30 Jul 2008

O Saltitão


O namoradinho de Portugal já tem uma sinecura.
Ele, coitado, estava desesperado por se encontrar desempregado e assim em vez de se dar ao estado era o estado que lhe estava a dar.
Recorde-se que num gesto de grande nobreza

O actor e encenador demitiu-se da direcção do Teatro Municipal Maria Matos no passado dia 3, alegando constrangimentos do foro orçamental

Pois bem, este génio não podia simplesmente ser esquecido e vai de malas aviadas para o Dona Maria II, aquele casarão que não serve para nada ali no Rossio
Mas ele que se cuide e que se encoste com vigor aos amigos que possa ter nesses corredores escuros em que se move a Arte, é que:

a administração da instituição poderá ser dissolvida, "sem direito a indemnização", caso se verifique um quadro de "desvio substancial entre os orçamentos e a respectiva execução"; de"deterioração dos resultados da actividade"; ou "outras situações previstas no estatuto do gestor público".

Como diria qualquer estratega de guerra, proteger a retaguarda é meio caminho andado para a vitória.

29 Jul 2008

A Descolonização Exemplar


Pois! Foram esses mesmos fieis e leais mainatos que vos recambiaram, aos enxurros e encontrões, de sacas de plástico aviadas e atafulhadas de trapos, para os asilos do IARN. O que nos custou a aturar a vossa arrogância e corporativismo, corporativismo esse que vos valeu, reconheça-se o mérito, estarem todos mais ou menos bem de vida! Todos os retornados que conheço ainda hoje mantém a mesmíssima pose arrogante e cínica que os pobres pretos deixaram vingar.


Trinta e três anos após a descolonização, e sobretudo no contexto no meu blogue, o teu ressabiamento relativamente aos retornados não tem sentido. Que parvoíce! A história é a história, e seguiu o seu curso. As culpas relativas à colonização não recaem apenas sobre os arrogantes retornados que tanto te incomodaram porque não eram humildes nem discretos nem pequeninos.Tão criminosos são os executantes do crime como os seus mandantes, sendo que entre estes se encontravam todos os portugueses, tu incluído. O dinheirinho que o IARN gastou connosco em roupa em segunda mão, cobertores do exército, ovo em pó e alojamento para alguns, não era o teu: veio de África, da árvore as patacas que aquilo foi para o metrópole durante muito tempo. A tua visão da questão colonial é um bocadinho redutora, limitada. Não sabes da missa a metade e escapa-te uma certa abrangência, mas tu é que sabes, está à vontade

De um blog foram retiradas estas duas considerações sobre o colonialismo.
Hoje mesmo Helena Matos, na sua crónica no Público faz a comparação sobre o que os jornalistas viram no episódio da Quinta da Fonte e o que viram na vinda aos trambolhões dos portugueses da África Portuguesa.
Diz ela:

Entre Agosto de 1974 e o início de 1975 os portugueses em fuga de África mal se vêem nas páginas dos jornais. É claro que se fala deles mas com o incómodo e os rodeios de quem tem de dar uma má notícia no meio duma festa. Esta é a fase em que os fugitivos são necessariamente brancos pois assim facilmente se integram no estereótipo que deles traçam homens como Rosa Coutinho que os classifica como "elementos menos evoluídos que têm medo de perder as suas regalias" ou Vítor Crespo que os define como "pessoas racistas que não abdicam dos seus privilégios".

Infelizmente o artigo não tem link (é reservado a assinantes) mas só por si valia a pena comprar hoje o jornal.

Pode ser que o historiador Joaquim Furtado tenha um tempinho para o ler e assim na segunda série que irá dedicar à descolonização exemplar, aliás paga por todos nós, possa tirar as lentes vermelhas.

28 Jul 2008


Eduardo Pitta é um nome que dispensa introdução.
Não leve isto à conta de nenhum trocadilho picaresco.

Leu um livro do jornalista Ricardo de Saavedra e gostou imenso do mesmo.
E então resolveu transcrever dois apontamentos sobre dois momentos vividos em Moçambique, um em guerra, outro em paz.
Vejamos o primeiro:

Esse prólogo abre com a descrição metódica da chacina ocorrida a 16 de Dezembro de 1972, nas aldeias de Wiriyamu e Juwau, em Moçambique. As tais que, segundo Kaulza de Arriaga, nem sequer constavam do mapa. A prosa remete para o inferno: «Duas horas da tarde. Zona operacional de Tete [...] dois Fiat G-91 da Força Aérea despejam, em voo rasante, bombas incendiárias. [...] Enquanto um grupo se dedica à pilhagem e a incendiar cubatas, outro persegue quatro garotas, de 12 ou 13 anos, e arrasta-as para o mato. Numa clareira do capim alto, violam as miúdas, em fila. O Fuinha, quando acaba com a dele, enfia-lhe a automática na vagina e dispara [...] Os adornos de missanga que lhes envolviam o ventre levam-nos os ditos boinas-vermelhas ao pescoço, a servir de colar.»

Peço o favor de notarem aquele pormenor de “remeter para o inferno”
Vejamos a outra:

Não obstante, os quatro dias de ocupação do Rádio Clube de Moçambique, em Lourenço Marques (actual Maputo), bem como o controlo do aeroporto da cidade, são recuperados com precisão: a puerilidade de grande parte dos manifestantes, a esperança gorada em Spínola, os equívocos ideológicos, os choques de personalidade, o armamento sul-africano que não chegou e, last but not least, o acto falhado, nunca devidamente explicado, da omissão de Jorge Jardim. Como sabido, acabou em tragédia: milhares de mortos, êxodo de dezenas de milhares de brancos para a África do Sul (as fronteiras foram abertas), recidiva mais violenta em Outubro.

Aqui já foi mais brando, passou a tragédia
Mas Pitta não se fica e segue a toda a velocidade:

O Anexo 6 faz uma síntese perturbadora dos dias de brasa que assolaram a periferia da cidade: «O dono de um talho aparece pendurado pelas costas num dos ganchos do próprio estabelecimento. Noutros açougues foram encontradas crianças [...]».

Dias de brasa, é como Pitta analisa esta matança.
Não há dúvida o “historiador” Joaquim Furtado criou escola.
No seu blog (sem comentários) Pitta vem agora desculpar-se.
Leia-se:

De resto, no livro de Saavedra, há pontos de vista contraditórios: a denúncia dos excessos da guerra colonial, em particular o massacre de Wiriyamu (entra aí o contraponto com a barbárie descrita por Littell), traduz, se quisermos, um ponto de vista da esquerda; enquanto que a “defesa” do movimento secessionista se situa no outro extremo do espectro ideológico. Não me interessa a ideologia de Saavedra, do mesmo modo que não me interessa a de Littell. Quando faço crítica literária, comento literatura, não comento ideologias.

Pois é, está tudo dito.

Atestem Antes!


Pouco depois descolou da BA do Montijo um helicóptero EH101 Merlin, que, tal como os dois F16, tiveram de abandonar a operação e regressar às respectivas bases para reabastecer, pois não tinham combustível suficiente, explicou o porta-voz da FAP, adiantando que de seguida retomaram a sua missão".
Dos Jornais


Um infeliz piloto teve uma doença súbita, ainda conseguiu contactar o Centro de Controlo de Tráfego Aéreo de Lisboa quando se encontrava a sobrevoar Coimbra e acabou por se despenhar no mar a quinhentos quilómetros do Cabo da Roca.
Dois modernos aviões destacados para o interceptar e que tinham descolado de Monte Real ficarem sem combustível.
Um helicóptero do Montijo ficou sem combustível.
Voltaram para trás e segundo as notícias levantaram outros.
Parece mentira, mas foi verdade.

27 Jul 2008

Tenebroso


Como é que Robert Murat passa de tradutor a arguido?
Havia muitas dificuldades em encontrar tradutores. Precisávamos de muitos porque era preciso ouvir muita gente. Foi a GNR a sugerir o nome de Robert Murat porque falava fluentemente português e inglês. Era conhecido dos militares por ter ajudado informalmente nalgumas traduções. Passa a arguido por um conjunto de factores conjugados. Há um depoimento de Jane Taner que o reconhece quando o vê de costas e garante que é o homem que viu naquela noite com uma criança ao colo.

Mas Jane Taner era uma testemunha credível?
Nunca foi. Mas havia outras coisas. Telefonemas anónimos de pessoas que chegam a referi-lo como possível raptor.

Esses telefonemas anónimos aconteceram antes ou depois de a Jane Taner o ter reconhecido?
Não sei precisar, mas foi seguramente antes de ter sido constituído arguido. Seja como for, nada foi encontrado que relacione Robert Murat a este caso.

(Entrevista do futuro Nobel da Literatura ao Jornal de Notícias)

26 Jul 2008

Uma sálopice


Obama é o novo presidente dos Estados Unidos da América.
Foi eleito por Clara Ferreira Alves do Expresso, Ferreira Fernandes do Diário de Notícias e por toda a equipa de esquerda do Público, de que não se diz os nomes porque são mais que muitos.

Claro que ainda há a maçada de umas eleições mas tenho a certeza que o povo americano conhecendo a opinião destes vultos não vai fazer nenhuma asneira.
Até é justa esta eleição.

Todos já sabemos que Obama é maravilhoso e gosta muito de todos nós.
Vai mudar a face da terra, vão acabar as guerras, os pobres vão ficar menos pobres, os ricos também menos ricos, a América vai voltar a ser respeitada e até amada, vai chover nas terras desérticas e o Benfica vai ser campeão europeu (bem esta é exagero, mas pode ser que passe) e, claro está, o problema da Quinta da Fonte vai terminar, pode ser que até termine a própria quinta e a sexta mas isso veremos.

Faltava conhecer o Homem.
Mas quem tem Ana Sá Lopes tem tudo e ela hoje nas páginas do antigo jornal do regímen conta-nos.
Vale a pena ler:

Uma mulher de 48 anos veio de Magdgebourg, a 120 quilómetros de Berlim, para ouvir Barack Hussein Obama, que há algumas décadas tinha sido um miúdo preto "com um nome esquisito", como ele próprio escreve na sua autobiografia Dreams of my Father, e hoje é o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos da América. A mulher chama-se Barbel Unterseher e foi desencantada pela AFP no meio da multidão no centro de Berlim em êxtase perante Barack Obama, o homem que lhes foi falar "não como candidato à Presidência, mas como cidadão".

Fantástico.
Estavam lá duzentas, trezentas mil pessoas, outros dizem que estava lá mesmo toda a Alemanha e com uma certeza maior do que os livres do Cristiano, o fulano da AFP consegue acertar nesta senhora.
Parabéns.

Mas Ana quer ir mais fundo e descobre que
“As mulheres, e alguns homens, querem beijar Obama - há um evidente sexual power que irradia do homem, independentemente dos outros itens mais objectivos que produzem o fascínio da candidatura.”

Bem é lá com ele, mas se quer copiar o Kennedy e o Clinton não pode deixar que as ana’s digam estas baboseiras.
Até porque Sá Lopes acha que “Obama quer refazer a aliança com a Europa destruída por Bush, diminuir as emissões de dióxido de carbono,” e muitas mais maravilhas como já se escreveu lá atrás.

Ora um fulano a ser beijocado por todos tem pouco tempo para o Mundo.
Veja-se o Clinton.
Era só uma a beijá-lo (bem é uma forma de o dizer) e mal tinha tempo para fumar em paz o seu charuto quanto mais consertar o Mundo.

25 Jul 2008

Quente Muito Quente


Gonçalo Amaral sabe que a garota esteve guardada numa arca frigorífica, só não sabe onde.
Infelizmente por razões derivadas com os royalties que vai receber da venda do seu livrinho não pode divulgar a marca.
Nós e o Pasquim da Manhã sabemos.
Foi nesta.

23 Jul 2008

Alexandra Solnado em Masculino


Gonçalo Amaral, um incontinente verbal, acredita que a miúda inglesa foi morta acidentalmente pelos pais e que depois sabe-se lá como a fizeram desaparecer.
Apenas não consegue provar as suas crendices.
No caso da mãe da Joana foi muito mais fácil de provar aquilo em que ele acreditava.

Tudo isto vai relatar no seu best-seller cujo começo gulosamente o Correio da Manhã vai publicar em folhetins.
Aqui vai um exemplo:

Estava sentada entre Gerry McCann e David Payne, quando ouviu este último perguntar se ela, talvez referindo-se a Madelein, faria ‘isto’, começando em acto seguinte a chupar um dos seus dedos, o qual entrava e saía da boca, insinuando um objecto fálico,

Talvez, terá sido e outras construções gramaticais do género não abalam a certeza do romancista.
Este homem é muito perigoso.
Representa todo um modelo em como a polícia vê o cidadão.
Hoje já pode fazer pouco mal.
Ontem podia enviar qualquer um de nós para a cadeia, apenas por acreditar.

19 Jul 2008

Tadinhos


A namoradinha de Portugal ontem deu cabo do stock de aspas que havia lá no Diário de Notícias.
E qual o motivo perguntarão, todos curiosos.
Pois foi muito simples.
Era preciso escrever um texto sobra a Quinta da Fonte e para explicar o inexplicável havia que fingir que certas palavras não existem.

E assim lá tivemos “pretos”, “ciganos”,”bairros problemáticos” , “problemas de integração” e todo o linguarejar em que a esquerda é eximia quando qualquer caso ocorre e foge às regras em que deve ocorrer, ou seja a versão oficial que deve ser a verdadeira.
Neste caso, cada dia que passa é mais uma machadada nas ideias do bom selvagem que a Doutora Fernanda Câncio (é dela que falamos) tanto gostaria que fossem verdadeiras.
E ela explica:

Sendo isto óbvio, deve sê-lo também o facto de o conflito da Quinta da Fonte não constituir necessariamente um conflito de contornos racistas (aliás, será que alguém já percebeu que conflito é aquele, exactamente?)

Tanta ternura para tentar dizer que aquilo que todos vimos não existiu, comove.
Mas infelizmente sabe-se agora que noventa por cento da população, com carro à porta, plasma no interior e caçadeira na mão, vive do RSI.
Quer dizer não é bem viver, este serve apenas para dar uma ajudinha nos biscates que se fazem por fora.
Soube-se também que quase ninguém paga água, luz ou gás.
Porquê?
Porque os fiscais se recusam a entrar no bairro para cumprir as suas obrigações.
E, claro, as rendas já vão numa dívida de milhão e meio de euros porque quase ninguém está para pagar o valor absurdo de cinco euros.
Mas a doutora Câncio não consegue ver isto e outra ilustre jornalista a senhora Kathleen Gomes do Público consegue ainda ser mais poeta.
Ei-la:

"Devem ter ficado com medo, pensando que os pretos se iam vingar neles. Mas nós não somos assim. Nós vingamos quem nos tocou na pele."
O tom pode soar ameaçador, mas não é. Antónia é doce

Estas senhoras jornalistas só vão aprender quando sofrerem o efeito Mário Crespo.

16 Jul 2008

Ela Sabe


A Câmara Municipal de Lisboa prepara-se para dar a Casa dos Bicos a Saramago para ele lá colocar a sua biblioteca.
Isto é uma perfeita asneira como já se pode verificar pelo negócio que o Governo fez ao dar o Centro Cultural de Belém ao Berardo para ele lá guardar os seus quadros.

Acresce mais uma questão fundamental.
Se algum escritor tem direito á casa dos bicos, só há um nome que além da capacidade de escrita também tem capacidade técnica.
É a Margarida Rebelo Pinto.

Não deixe que este bico seja estragado.
Reclame.

15 Jul 2008

Isto não é um Jardim


Variação das acções BCP

Variação a 1 semana -15.04
Variação a 1 mes -36.28
Variação a 2 meses -39.60
Variação a 3 meses -46.68
Variação a 6 meses -60.71
Variação a 12 meses -73.54



Tem uns trocos nos bolsos?
Então aproveite para comprar umas acções do BCP que vão ser documentos históricos para emoldurar e mostrar aos seus netinhos que sim, é verdade, houve uma vez um Banco em Portugal que valia muito, muito, muito dinheiro e que depois já não valia nada.
Ou seja quem tinha um pedacinho do BCP há um ano hoje só tem uma mão cheia de problemas.
Se ainda por cima pediu crédito para se aventurar na Bolsa, pode já ir pensando numa maneira suave de se suicidar.
Ou então não seja tão dramático e peça um Subsídio de Rendimento Mínimo.
Assim como assim ele é dado a tanta gente.

13 Jul 2008

Tudo bons rapazes


Num bairro social, onde pelas imagens é difícil encontrar um lugar vago para estacionar as carrinhas Ford Transit, um grupo de pretos atacou a tiro um grupo de ciganos.
Foi tudo filmado e transmitido em horário nobre pelas queridas televisões.
Parecia um filme “amaricano”.

De imediato os senhores políticos foram à televisão explicar que, acima de tudo, o que tínhamos visto não correspondia aquilo que devia ser visto e que se víssemos com muita atenção não havia nada para ver.
É como filme do “dá-me o telemóvel já”.

Por uma feliz coincidência acabo de ver o filme brasileiro “Tropa de Elite” que comprei numa feira numa banca de ciganos.
É excelente.
Dentro de dez anos pode fazer-se em Portugal.
Em determinado momento numa aula de uma universidade cara do Rio discute-se um trabalho de casa e uma das autoras de mesmo lê “o problema das favelas é que (eles) pela sua condição social são compelidos a cometer delitos”.
Os nossos melhores vultos da esquerda não desdenhariam assinar por baixo.

Por fim, sem surpresa nenhuma, soube que graças às leis socialistas que acreditam que não há bandidos e que só há jovens os dois fulanos que foram filmados a disparar em plena luz do dia foram mandados em paz pelo senhor juiz.
Motivo.
Não houve flagrante delito.

12 Jul 2008

Não há dinheiro, não há vícios


O senhor ou a senhora estão mais ou menos na vida e resolvem comprar um carro.
Depois de lidos muitos panfletos publicitários, consultar a opinião de amigos e várias visitas aos stands lá se decidem por um dos modelos e dão um pequeno sinal para oficializar a compra.
O vendedor muito amável informa que só vai ter o popó dali a sete meses.
Contrariado aceita.

Mas dois meses depois a sua querida firma muda-se para o Paquistão e o seu lindo emprego e o seu lindo ordenado evaporam-se no ar.
Vai a correr ao stand para anular a ordem, mas o amável vendedor, agora já não tão amável, diz-lhe que assim vai perder o sinal.
Que remédio, não há volta a dar, até porque agora além de não ter dinheiro não precisa do carro para nada.
E pronto de orelha murcha mas ligeiramente aliviado lá volta para a sua casinha.

É isto que Manuel Ferreira Leite quer fazer em relação aos trilhões que o Governo quer gastar do que não tem.
O Homem de Aço acha que pelo contrário, deve comprar o carro, deixar de comer e morrer de fome sentado no mesmo, parado à porta da Misericórdia
.

11 Jul 2008

O Spartacus moderno





















O “diamante português”, muito mais valioso que “o menino de oiro” anda triste.
Este também anda mas fica para outra crónica.

Ora não se percebe porquê, pois tem tudo o que um rapaz na sua idade pode aspirar, dinheiro, carros, mulheres, vivendas, sapatos de salto alto e fama.
Muita mas mesmo muita fama.
É claro que deixou de ter a Merche Romero, pelo menos oficialmente, mas a verdade é que ela também já estava assim um bocadinho pró gasto e as noitadas malucas acabavam por dar cabo dela.
Agora tem uma nova namorada (quando este fabuloso artigo sair, pode já não ser a mesma) que é espanhola muy guapa e que todos nós conhecemos em todo o detalhe.
Quem tiver vido em Marte nos últimos dez meses p.f. veja a foto.

O patrão que como já devem ter adivinhado é o Manchester United anda preocupadíssimo com o seu diamante que chegou lá em estado completamente bruto, na England chamam-lhe The Jardim Rough Gem Type e agora quando exposto à luz de uma nota de 100 libras brilha intensamente.
E hoje veio a saber-se que ele se sente “escravo”.
É muito preocupante este sentimento que assola a nossa pedra preciosa que precisa de estar em plena forma para fazer aqueles anúncios espectaculares para o BES.

Dizem que é por o clube não o deixar ir para Madrid para ao pé da amada ou nas suas palavras !aquela que m’ama”.
Pode ser e rogo a Deus que sim, mas depois daquela cena do dono dos carros de corrida com aquelas actrizes que faziam o papel de, bem este é um blog sério e não vamos escrever ordinarices, temo que isto seja moda lá na terra do porridge.

10 Jul 2008

José Miguel Silva


Num blog levantou-se o problema dos casamentos entre gays e a situação muito engraçada de duas senhoras lésbicas que importaram um norueguês para depois de lhe espremerem os tomates fabricarem um filho.
Gosto muito destas discussões pois aprende-se imenso.
Um senhor gay depois de explicar a infância confessa que “não foi por isso que eu me tornei homossexual”.
Ainda bem que o diz pois anda por ai a ideia que eles, coitados, já nascem com aquele defeito.

Outro senhor, exactamente o do título, diz-nos coisas magníficas.
Ouça-mos:

O sucesso dos gays é avassalador, sim senhor, mas só no campo das artes e do espectáculo. Experimente um gay assumir a sua condição em áreas profissionais menos intolerantes, e verá como o encaram patrões e colegas. A verdade é que a esmagadora maioria dos gays não pode assumir que o é, e porquê? Porque tem medo do olhar reprovador e das decorrentes sanções por parte de alexandrinos e outros fados. As marchas do orgulho gay são uma reacção psicológica a milénios de descriminação e de auto-recriminação. Os gays decidiram a partir dos anos 70 que não tinham que se envergonhar de o serem, daí a revindicação do orgulho. É essa luz que fazem sentido. Quem não percebe algo de tão evidente como este natural mecanismo de auto-afirmação, mais valia guardar os seus comentários para as assembleias-gerais do Benfica.

O que temos aqui de muito engraçado é que ele julga que há profissões onde não se pode ser gay, mas o Silva está enganado, o que simplesmente acontece é que eles próprios reconhecem que o que fazem é indigno e por isso lhes causa vergonha.
Se ser larilas fosse uma coisa normal quem é que se preocupava com o caso?

Outro senhor achou ser gay em Lisboa é mais fácil do que em Bragança.
Tem razão, há mais farmácias de serviço para comprar o K-jelly.

Ficamos também a saber que trinta anos depois das marchas carnavalescas que fazem por todo o lado para deixarem de se envergonhar e para envergonhar, o Silva ainda acha que há por aí muitos envergonhados.
Não há pachorra!

Pode ler tudo aqui

9 Jul 2008

Pim Pam Pum


Isto tem que parar!
Tínhamos a melhor polícia do mundo que não deixava nada por resolver e encontrar os culpados, até se dizia por brincadeira, que conseguia arrancar confissões a mortos.
Durante décadas nenhum culpado ficou inocente, embora alguns inocentes tenham sido culpados.
É o preço de andar por sítios maus a horas más sem ter nada que lá estar.
Mas adiante que o interessa aqui, é o futuro como muito bem diz O Homem Que Nos Guia.

E não é que de repente a melhor polícia do mundo começa a patinar e a deixar de resolver um crime aqui, um roubo acolá, agora é um desaparecimento, logo um colarinho branco que se suja, enfim coisas.
E pior ainda o AllGarve transformou-se no poço sem fundo dos senhores inspectores.
Setecentos almoços e duzentas e oito garrafas de Hankey Bannister depois lá conseguiram resolver o caso da garota inglesa (para quem não sabe p.f. veja o post anterior).

Ainda estavam a comemorar, lá vai mais uma garrafa, e um energúmeno disparou sete-tiros-sete contra O Homem Que Nos Guia.
Felizmente que ele já tinha saído há meia hora e assim dos tiros apenas dois acertaram na cobertura de um pavilhão não fazendo mossa nenhuma.
Foi aberto um rigoroso inquérito.

Ora é possível que o rigoroso inquérito não leve a nada.
Mas aqui é muito fácil encontrar o culpado.
Vamos lá dar uma ajuda.
Chegaram atrasados.
Dispararam de longe e sem qualquer perigo.
Não acertaram em nada.

Ora se foi no AllGarve onde os senhores futebolistas internacionais gostam de passar férias e descansar depois daquele torneio de pontapé na bola que houve, está-se mesmo a ver que…

Dois mais dois igual a quatro não é verdade.
Quem é que me arranja o telemóvel do senhor Presidente da Câmbra para eu dar a dica?

8 Jul 2008

Briqin nius


Está quase a sair de cartaz e portanto é a melhor altura de esclarecer o que aconteceu no Caso Maddie.
Uma grande parte do importante documento que se segue foi baseado em documentação do Pasquim da Manhã, do Presidente da Câmara de Alhures e claro está de fontes muito bem informadas da Polícia Judiciária (a melhor polícia do mundo).
Ora vejamos então.

Por um motivo que ainda não se conseguiu explicar mas que pode estar relacionado com o vinho Rosé, a mãe ou pai ou um dos amigos que com eles viajavam mataram acidentalmente a miúda.
Contactaram então imediatamente uma altíssima personagem no governo britânico que lhes segredou como deviam proceder.
Foram todos jantar e à décima garrafa tiraram à sorte qual iria fazer desaparecer a miúda.
Assim o fizeram e embora não possa ser provado inclino-me e inclinamo-nos os outros atrás mencionados para uma hipótese quase certeza de que foi depositada numa câmara frigorífica construída no subsolo da igreja.
Como parte das instruções recebidas encontraram e apresentaram às autoridades um parolo da mesma nacionalidade para despistar.

Entretanto a alta personagem enviou a Sky News que com o espalhafato que lhe é habitual criou centenas de pistas falsas apenas para terem o sharing muito elevado e arranjarem problemas aos inspectores que desanimados passavam horas a almoçar (por falta de apetite) e beberricando sete ou oito whiskys (para acalmar a úlcera que isto estava a criar nos seus estômagos).
A vinda desta cadeia de televisão teve o mérito de o AllGarve poder ver Anna Botting em carne e osso, mais aquela que este.

Retomemos portanto a história.
E aqui há um período em que mesmo a melhor polícia do mundo está confusa.
São três meses.
E nestes três meses a garota foi vista em trinta e dois países de todos os continentes.
E enquanto toda a gente apostava em qual seria o próximo país a ser visitado, o casal alugou um carro, foi buscar a miúda e levou-a para Espanha, onde seguindo instruções dadas pela mãe de Joana a fez desaparecer.
E após isto desapareceram, também, para Inglaterra.

Prontos, está dito!

7 Jul 2008

Ti nó ni


Cá está uma notícia anual.
Começou a época dos incêndios.
Há dez, há vinte, há trinta,há cem anos, seja qual for o governo e sejam quais forem os milhões espatifados nunca falha esta estreia sempre esperada.
É um clássico.
Os senhores reporteres vestidos no Coronel Tapioca entrevistam os senhores bombeiros vestidos de protecção civil.
O que ambos querem debitar é numeros.

-Temos aqui setenta e duas viaturas, treze corporações, dois meios pesados (Alfa 14 e Beta 36) e sete meios ligeiros, duas motos, trezentos e noventa e dois homens está tudo no terreno.
-E quando espera ter a situação controlada?
-Quando arder tudo.
-Obrigado senhor comandante, e prontos Zé é tudo aqui do Monte do Entulho.

Ora aqui convêm recordar algumas pequenas verdades.
A esmagadora maioria dos fogos é combatida por voluntários (ainda que alguns sejam pagos pelo voluntariado) que durante dez meses ao ano, o maior fogo que viram foi do fósforo que lhes acendeu o cigarro.

Começa a saison e lá vão eles para o matagal todos garbosos e cheios de sirenes e adrenalina.
Depois é o que se vê.
Convêm recordar que salvo erro ou omissão só há bombeiros profissionais em três ou quatro cidades portuguesas.
É o mesmo que pedir ao roupeiro da selecção para substituir o Ronaldo.
E daí…

Nota: Ontem ardeu mais um bocadinho da baixa. Conforme ouvimos os senhores populares dizer, era de esperar e resta esperar que volte a acontecer.Foi aberto um rigoroso inquérito

6 Jul 2008

Saloios



Vasco Pulido Valente tem um curriculum impressionante.
Não se lhe conhecendo nenhum feito espectacular nas guerras pode orgulhar-se de ter conquistado uma das mais belas (e inteligente) mulheres de Portugal e de ter casado duas vezes com outra (um pouco menos).
Os seus inimigos dizem que nunca sai de casa e que perdeu por completo o conctacto com a vida, com as pessoas, com a realidade.
Mas isto não é verdade.

Hoje ele conta-nos uma viagem que contrariado, (ora pois não), fez à terra natal do Homem das Botas e donde concluiu que Santa Comba Dão o que quer é
“Uma clientela para o café ou restaurante do sítio e pacóvios para uma barraquinha ou duas de "recordações".”
Isto a propósito de um tal Museu do estado Novo.

É muito normal os intelectuais das capitais julgarem que os outros lugares são “sítios” habitados por “pacóvios”.
Deslocam-se a esses “sítios” sempre em romaria para verem os nativos de preferência velhos sentados à porta dos cafés, o que dá sempre fotos muito realistas, comeram na tasca local que consideram sempre “pitoresca” e aproveitam para respirar o ar puro ao mesmo tempo que arregalam os olhos quando um pastor lá calha a passar.

Ontem ao ver uma reportagem sobre Ponta Delgada, que a mostra como uma linda cidade e a propósito da inauguração de uma obra espectacular que foi feita na marginal o reporter perguntava a um responsável:

-Isto é uma espécie das Docas de Lisboa?

O outro respondeu-lhe que as coisas tinham que ser vista ao tamanho local.
Eu gostava era que ele o tivesse mandado à merda, com vossa licença
.

5 Jul 2008

Marido e marido por toda a vida


O Diário de Notícias sempre foi e sempre será o jornal oficioso do governo.
Está-lhe no sangue, são mil anos de experiência.
A doutora Fernanda Câncio é a namorada oficiosa do nosso primeiro.
Ontem, em conjunto, abateram, algures, mais uma árvore para fazerem um artigo dado à estampa no primeiro.
Claro que tinha que ser sobre o assunto de momento.
A entrevista de Manuela Ferreira Leite.

Na mesma entrevista já analisada pelos maiores cronistas de direita e de esquerda a senhora disse duas ou três coisas que são de arrepiar, a saber, o país não tem dinheiro para nada, se quiser contruir o TGV e o novo aeroporto vai ter que se endividar, ainda mais, no estrangeiro e nenhuma destas obras apresenta qualquer benefício para o país.
Ainda pior, como tem sido demonstrado, nenhuma delas é necessária.
Isto claro que coloca em causa o namorado da doutora Fernanda Câncio.
E o que faz ela?

Reduz a entrevista a temas sexuais, uma das suas conhecidas fantasias.
À pergunta final sobre casamentos entre gays, lésbicas, transexuais e outras coisas tais ela respondeu que sim” podem casar mas chamem-lhe outra coisa que casamento não é”.
Isto não os satisfaz, são seres muito dificeis de satisfazer, como aliás a doutora Fernanda Câncio também é.

E por isso ela acha que Manuela Ferreira Leite
“ não quer ser "suficientemente retrógrada" ao ponto de se dizer "contra" as relações homossexuais. Só o suficiente para dizer que são indignas de um estatuto de igualdade discriminatório.”

Ora a namoradinha de Portugal não compreendeu nada da pergunta e muito menos da resposta.
Aqui não se trata de dignidade ou não.
Trata-se de classificar de forma diferente o que é diferente.

Ou quando a bigamia for autorizada (lá chegaremos) também de falará de casamentos multiplos?

3 Jul 2008

Obrigado L.


A Ana vai casar em Setembro.
A Ana , porque não teve pai e porque foi filha de uma jovem mãe, é filha de muita gente. E também minha, muito minha e eu muito dela. É filha do que depois foi marido da minha irmã. Mas antes, foi-o da minha mãe, do meu pai, da minha outra irmã, minha, e um pouco do que depois foi meu marido.
E a Ana, porque teve tantos pais, sabe ser mãe de todos.
A Ana sempre quis vestir um vestido de noiva e casar.
Vai casar de vestido de noiva.A Ana vai casar para levar a vida para a frente.
A Ana é uma representação das nossas vidas: vivemos para levar a vida para a frente.

Este texto foi-me enviado por pessoa amiga.
Neste mundo ser mulher é muito dificil.
Para conseguirem algo têm que ter o dobro do valor dos homens e quando o conseguem, nos corredores, alguém há-de sussurrar, é uma puta.

E por isso aqui faço esta homanegem, em primeiro lugar à mulher que me mandou o texto, em segundo lugar à Ana e em terceiro a
Josey Aimes que neste filme visceral baseado em factos reais mostrou contra tudo, contra todos e especialmente contra todas que se pode ganhar se nunca se desistir.

Recomendo:
Sejam como estas mulheres.
Vejam este filme.

2 Jul 2008

Prioridades



Manuela Ferreira Leite deu ontem uma entrevista exemplar à terrível editora de politica nacional da TVI de seu nome Constança.

Em resumo disse que o Governo tem que explicar a ela e por ela ao País onde é que vai buscar o dinheiro (quincalhões de euros) para pagar as obras que grita todos os dias.
Explicou ainda que é muito fácil anuncia-las em tempo de eleições se a factura for para pagar daqui a vinte anos.
É mais ou menos a mesma coisa que ter-se sessenta anos, oferecer um Ferrari dos mais caros à namorada de trinta e assinar um papelinho a dizer que o pagamento é para daí a quarenta anos.

Manuela Ferreira Leite disse com muita clareza que não há dinheiro para nada.
Nem para TGV’s nem para Alcochetes nem para Mundiais de Futebol, nem para o que quer que venha à cabeça do Homem Providencial.
Como era de esperar os três maiores jornais portugueses dão relevo nenhum.
Perdão, o Diário de Notícias resumo tudo a “Ferreira Leite admite discriminar casais 'gay'”.
E tem razão.

Quando o mais importante em Portugal é este terrível problema da larilagem é sinal de que tudo está a correr belamente.
E portanto Ferreira Leite não tem razão.
Agora é preciso baixar o preço da vaselina para nos doer cada vez menos.

1 Jul 2008

Graças a Deus!



Milagre!

Um simples processo disciplinar curou da noite para o dia a Dona Ana Maria Brandão que já foi mostrada nos telejornais a sair quase entrevadinha de um carro para ir trabalhar na Junta de Vitorino de Piães lá para o Minho.
Ouçamos as sábias palavras:

"Foi uma graça do Cristo crucificado. Ela bem merecia, depois de quatro anos a sofrer, acamada e sem poder fazer nada", atestou Maria das Dores Lima, uma conterrânea de Ana Maria, contando que o suposto milagre terá ocorrido no feriado do Corpo de Deus.

A Dona Brandão com a ajuda da família lá se arrastou até ao hospital, oops! perdão, até ao Santuário do Bom Jesus e como ela mal podia falar foi o afilhado que “começou a chorar e a pedir ao Senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento”.

E então ó crentes, a Dona Brandão sentiu “um grande calor por ela abaixo” e curou-se!
Atrevo-me a dizer, que na realidade há aqui dois milagres.
Um provocado pelo tal papel.
O outro é de tal maneira magnífico que se a Dona Ana Maria Brandão conseguir ensinar a outras senhoras como o obter, todos nos vamos regozijar.

Palavra do Senhor Correio da Manhã, onde pode ler este facto miraculoso e muitos outros