos e nem teria sentido a necessidade de dizer que "embora seja pequenote Deus o compensou com algo grande e que está satisfeito com a troca".
Afinal todo o seu discurso era bem mais simples do que eu pensei e assentava apenas na sua incompreensão acerca do carácter suplente do dito cujo.
Terá que aceitar a verdade, não só não importa o tamanho como também "a coisa em si mesma" pode ser dispensada. Lamento.
E remeto-o de novo para a dita obra de Shere Hite, que por mim, mesmo já estando a achar piada a isto, vou dar por terminado o meu comentário.
Despeço-me, aconselhando-o a descobrir que o planeta não gira em torno do seu penduricalho mas sim em torno do sol.
Seja feliz.
Ferónica
PS: Já agora, o que queria dizer com : "Em vez do dedo médio preferem o mindinho." ? Sinceramente, e sem ironias, não percebi. Pela minha experiência de observação da vida quotidiana (e que qualquer pessoa que olhe para os lados quando está parada nos semáforos pode confirmar), pensava que era mais uma coisa genética esta (ao contrário do pudor e recato) associada ao cromossoma Y, e que eram os homens que o preferiam, ao dedo mínimo com unha longa e como instrumento auxiliar da higiene pessoal. Como um substituto do cotonete e do palito. Agora baralhou-me, abalou as minhas referências provenientes do empirismo da vida quotidiana. Não percebi nada.
Lol!
Obrigada feronica pelos seus deliciosos comentários.
Sr. Fado Alexandrino, que tal ler e reflectir sobre a frase que eligiu para ilustrar o titulo do seu blog.
Opostos
Não imagina como me congratulo por a saber feliz e satisfeita com o homem que lhe deu "um trabalhão faze-lo compreender o universo feminino" apesar de o ter conseguido.
Você tem prazeres "próximos do céu". Nós, lésbicas, apenas temos prazeres terrenos o que se há-de fazer?
Mas como, pelos vistos, gostamos do que é terreno e não do que é paradisíaco, apenas lhe posso dizer a conhecida frase "gostos não se discutem" e, portanto, abstenha-se de tentar convencer as lésbicas a gostarem do mesmo que você - muitas delas, em que me incluo, até já experimentaram - com frases como esta "Pensem bem raparigas, não há nadinha que um homem , bem ensinado , não possa fazer."
Eu também lhe poderia dizer o mesmo relativamente a mulheres - que a maior parte das vezes nem têm que ser ensinadas o que nos poupa imenso trabalho e tempo - e explicar-lhe porquê, mas não o faço porque respeito a sua orientação sexual, apesar de você não respeitar a minha.
Posso também dizer-lhe que apesar do sexo ser muito bom e até terapêutico, não é tudo na vida que tem outras facetas, interesses e distrações.
Portanto, fique-se pela exploração dos "terrenos obscuros" do seu homem que eu cá me fico pelas minhas "singelas" explorações. Continue assim satisfeita que o que eu gosto é de ver gente a brotar de Felicidade. Acredite.
Mar da Lua disse...
Muito obrigado.
Se em vez de ter vindo toda excitada comentar lesse primeiro com atenção, a resposta genérica que dei (10:14 PM ) verificaria que as suas questões são lá compreendidas e aceites.
Quanto ao resto, o que é que se há-de fazer!
Eu sou assim um bocado para o bruto, mas olhe que quando me falam ao coração pareço manteiga (não leve isto para nenhuma piada brejeira Ao Último Tango)
Olá,
é de lamentar o que acabo de ler...
mas por falar em normalidade sr fado, amo fado... o meu marido canta, ja o pai tambem cantava...
se normalidade é amar um homem visto que sou mulher e vice versa... estando eu a falar em normal ... certo?
o que se chama aqueles homens que amam as mulheres mas que levam umas palmadas qd lhes metem os cornos qd vao pra casas de stiper?
ou ainda os ditos normais que praticam swing, ou que tem sexo a 3?
o que sao? tambem sao normais!!!!
desde qd a vida deles interfer com a sua? nao gosta de ver, nao olha!
simples...
mais simples nao ha!
olhe anormal, é ver o governo a dar curas e curas aos agarrados, qd ja lhes deu mais do k uma hipotese, e irem aos hospitais a custo zero... e eu querer engravidar e tenho que ir ao privado, pk no estado esta um caos... e nao comparticipa com nada...
Ferónica disse...
Então a sua colega falando de nós acha que o sexo com um homem para mim é algo de nojento, porque os homens cheiram mal, sabem mal, são muito pouco higiénicos e menos ainda cuidados na aparência, são brutos, não percebem nada de anatomia feminina, a mim particularmente chama-me ignorante, egoísta pede-me o contacto da minha mulher para averiguar se ela se acha bem fodida e eu devia ficar-me?
Se calhar tirar as calças e apresentar a nalguinha para me dar uma palmada de castigo.
É óbvio, ela própria o diz, que lhe calhou na rifa um daqueles que encaram as mulheres como um saco de batatas.
Convenhamos que algumas fazem bem por isso.
Ainda outro dia num qualquer programa de TV se focava que na realidade a esmagadora maioria arranja-se para sair de casa porque para o tálamo meia bola e força chega.
Claro que não me ia ficar e acabamos por trocar ideias de homem para homem.
Considere isto como um elogia a ela.
Quanto ao resto da sua intervenção, que agradeço, fez-me voltar aos tempos de escola.
Claro que li e tenho aqui O Relatório Hite, O Masters and Johnson e muitos mais livros sobre o assunto e assim vou preparar uma resposta, à sua altura.
Fico espantado como se perde tanto tempo com este personagem que nos é impingido a custo zero.
É pior que o caldo verde: não faz bem nem faz mal.
Grunhe por entre os dentes.
Candidata-se ao prémio Nobel da estupidez que por sua causa vai ser criado.
Tem problemas de afirmação e defende-se com a sua religião.
Conseguiu forma de chamar a atenção e todos nós estamos a alinhar nisso.
É um bluff.
Sr. Faduncho manhoso, vá para dentro, agasalhe-se e não se esqueça de tomar o xarope e restante medicação.
Você está mesmo mal.
Cuide-se ou entrará em coma, não tarda nada.
E depois? Quem lhe come os ossos? Não me diga que vai esperar, "lá em baixo", por um bichinho anormal que trate de si!?!?
Definitivamente. Você não existe.
Não presta.
Faço minhas as suas palavras, caro repórter. Tudo isto foi uma perda de tempo. De tempo e de energia.
Não interessa ao sr. Fado conhecer o que fica para lá das quatro linhas do seu quadrado e aposto que se divertiu imenso com a celeuma que invadiu o seu blog. Tudo isto, para ele, foi de uma piada sem limites, daquelas que granjeiam sonoras gargalhadas durante os almoços com os colegas de trabalho. Há pessoas que arremessam as palavras à toa, só pelo gosto de provocarem reacções e quanto mais leio, mais me parece ser este o caso.
E com isto não quero dizer que o sr. Fado não tem o direito à sua opinião, que não tem o direito de manter a sua visão reduzida do mundo, que não tem o direito de insistir nos conceitos do normal, do natural e do antinatural – ainda que a natureza, de onde provém a palavra, seja exímia em exemplos que contradizem a definição por ele aceite -, que não tenha o direito de existir fora do tempo em que vive. O sr. Fado tem direito a isso tudo. E nós temos direito a muito melhor.
As pessoas que aqui deixaram os seus protestos, as suas opiniões, os seus argumentos, as suas experiências, a sua tolerância, o seu humanismo, a sua boa vontade, mesmo a sua acção pedagógica merecem – sem dúvida – bem melhor do que isto. Merecem “adversários” e campos de batalha à altura da sua inteligência, coisa que o sr. Fado, e o fado-alexandrino.blogspot.com, manifestamente, definitivamente, e como tão bem ficou provado, não são.
E é por respeito a elas – porque a opinião, existência, inconsistência, etc, etc, etc do sr. Fado não me interessam - que aqui me quedo, também, a perder o meu tempo.
E enquanto o perco, questiono-me. Que faria o sr. Fado se um dia – hoje, amanhã, num futuro próximo ou mais longínquo – alguém que ele muito amasse; fosse irmão, irmã, filho, filha, neto, neta, sobrinho, sobrinha, pai, mãe, tio, tia… lhe dissesse que era homossexual?
E é engraçado que tenha achado o filme Dogville admirável… muito engraçado. Não trata esse filme de temas como o preconceito e a ignorância?
Feronica sem duvida dos comentarios mais inteligentes que li ate hj!! não percebo como perde tempo com "gentinha" deste tipo (aproveito pa vulgarizar)! Não são de factos dotados de sabedoria muito menos de inteligencia! aposto que não perceberam palavra do que escreveu, pois tal como é também típico do género teve a necessidade de recorrer a palavrões grotestos á falta de melhores argumentos!! Depois de ler todos os comentários considero triste e lamentavel a importancia que lhe foi atribuida, e ate mesmo o facto de ter sido exposto o blog deste senhor em muitos outros e polemica sobre isto gerada!!enfim... Fracas Figuras infelizmente estamos rodeadas delas, mas sorte que só é importante aquilo a que ou a quem atribuimos significado!
Contra factos não hã argumentos! O sr. é ignorante e ha d selo sempre...
Carla O. disse...
Muito obrigado.
Respondo-lhe com a máxima franqueza.
Seria para mim uma das maiores tristezas da minha vida.
Felizmente isso não aconteceu mas já vi acontecer.
E não me esqueço das lágrimas amargas dos pais (sabe, ainda há pessoas para quem a normalidade é normal).
A Carla O. que pela leitura do seu blog, aliás muito interessante, deve ser jovem já não está na idade dos porquês mas na idade dos ideais.
Quando o seu filho lhe aparecer lá em casa de mão dada com um matulão e lhe anuncie que aquele vai ser o seu novo namorado, provavelmente vai reagir da mesma maneira que aqueles que são contra a pena de morte até lhe matarem um ente querido.
Continue a viver essa idade de sonho e de ideias politicamente correctas.
Tem muito tempo para acordar para a vida.
Gostaria de afirmar que dou por finalizada a minha intervenção neste já quase debate lançado por sua excelência o iluminado.
Mas tal não posso garantir.
Porque depende do que esse "senhor" disser daqui em diante.
E receio não me suster sem estalar o verniz.
Tudo farei, contudo, para me manter ao MEU nível.
SAUDAÇÕES PLURALISTAS E RESPEITOSAS
Fico contente por saber que o meu comentário o fez voltar aos tempos de escola, fique por lá tanto tempo quanto lhe for possivel. Para mim a escola é intemporal. Conhecer, saber, aprender, perceber e outros verbos da mesma família, são verbos de dificil conjugação no pretérito.
Ficarei a aguardar a sua prometida resposta, já sem grandes expectativas.
Vá buscar os livros à estante e disponha do tempo que quiser para se preparar, eu não necessitarei de muito para lhe responder se for caso disso.
Ferónica
"Quando o seu filho lhe aparecer lá em casa de mão dada com um matulão e lhe anuncie que aquele vai ser o seu novo namorado, provavelmente vai reagir da mesma maneira que aqueles que são contra a pena de morte até lhe matarem um ente querido."
Não julgue conhecer-me, meu caro. Não pretenda tal.
Tenha uma boa vida, que eu vou à minha. Tenho mais do que fazer.
Ferónica disse...
Detectei um bocadinho de soberba na sua resposta.
Por favor não me desiluda.
Carla O. disse...
A menina julga que os seus queridos pensamentos fazem girar o mundo.
Não respondeu á questão.
Por uma maldade gostava que tal viesse a acontecer e então iriamos ouvir a sua voz.
Dê tempo ao tempo, que piores tempos virão.
Toma e embrulha!
Eu que bem te conheço, ando a avisar-te. Fecha o blog, rapazinho velho, e tira fotos para as miúdas. Nisso és sofrível e elas adoram-te.
Anonymous disse...
Chiça homem!
Você quando lê o que escrevo fica todo excitado.
Já lhe disse que não estou virado para aí.
Não gosto de homens.
Chame-me antiquado mas continuo a preferir mulheres, portanto desista de uma vez.
Contacte o Arrebenta que ele saberá dar-lhe a direcção dos melhores urinóis na zona de Lisboa.
Seja feliz.
Fado A.
Soberba? Só pode ter sido impressão sua ou qualquer falha minha. É coisa de que não costumo faser uso. Até porque imagino que a sua idade não me permita tal coisa sem ser deselegante.
Desculpe-me se foi essa a atitude que vislumbrou no meu comentario. É o que dá tentar não ser 100% espontanea. A subtileza não é o meu forte. O que queria realmente dizer dizer é que me espantou que uma pessoas que tem sempre opiniões tão fundamentadas e consolidadas precise agora de se ir preparar para me responder. Desculpe-me se ao tentar ser subtil encontrou nas minhas palavras algo que nelas não coloquei.
E para não cair no mesmo erro não volto a dizer que cá ficarei À espera.
Até quando quiser.
Ferónica
Compreendo.
É claro que tenho que preparar a resposta, não estou propriamente a escrever para uma menina que está ao balcão da Zara a aviar chita a metro.
Independemente de discordar da sua opção sexual sei reconhecer onde está inteligência e saber da vida.
Até daqui a uns dias.
LOL! Fado! Se isso é mau... então, na vida, já me aconteceu o pior. Se um dia um filho meu me disser que é homossexual, não há problema. Qual é o problema?
Sabe, conheço uma mãe cujo filho é gay e que trata o companheiro deste por "meu genro". É uma senhora com idade, se calhar, para ser sua mãe, criada num outro tempo, com outra mentalidade... mas, por dentro, muito mais jovem do que você - ou eu, for that matter - alguma vez será.
Cumprimentos!
Carla O.
não percebo como pessoas que lutam pelo direito à diferença , depois querem ser consideradas como pares.
A sexualidade é elemento importante na construção da identidade.Por muito que soe mal, a identidade da mulher heterosexual constroi-se, culturalmente, por oposição ( ou complementaridade) à masculina.As lésbicas são detentoras da principal e temível caracteristica masculina : querem-nos comer. É evidente que nunca vos veremos como iguais , apesar das maminhas e da crica. Serão sempre qualquer coisa que não percebemos bem. E claro , amigas, mas nunca amigas ( raras excepções), como as nossas amigas que nos podem agarrar na mão sem que estejamos de pé atrás, como as mãmãs avisaram , só querem é seduzir. Não sabemos como pensam : vosso cerebro é igual ao dos gajos? só pensam nisso?.
Engraçado verificar como as mulheres heterosexuais adoram os seus amigos gays. Estamos à vontade com eles ,são quase melhores que uma amiga do mesmo sexo. Corpo de homem , zero perigo.
Não podem ser diferentes e reinvicar depois igualdade de tratamento. POdem reinvicar , claro, e têm todo o direito , igualdade de tratamento juridico ,no que se refere a pensões, e outras coisas. Agora , obrigar á simpatia? Também temos direito ao nosso orgulho heterosexual , ou não?
E essa cena do casório?Andamos nós aqui a lutar para que essa treta machista desapareça , e vocês a dar-lhe:casamento é importante. Que raio de vanguardistas , a querer ressuscitar uma das mais caducas instituições da humanidade.
Já agora, não se esqueçam que relação entre pares é biológicamente estéril. Logo? meninos? é preciso pai e mãe.
Pronto , a vossa professora de metodos e tecnicas de investigação sociológica pode vir para aqui divagar à vontade sobre curvas de Gauss , que as estatistiscas e teorias são o que são : aproximações à realidade dum imnvestigador determinado a provar , com números, a sua visão.
Eu prefiro divagar à procura do sentido das coisas. Sem médias , modas e medianas. Á conversa.
E pobre Fado , sem preparação das pseudociências , a pensar que são ditas grandes coisas.
Senso comum, Fado , na nova vaga , já é erro não o ter em conta. Ciência social , a que trata destas coisas , está mil por cento dependente da ideologia de quem a faz. Mesmo que digam que não.
não percebo como pessoas que lutam pelo direito à diferença , depois querem ser consideradas como pares.
A sexualidade é elemento importante na construção da identidade.Por muito que soe mal, a identidade da mulher heterosexual constroi-se, culturalmente, por oposição ( ou complementaridade) à masculina.As lésbicas são detentoras da principal e temível caracteristica masculina : querem-nos comer. É evidente que nunca vos veremos como iguais , apesar das maminhas e da crica. Serão sempre qualquer coisa que não percebemos bem. E claro , amigas, mas nunca amigas ( raras excepções), como as nossas amigas que nos podem agarrar na mão sem que estejamos de pé atrás, como as mãmãs avisaram , só querem é seduzir. Não sabemos como pensam : vosso cerebro é igual ao dos gajos? só pensam nisso?.
Engraçado verificar como as mulheres heterosexuais adoram os seus amigos gays. Estamos à vontade com eles ,são quase melhores que uma amiga do mesmo sexo. Corpo de homem , zero perigo.
Não podem ser diferentes e reinvicar depois igualdade de tratamento. POdem reinvicar , claro, e têm todo o direito , igualdade de tratamento juridico ,no que se refere a pensões, e outras coisas. Agora , obrigar á simpatia? Também temos direito ao nosso orgulho heterosexual , ou não?
E essa cena do casório?Andamos nós aqui a lutar para que essa treta machista desapareça , e vocês a dar-lhe:casamento é importante. Que raio de vanguardistas , a querer ressuscitar uma das mais caducas instituições da humanidade.
Já agora, não se esqueçam que relação entre pares é biológicamente estéril. Logo? meninos? é preciso pai e mãe.
Pronto , a vossa professora de metodos e tecnicas de investigação sociológica pode vir para aqui divagar à vontade sobre curvas de Gauss , que as estatistiscas e teorias são o que são : aproximações à realidade dum imnvestigador determinado a provar , com números, a sua visão.
Eu prefiro divagar à procura do sentido das coisas. Sem médias , modas e medianas. Á conversa.
E pobre Fado , sem preparação das pseudociências , a pensar que são ditas grandes coisas.
Senso comum, Fado , na nova vaga , já é erro não o ter em conta. Ciência social , a que trata destas coisas , está mil por cento dependente da ideologia de quem a faz. Mesmo que digam que não.
Cientisra (que raio de nick é este?)
Você tirou algum curso de teoria existencial?
Só pode!
E provavelmente com nota dez. É pouco.
pseudo cientisra disse...
Muito obrigado pelo que escreveu.
A minha bagagem cultural e académica é muito limitada (como aliás já expliquei mil vezes)
Agora veja o moisés, de tudo apenas extraiu um erro de dactilografia.
Coitado!
Cara Sra pseudo cientista:
Disse que “ As lésbicas são detentoras da principal e temível caracteristica masculina : querem-nos comer.”
Significa isso que a principal característica masculina é temível? Olha que até muitas lésbicas discordam da sua opinião. A fase dos temores é naturalmente a puberdade, adolescência e início da juventude. Não são vulgares tais receios a menos que estejamos perante psicopatas ou sejamos portadores de alguma fobia. A mente é muitas vezes soberana e há receios e medos que apesar de só nela fazerem sentido, podem tomar conta de vidas e orientar rumos. Lamento que pense que as lésbicas têm o que mais teme nos homens, assim como também lamento que tema os homens por uma característica que considera ser-lhes intrínseca. Lamento ainda que tema que as lésbicas a querem comer e que por isso não possa ter nenhuma como amiga. É um receio seu e cujo fundamento, existe apenas na sua mente ou fora dela apenas em circunstancias muito particulares. Eu não quero. Por isso, pode desde já riscar-me da lista das lésbicas que a querem comer para assim ir reduzindo a sua ansiedade.
É muito estranho que o seu conceito de amizade seja sexuado. Amizade não tem sexo, ou melhor na amizade o sexo não interfere. Até a Rita Lee que tem fama de ser estouvada e assume publicamente essa condição, diz que Amor sem sexo é amizade. A insegurança que refere é sua, sentida por si, construída por si, com fundamentos ou não. Terá de resolver essa questão.
Não quero alongar-me em analises fortuitas dos seus motivos nem do seu discurso porque a cair na tentação de interpretações psicanalíticas ou até cognitivo-comportamentais, não gostaria do que seria oportuno comentar e nem me parece adequado fazer tais comentários publicamente, ainda que se encontre sem perfil publico.
Cara Senhora, deixe-me que lhe diga: o discurso do F. Alexandrino é um discurso algo conservador, discriminatório, ortodoxo e baseado em opiniões pessoais, crenças e convicções. Mas ainda assim, apresenta alguns argumentos que embora poucos são rebatíveis, permitem discussão. O seu discurso é de uma incongruência assustadora, porque ao contrario do F. Alexandrino, baseia-se no senso comum que tanto preza, no senso próprio e em factores irracionais. Em emoções, inseguranças, receios e falta de auto confiança, é o discurso de alguém que eu não posso rebater com ideias ou argumentos pois é uma pessoa que certamente (muito embora possa ser uma pessoa informada e culta), precisa de encontrar o equilíbrio. E não o digo por causa da sua posição em relação à homossexualidade mas sim pela atitude, pelo modo como integra os assuntos e os interpreta exclusivamente à luz de sentimentos e emoções próprias, pelo modo como se projecta nas problemáticas que analisa.
Tenho alguns (não muitos porque sou muito exigente com as amizades) e bons amigos de longa data. Constituem um dos grupos mais heterogéneos que conheço e em termos de género e de orientação sexual tem homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais. Talvez lhe pareça peculiar mas não receio que nenhum deles “me queira comer” e somos verdadeiramente amigos. Talvez não compreenda o que digo pois tristemente para si a amizade é uma coisa muito limitada uma vez que para seus amigos só pode ter mulheres heterossexuais que pela sua orientação sexual não possam desejá-la sexualmente e homens homossexuais que nas suas palavras têm “ corpo de homem e zero perigo” porque também a não desejam sexualmente. Para si o perigo está no desejo. E será que vejo um pontinho mau estar quando diz: “vosso cérebro é igual ao dos gajos? só pensam nisso” Minha Senhora, para quem vem fazer a apologia da sexualidade feminina hetero, tem um conceito de homem muito negativo. Há muitas lésbicas que não têm uma representação tão negativa do sexo masculino.
Diz a Sra: “É evidente que nunca vos veremos como iguais, apesar das maminhas e da crica”. Com essa afirmação tenho de concordar em absoluto. Ou quase em absoluto porque não costumo usar o termo nunca. De facto, apesar das semelhanças que enuncia, dificilmente a verei como igual. Não consigo.
Cara Sra, não diga que quero obrigar ninguém a nutrir por mim simpatia, é coisa que bem dispenso. Prezo muito o meu sossego e as relações sólidas e profundas, a simpatia casual-informal não me atrai. Apenas não quero ser discriminada e o que desejo é a indiferença. A minha luta não é pela simpatia é pelo direito à indiferença.
Embora não possa falar por todas as lésbicas, ao contrário do que possa pensar, somos tão diferentes umas das outras quanto os heterossexuais, asseguro-lhe que nem eu nem nenhuma das lésbicas que conheço nos esquecemos que nas relações homossexuais o sexo é estéril. Já o sei há muito tempo.
Imagino que quando disse: “ … a vossa professora de metodos e tecnicas de investigação sociológica pode vir para aqui divagar à vontade sobre curvas de Gauss , que as estatistiscas e teorias são o que são : aproximações à realidade dum investigador determinado a provar, com números, a sua visão.”
Suponho que se referisse a mim. Não o suponho por presunção mas apenas porque fui a única pessoa a falar em normalidade estatística. Esclareço-a que não tenho qualquer ligação à sociologia e muito menos sou professora de métodos e técnicas para essa área das ciências sociais. Contudo sinto-me na obrigação de lhe dizer a estatística e os métodos de análise quantitativa serviram primeiramente as ciências exactas onde o que é, ou é ou não é. Quero com isto dizer que o positivismo só foi adoptado e adaptado pelas ciências sociais (e a meu ver bem) porque havia a ambição de produzir investigação que para alem de validade interna possuísse validade externa, que apresentasse resultados susceptíveis de generalização. Minha senhora, se advoga o senso comum como alternativa à prova científica ou à argumentação lógica, é lá consigo. Eu fico mais descansada por saber que a investigação farmacêutica, por exemplo, se sustenta em princípios do positivismo e que faz uso da química, da biologia, estatística, etc.. que considera muito importantes os simples conceitos media, mediana e moda. Se assim não fosse nem um simples xarope para a tosse poderíamos engolir. Embora o seu discurso me leve a supor que sendo tão defensora do senso comum se costume medicar com xarope de caracol.
Eu percebo que se goste de divagações mas as minhas intervenções aqui não tinham esse fim. E já agora porque diz: “E pobre Fado , sem preparação das pseudociências , a pensar que são ditas grandes coisas.” Acha-se superior ao Fado só porque lhe parece que com o seu senso comum consegue perceber quando são as coisas ditas grandes ou não?
E o que quer dizer com : “Senso comum, Fado , na nova vaga , já é erro não o ter em conta. “
Espero que o seu médico não seja da nova vaga. O senso comum é bom e faz falta, mas é para outras coisas, por exemplo para nos sabermos comportar, para sermos pessoas adequadas, para não espalharmos a arrogância. Parece-me que embora preze tanto o senso comum não lhe está a dar o devido uso.
Não posso nem quero co-divagar consigo, e lamento, mas não posso limitar-me ao senso comum. E comunicar consigo de outra forma parece estar fora de questão. É uma pessoa com demasiadas certezas. Quem afirma: “Ciência social , a que trata destas coisas , está mil por cento dependente da ideologia de quem a faz. Mesmo que digam que não.“ Ou é autista ou Deus.
Não existe uma ciência social e ao contrário dos cientistas do senso comum, os chamados cientistas ingénuos, os verdadeiros cientistas, sejam eles das ciências sócias, da química, física quântica ou de qualquer outra área, se honestos, não fazem o que diz. São sim os do senso comum que investigam e dirigem a investigação de modo a obterem os resultados que o senso comum já lhes sussurrara ao ouvido. São aqueles que descendem dos adversários de galileu.
Devo ainda alertá-la para o seguinte: Manifesta de forma veemente o seu descrédito naquilo que diz ser “a ciência social” mas afirma: “A sexualidade é elemento importante na construção da identidade.Por muito que soe mal, a identidade da mulher heterosexual constroi-se, culturalmente, por oposição ( ou complementaridade) à masculina.”
Como sabe, identidade, cultura e construção da identidade, são conceitos das ciências sócias, nomeadamente da sociologia e da psicologia social. É uma contradição ou uma idiossincrasia? Afinal a ciência serve para os seus argumentos? A teoria da identidade social e o conceito de cultura estavam à mão para apoiar o seu discurso? Esqueceu-se que gosta de argumentos do senso comum, não da pseudo ciência?
Despeço-me mas não sem deixar uma mensagem para o fado: não dê importância, não acho que seja o “pobre fado” de que fala esta Sra. E deix o moisés, ele foi cortez. Indicou um erro de digitação, podia ter indicado vários ortográficos.
E outra para a Sra sem nome:
Embora nas divagações da nova vaga possamos recuperar conceitos obsoletos e até afirmar que é o sol que se move em torno da terra, a verdade é que quem se move é a terra ( e nós somos levados por ela). Não confunda retórica com argumentação.
Seja feliz
Ferónica
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