30 Jul 2007

Adeus


Vi-o no Apolo 70, se bem me lembro no longínquo ano de 1975.
Quando o filme terminou estava num estado de admiração, quase petrificado.
De todos os seus filmes, considero-o a obra sublime.
Ingmar Bergman partiu, deixando uma obra impar para os apreciadores de cinema.
É pena que os imortais, não o sejam de facto.

Todos ao monte


Disclaimer
Se pertence à comunidade LGBT, não leia mais.
Contem opinião que pode ser, embora não seja essa a vontade do signatário, pejorativa.

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Estamos numa época em que o pudor, o respeito e a honra são palavras vazias.
As modas são as causas fracturantes, a dissolução de costumes e da família.
Agarra-se na ciência, a mesma que dizia que as sardinhas faziam mal e agora já fazem bem, para justificar todas as aberrações.

O professor Charrua, que de professor não tem nada, pois há mais de vinte anos que não dá um aula e estava muito bem sentadinho numa secretária, a redigir ofícios, chama filho da puta ao primeiro-ministro e toda a gente acha bem.
Um autarca transfigurado de médico e que por acaso também é sócio do partido comunista coloca uma tarjeta gozando com o ministro da saúde num posto médico onde devia mas era estar a trabalhar e é muito aplaudido.
O poeta Alegre confessa-se cheio do medo de falar no Portugal da União Europeia no século vinte e um, e ninguém se ri.
Milhares de escutas telefónicas que provam a total corrupção no futebol profissional são deitadas para o lixo, por um problema processual e todos acham normal.

È por isso que pequenos casos mostram como se chega a isto.
No seguimento dos post em que dei a minha opinião sobre as mulheres que gostam de ir para a cama com outras mulheres recebi insultos avulsos e por obrigação fui visitar alguns blogs dessas pessoas.


Num deles, uma delas fez um cagalhão num prato de sopa, fotografou-o e enviou-mo como presente.
Presumo que olhando-se ao espelho achou que estava a ver uma senhora.

Noutro uma pessoa que externamente é uma senhora, bem uma menina, foi passar férias com a mãe e achou muita piada que as tenham tomado por lésbicas, devido aos carinhos que trocavam, enternecidas, em público.
E riram-se muito, com aqueles gritinhos femininos.

Noutro, uma senhora já de certa idade e mãe (um azar qualquer pessoa tem) conta-nos uma festinha a que compareceu.
Vamos ouvi-la:

Miúda gira na noite a fazer-se a uma amiga.

Eu – Então, trouxeste a película?
Amiga – Oh pá não! É que o rolo não cabia na mala, e a minha mala grande não fica bem com estes sapatos… Pode ser que ela tenha trazido, já viste o tamanho da mala dela?
Amiga – Tu não acreditas no sexo seguro pois não?
Eu – Porque dizes isso? Claro que acredito…
Amiga – É que não trazes mala, não me digas que andas com a película aderente no carro? Olha que com este calor aquilo cola que se farta!

Este diálogo é a propósito de umas instruções que ela dá à comunidade LGBT sobre como usar um pedaço de borracha na língua para poder lamber em segurança a sua namorada, não deixando de advertir que:


“Hum, fazer com isto tira o gozo todo ao sexo oral, além de que não deve dar o mesmo gozo a quem recebe”.

A mesma ensina-as que se for com o dedinho, devem usar uma luva de cirurgião.

É por isso, que o artigo de João César das Neves, é logo atacado por algumas pessoas mal lêem o título.
Houve um tempo em que os LGBT eram chamados pelos nomes que realmente são, depois começaram a ser tolerados, depois passaram a líderes da comunidade e em breve pode vir a ser obrigatório sê-lo.

Espero nessa altura já ter morrido.

29 Jul 2007

Chegou a hora




Sócrates tem tido um reinado facilitado.
Dentro do PS não há ninguém que o conteste.
Mesmo algumas pequenas vozes isoladas estão com emprego garantido e portanto cumprem apenas os serviços mínimos.
O PCP, coitadinhos, espera apenas que não apareçam mais escritores a dizer verdades incómodas e lá vai fazendo as suas habituais acções de rua e uma ou outra greve mal amanhada.
O BE espera a todo o momento ser convidado para um prato de lentilhas.
A direita evaporou-se.
Do CDS e do seu líder, por caridade cristã, não se deve dizer nada.
Resta o PSD, como maior partido de oposição.
Mas Marques Mendes mesmo com toda a sua boa vontade, não tem carisma, tem aquela vozinha tremeliques que parece que está sempre com um medo qualquer lá dentro.
Não consegue empolgar, não passa em televisão.
E isso é essencial.
Pode não ser essencial para governar, mas é para conquistar votos.
E é aqui que Luís Filipe Menezes faz a grande diferença.
Além de que tem obra feita.
E que obra.
É adorado pelas gentes de Gaia e isso para um adepto confesso do Sporting, deve constituir um grande motivo de orgulho.
Se eu fosse de direita e do PSD votava nele.

Quarteto, que saudades


Sempre me perturbou perceber como é que seis milhões de judeus se deixaram empurrar quase passivamente para as câmaras de gás.
Do mesmo modo me admiro como é que milhões de mulheres se deixam tratar como gado nos países da idade média que são aqueles de religião muçulmana.
Claro que a religião tem um peso total nestes países onde não existe Estado laico, mas mesmo assim custa a crer que não haja uma voz que se levante que não se consigam organizar.
É curioso que já vi imensas manifestações em Lisboa, sobre tudo e contra (quase) todos, mas não me recordo de uma a favor das mulheres oprimidas pelo Islão.

Este maravilhoso filme é sobre uma Turquia que está hoje bem perto de nós (qualquer dia é Europa) mas que pouco mudou em relação à época em que o filme foi feito.
Tem como curiosidade dois realizadores porque
Yilmaz Güney estava preso durante a rodagem do filme.
È muito difícil descrever a beleza deste filme, mas o que mais me tocou, foi que o amor pode quebrar barreiras.
Num país que vivia, e creio que ainda parte dele vive na Idade Média, um homem acaba por se render ao amor que a sua mulher lhe mostra contra tudo e contra todos.

Foi visto há muito, muito tempo no Quarteto.
Nunca estará entre os cem melhores de coisa nenhuma.
Também não existe, tanto quanto sei, em DVD.

Se viu, viu, se não viu vai ser dificil ver.
É pena.

28 Jul 2007

Cambalhota



É nas coisas pequeninas, nos detalhes que se vê as diferenças.
Sir Alex Ferguson proibiu Nani de dar as suas habituais cambalhotas quando comemora um golo.Não se percebe porquê, se em Portugal nunca ninguém se preocupou.
Mas ele sabe
.
Não adianta nada à equipa e pode provocar uma lesão.
Futebol deixou de ser só espectáculo para passar a ser negócio.
É pena, mas é assim quando se lida com activos de milhões.

27 Jul 2007

Tá mal


Primeiro foi as fitinhas do Nuno Gomes.
Depois as camisolas cor-de-rosa.
Agora vem uma Maria.
O que mais nos irá acontecer.

Avant-Garde


Se o dia lhe correu muito mal, se precisa de se sentar no sofá fechar os olhos e gozar um momento da paz interior, tome este Mu Liang Wen Wang fabricado por Dou Wei .
Á venda nas boas casas da especialidade.
Se não encontrar, fazem-se audições particulares (só senhoras).

Os tribunais até lhes dão beijinhos


A CP parece fazer gala de apresentar na linha de Sintra os comboios mais ordinários que tem na sua frota.
Borrados de alto abaixo são bem o espelho das empresas públicas que roubam escandalosamente o dinheiro dos nossos impostos.
Houve uma altura em que só existia a CP, mas como ela não podia mesmo que o desejasse albergar tanto parasita, foi partida ao meio e passou a existir a CP e a REFER.
Assim puderam aumentar os administradores para o dobro as despesas para o dobro e as asneiras para o dobro.
Estas duas empresas são aquelas que maior prejuízo dão em Portugal aos portugueses.
Nunca há, nem nunca vai haver um responsável por tudo isto.
Agora só me apetece fazer duas perguntas:

Porque é que os comboios da Fertagus (uma empresa privada) se apresentam sem pinturas?
Quem é que nos garante que, se protegem assim os comboios, os mesmos não podem ser sabotados?

26 Jul 2007

Sombras Brancas


Há filmes intemporais.
São momentos de pura magia só quebrados quando se acendem as luzes no final.
E, mesmo aí, sai-se dos cinemas, flutuando com a cabeça a andar à roda de se ter visto tanta beleza.
È a sétima arte em todo o seu esplendor.
Este é um deles.
Infelizmente nunca consta naquelas listas que a todo o momento se fazem dos melhores disto e daquilo.
Não vale a pena contar a história pois quem se dá ao trabalho de passar por aqui já leu certamente a obra de Denis Diderot.
Vale só a pena relembrar a interpretação superlativa de
Anna Karina superiormente dirigida pelo mestre Jacques Rivette.

O nosso El Salvador


Manuel Alegre é um político profissional.
Nunca teve nenhum emprego.
Cumpriu tropa em Angola e foi para Argel apoiar os movimentos terroristas que matavam os nossos soldados nas colónias.
Não sei, mas já deve ter sido agraciado como uma comenda qualquer no dia de Portugal.
Houve um único jornal em Portugal fechado pelo poder depois do 25 de Abril.
Chamava-se O Século. Foi fechado pelo poeta.
Manuel Alegre com a sua bela voz conclamou os portugueses para o elevarem a Presidente da República e teve o voto de milhão e meio de entusiastas admiradores.
Depois perdeu.
Muito doente e cansado, meteu baixa.
E foi caçar perdizes acompanhado do seu magnífico rafeiro.
Era este, o homem que ia ser o supremo em Portugal.
Já recomposto voltou aos duros trabalhos de deputado e agora descobriu que todo o País anda transido de medo, que só se fala mal do governo pelas esquinas e noite adentro.
A democracia, a liberdade estão em perigo.
Ele não podia ficar calado. E falou.
Ontem, hoje e amanhã vou dormir muito mais descansado.

Como em tudo na vida, há sempre um momento de humor que se junta ao trágico.
É divertidíssimo, ouvir pessoas que toda a vida foram e serão contra a liberdade e a democracia falarem nela, como estes:

Na sequência das críticas de Alegre, 50 cidadãos, de diversas áreas de actividade, muitos dos quais militantes ou próximos do PCP, divulgaram ontem um abaixo-assinado, Pela democracia, pela liberdade - por Abril.
Entre os signatários estão o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, a deputada Heloísa Apolónia


E conseguem alinhar nisto sem se rirem.
Grandes actores!

25 Jul 2007

Encontre o EstavAqui


Ainha há anjinhos em Portugal.

No mesmo autocarro, que tinha como última paragem a estação rodoviária de Sete Rios, um homem de 31 anos acabou também por terminar a viagem mais cedo. Era um estrangeiro, cuja nacionalidade não foi possível apurar, que se encontrava no País em situação irregular. O suspeito foi presente ao Tribunal de Instrução Criminal para primeiro interrogatório, tendo ficado sujeito a apresentações periódicas na esquadra da PSP.

Dos jornais

Straight


Ferónica, esta é pra mim!

The Number One


Ferónica enervou-se, deu um gritinho e fez uma birra.
É mentira, Ferónica não faz nada disto.
Claro que no íntimo continua a ter um bocadinho de mulher e até se pode enervar.
Agora não dá gritinhos nem faz birrinhas.
Quando muito grita com os subordinados.
Vamos imaginar a Ferónica.

Impecável no seu conjunto casaco e calças com a gravata de nó aberto.
Cabelo curto, à rapazinho.
È de esquerda e vota sempre no Bloco de Esquerda do doutor Anacleto.
Adora causas fracturantes.
E mulheres como a Roseta, a Pedrosa, a Câncio, a Clarinha ( a do Expresso, não é aquela que os leitores masculinos bem se lembram da Rua do Triângulo Vermelho) mesmo a gorducha do Abraço ( linda a casa onde mora paga por todos vós)
Ainda não é, mas pensa em tornar-se vegetariana.
Nunca bebe álcool, só Perrier.
Bem nunca não é bem nunca ( por vezes na LezzBoa só para fazer companhia bebe um Bloody Mary, faz questão que haja algo de femininosapho no nome da bebida)
A mala de senhora a tiracolo e na outra mão a mala de executiva.
Por vezes o computador portátil na outra.
Ferónica é um alto quadro/professora secundária ou universitária/directora num dos milhares de lugares do funcionalismo público.
Tem poder, manda, tem subordinados.
Tem um ar distante, um pouco agressivo, duro, sorri muito pouco, nunca ri.
É natural.
Ferónica sabe que mesmo vivendo num meio intelectual, vanguardista e rico (esta última condição é essencial, porque quem não tem dinheiro não tem vícios) adivinha que nas costas o murmúrio é sempre o mesmo:

Homens - Não vale a pena, é fufa.
Mulheres – Cuidado, é lésbica.

E isto entristece-a.
Acha a sociedade particularmente retrógrada.
Usa um perfume masculino.
É um atitude.

Grandes mulheraças



É muito difícil ser-se jornalista no Público.
Todos os candidatos à entrada tem que fazer um ditado lido pelo senhor Director e escrever com a mão esquerda o texto de referência, sem erros.
“ Eu gosto muito da esquerda e voto sempre nela. Em qualquer notícia proponho-me sempre ver o lado bom da esquerda Amén”

Claro que com estas dificuldades muitos chumbam mas evidentemente que há génios que escapam.
Um deles foi a escritora São José Almeida (SJA) que agora é a jornalista de maior peso lá na publicação.
Estão feitas as apresentações.

SJA resolveu analisar os resultados para a Câmara de Lisboa.
E de acordo com o ditado, só lhe interessou ver a votação de Helena Roseta que com os seus vinte mil votos ela não acha “que o número seja muito expressivo. Não que seja imensa gente. Mas é realmente muita gente. “
E ela acha que é muita gente porquê?
Ora está-se mesmo a ver.
Porque estes vinte mil são
“Um eleitorado que quer resposta de rigor a problemas concretos. Um eleitorado de esquerda para quem não basta ouvir um político dizer que é de esquerda e que é socialista e depois pôr em marcha um programa de reformas neoliberais centralizadas a nível europeu.

A arquitecta Roseta que ainda na véspera era socialista e que só deixou de o ser porque Sócrates lhe tirou o tapete deve estar banzada com o que esperam dela.
Ela, coitada, que confessou que há dois meses nem conhecia alguns dos que estão na lista.
Mas SJA não se fica pela Câmara de Lisboa.
Tem ideias grandiosas.
Ora aqui vai:

Mas porquê não lançar novos movimentos de Cidadão por...? (estes pontinhos são para pôr o que lhe vier à cabeça)
Porque não apostar noutras autarquias? E porque não apostar a nível temático e nacional?

E de delírio em delírio, avança para o Mundo.

E porque não reunir, federar, todos esses movimentos cívicos e políticos autónomos sob o chapéu-de-chuva de um movimento nacional, que se assuma legalmente como um partido e seja activado para concorrer a eleições?

Ou seja de um movimento de cidadãos SJA já imagina uma nova União Nacional.
Nada de muito anormal, os extremos sempre se tocaram.
Doutora SJA deixe-me fazer-lhe uma leitura de mão tipo Maya.

Dentro de dois anos, ou seja nas próximas eleições, os vinte mil que agora deitaram o papelinho na arquitecta vão estar na mesma situação do milhão e meio que votou no poeta.

A chucharem no dedo ou seja a pensarem, porque é que eu acreditei nestes “independentes”.

24 Jul 2007

Foi você que pediu uma boa ....



Shere Hite escreveu um livro publicado em 1976, The Hite Report que em Portugal foi editado pela Livraria Bertrand e que foi um grande sucesso de livraria exactamente pelo tema que abordava, a sexualidade feminina.

Pode ser um livro científico mas não é isento.
A capa da Bertrand é, aliás bem explícita, quando em letras gordas clama “Um profundo estudo sobre a sexualidade feminina” e a dedicatória inicial não o é menos agradecendo “A nós, em auto-afirmação e em celebração, dedico este livro”.
É pois, um panfleto.

Pelas mesmas alturas li outros dois livros que muito enriqueceram a minha vida.
Foram eles o Human Sexual Response da dupla Masters and Johnson e o Relatório Chapman de Irving Wallace.
Já antes Alfred Kinsey tinha escrito o seu monumental The Kinsey Report que aliás pode ser visto dramatizado em filme.
Não é por falta de livros que não se tem um bom desempenho na cama

Temos que aceitar que se você quiser fazer uma pesquisa de opinião, desde que escolha as perguntas certas, o grupo certo e vá aos sítios certos, pode ter a certeza que encontra as suas respostas.

O livro, como seria de esperar é um repositório quase exaustivo de clichés.
Está lá tudo:

Nunca tive (orgasmo) nem nunca terei. Sou fria.
Às vezes simulo-os, ficando tão envolvida que quase chego a pensar que eles estão realmente a acontecer.
Geralmente fico muito aborrecida por não conseguir vir-me e muito infeliz nas minhas relações com homens. Será que sou a única?
Quando não estou com vontade, finjo ter orgasmos durante o estímulo do clítoris e o coito.
Suave e depois mais forte. (Muitos homens fazem o mais forte, forte de mais. Seria mais agradável se o homem pudesse usar o seu pénis como se fosse a mão).
Suave. Não gosto de ser violentada, entende?
Eu pedia aos meus namorados para mexerem no meu clítoris, mas como o meu marido sempre diz que “só as prostitutas gostam do contacto clitoridiano e de chupar pénis de homem”, não peço tal coisa.
Sim. Fico ansiosa, desconfiada e ressentida por ser manipulada, mesmo que disfarçadamente.
Não posso acreditar que o meu parceiro goste daquilo (cunnilingus) e sinto que ele o faz por alguma razão inconfessável.
Sinto que não cheira bem, não tem bom gosto. Tenho vergonha.
Não se espera que diga “não” já que sou legalmente casada.
Acaba quando ele se vem. Esse não é o fim natural do sexo?
Obviamente o homem! Ele vai logo dormir depois e fica a roncar.
Tudo bem se o esperma não acabar na minha boca.
Eu pensaria na ideia de chupar um pénis se tivesse um revólver apontado à minha cabeça. Só assim.
Gosto de fazer amor totalmente vestida - só beijando e acariciando levemente – com as roupas, os botões abotoados, acariciando e conversando.


Não admira que se tenha transformado numa Bíblia para mulheres frustradas e lésbicas em geral.
É claro que GMF (gajas mal fodidas) na pitoresca expressão de Cristina e GQNSF (gajos que não sabem foder) existiram, existem e continuarão a existir nem que se publiquem trilhões de livros.
Simplesmente porque muita gente procura sexo em vez de amor.
Isso pode existir.
Mas o verdadeiro sexo assim como o verdadeiro amor têm que vir juntos.
É o dois em um para homem e mulher.

Cabecinha pensadora



Carla Hilário Quevedo, se não sabe quem é eu também não posso ajudar, pois só sei que deve ser pessoa importante porque lhe deram uma folha inteira naquela revistinha que O Sol publica, julgando que faz concorrência com a do Expresso.
Compõe-se a página de cinco apontamentos que se lêem com muito agrado entre dois ou três encontrões no comboio.
Na última analisa as eleições para a Câmara de Lisboa.
Não vale a pena estar para aqui a transcrever a análise pois sinceramente não percebi nada do que a escritora lá diz.

Agora o que me chamou a atenção foi este pormenor irritante das percentagens.
Diz ela “ abstenção teve 62,61% e António Costa 29,54%” o que somado quer dizer que praticamente os outros onze candidatos lá tiveram em conjunto oito por cento.
Claro que a culpa não é dela pois limita-se a olhar para os números que lhe põem na secretária mas podia ter pensado um bocadinho.
Aliás esta Carla é danadinha para números, pois numa das 5-crónicas-5 lá escreve que num autocarro na China viajavam “milhares de chineses, a amiga, o amigo da amiga e eu".

Esta mania de apurar assim as percentagens já se tinha notado quando do referendo sobre o aborto onde a percentagem do sim em relação aos eleitores foi de exactamente 25,38%.
Costa teve a seu favor o voto de 11,04 % dos lisboetas e esta é que é a verdade ou seja um em cada dez deu-se à maçada de ir pôr lá o papelinho.

23 Jul 2007

Morte e Vida


Cristina no seu blog (obrigatório todos os dias) aborda uma questão de que a maioria das pessoas tem receio e pudor em falar – A Morte.
Vale a pena ler as várias intervenções.

Aquele post fez-me relembrar um dos mais espantosos filmes sobre a vida quando estamos preste a encontrar a morte.
Fez-me também acreditar que não há impossíveis.
Usando palavras muito gastas é um poema em que minuto a minuto somos transportados para um ambiente de magia.
Não vou aqui contar a história até porque deve ter sido visto por todos os que por aqui passam em leitura.
Quero apenas acrescentar que a música é de Angelo Badalamenti, obviamente.
Por uma ironia em que o destino é fértil foi o último filme de Richard Farnsworth.

Se não viu, não perca.

Não há papões


Sou um iberista confesso e acredito que tarde ou cedo isso ira acontecer.
A História não se escreve em dias nem em anos mas em séculos.
Quando se tenta falar deste assunto a maioria das pessoas desconversa e faz por entender aquilo que não é a posposta original.
Não se trata de sermos absorvidos pela Espanha, não se trata de passarmos a ser mais uma província espanhola.
Isso são falácias de quem, em nome de um nacionalismo bacoco, quer desviar a questão.
Acaso alguns destes nacionalistas se preocupa com o ser Bruxelas a determinar quase toda a política dos vários países que compõem a União Europeia.
Quando proibirem os grelhadores no passeio (não se riam, vai acontecer) também vão dizer que a soberania está em perigo.

Hoje no DN um artigo começa por citar um artigo do El País cujo título era “"Ibéria, capital Lisboa”. Para desinformação não se podia fazer melhor.
Mas há algum iberista que comece por discutir se a capital é aqui ou ali.
Não há países que têm duas capitais?

Mais à frente João Soares (esse mesmo) vem avisar que “, se a Espanha tentasse integrar-nos, viriam à superfície todos os preconceitos anti-espanhóis”.

Ora nem mais, cá temos o velho fantasma, integrados, absorvidos, todos a falar espanhol, presumo.
E mais à frente D. Duarte também opina e até Inês Pedrosa foi ouvida.
Se não sabe quem é, não perde nada.
Ela é que acha que Saramago levantou esta ideia por os seus livros estarem a vender menos.
Por aqui pode tirar o estofo moral da senhora.

Artigo aqui

22 Jul 2007

Um suponhamos


Há um ministro de Zapatero que é homossexual e veio informar que o é.
Não se percebe para quê.
Um jornal humorístico que se publica aqui ao lado, uma espécie de Sempre-Fixe , resolveu brincar com uma lei deste mesmo Zapatero e colocou na capa um cartoon do príncipe Filipe a dar uma “canzana” em sua real princesa.

Por decisão judicial foi apreendido e mandados destruir todos os que estivessem em banca.
Vai ser uma mina para quem conseguiu comprar um exemplar que vai poder vendê-lo por bom dinheiro.
Da esquerda à esquerda toda a gente achou inqualificável este atentado à liberdade de imprensa.
Agora dei comigo a pensar.
E se em vez destes tivessem publicado uma paródia do ministro a fazer um fellatio ao seu namorado com a legenda: “assim não vamos ganhar o subsídio” o que é que os defensores desta moda iriam dizer?

Nota: O cartoon em questão está disponível em qualquer bom blog perto de si.

21 Jul 2007

Viva Portugal !


X não sabia, mas a existência de duas médicas teimosas na mesma área de influência iam ajudar a dar-lhe cabo da vida.
Em Julho de 2004 X deu entrada politraumatizado cerca da meia-noite e meia hora no Centro de Saúde de Cinfães.
Uma médica que estava de serviço ao VMER de Penafiel recebeu ordens para se deslocar para lá.
Recusou e argumentou que era melhor encontrarem-se a meio do caminho e foi adiantando que não sabia o caminho para o Centro de Saúde.
Ao mesmo tempo quis saber dados do doente (a caminho de ser cadáver).
A tudo isto a médica responsável no CODU se recusou a dar resposta e como o impasse se mantinha fez queixa ao seu director no Porto.
Este resolveu abortar todo o procedimento e fez sair a viatura do VMER do Hospital de S.João no Porto que chegou a Cinfães por volta das três da manhã.
X morreu às quatro horas e cinco minutos.
O julgamento terminou agora três anos depois.
Foram todos absolvidos e o tribunal achou que X morreu “por desentendimentos”.

A família de X nunca se queixou nem nunca soube da existência deste processo.

(Adaptado de uma notícia de O Sol - link não disponível)

Ideias podem matar


Epá no Brasil atiram logo a matar.
Aqui foram, felizmente, mais brandos .
Vou pensar vinte vezes antes de voltar a abrir a boca (salvo seja).

(Informação retirada do O Insurgente )

É prá brincadeira


O PSD perdeu as eleições em Lisboa porque mandou votar no negrão. (recebida por email)

Agora, só no Japão


Já lá tinha ido (ao da Rua D. Estefânia), mas resolvi voltar.
Pedi uma maminha ou seja uma Colita de Quadril embora tenha estado tentado pelo Bife Mariposa.
Mas como ia acompanhado por um amigo e à cautela, encolhi-me.
Ele pediu um Solomillo (Bife de Lombo).
O meu vinha francamente mau.
Tão mau que ia arranjando uma distensão de pulso para o cortar.
Esta vaca era boi.
Adios pampa mia, até nunca mais.
Espero que tenha tido mais sorte, Cristina.

20 Jul 2007

Para o fim-de-semana


Nomad's Dance 3 - Armand Amar


Uma pérola.
Ouve-se melhor acompanhando de um Chablis Premier Cru e umas ostras.
Cá em casa só tenho uma, destas três coisas.

19 Jul 2007

Mulheres só dão problemas

Entrou para matar a namorada que o tinha deixado para andar com uma mulher de vida fácil (o que é que será isto?), deu-lhe cinco tiros, não a matou, estacionou o carro em segunda fila, mas não se esqueceu de ligar os quatro piscas.

Ela há homens cuidadosos!

18 Jul 2007

Cães raivosos


Um filme admirável.


Nicole Kidman é luminosa, como agora se usa dizer.
A maldade humana mostrada em todo o seu esplendor.
Provavelmente o único filme que vi até hoje em que todos são maus e repelentes e merecem o castigo que vêm a ter.
Passado inteiramente num palco que simula uma aldeia e inspirado numa cena da Ópera dos Três Vinténs de Brecht consegue ter mais movimento e emoção nos seus longos 178 minutos do que muitos filmes de acção.
E como prenda adicional a maravilhosa voz de
Lauren Bacall e o inesquecível Philip Baker Hall.

Não perca.
Em qualquer bom clube de vídeo.

Sacode pralá


O aeroporto de Congonhas serve São Paulo com cerca de 600 movimentos diários.
Um avião A-320 não conseguiu depois de aterrar parar em segurança, tentou levantar novamente, o que conseguiu parcialmente, sobrevoou uma movimentada avenida e embateu num prédio das proximidades fazendo um balanço provisório de mais de duzentas vítimas.

Na véspera outro avião tinha derrapado na mesma pista não causando nenhuma fatalidade.
Esta pista tinha sido encerrada por ordem de um tribunal (situação que se manteve durante alguns dias) e reaberta por um tribunal superior devido aos fortes prejuízos económicos que tal medida suscitava.

Foi entretanto melhorada e como nesta época não chove muito em São Paulo reaberta com parte da empreitada (que inclui fazer uns sulcos para evitar as derrapagens) por fazer e adiada para a época da chuva.

Conforme diz um jornal brasileiro:

Resultado: em Brasília, o clima é de total empurra-empurra. O ministro da Defesa, Waldir Pires, estava justamente numa audiência com Lula para discutir o orçamento da Força Aérea, mas, como sempre, foi o último a saber do acidente. Já em casa, teve de voltar ao Planalto. A Aeronáutica diz que não tem nada a ver, porque desta vez o controle de tráfego aéreo não tem nenhuma responsabilidade. E joga a culpa na Infraero, que cuida da infra-estrutura dos aeroportos, e na Anac, a agência civil que substituiu o antigo DAC e que não tem força --talvez nem vontade-- de enfrentar as companhias para de fato regulamentar o setor e definir a malha aérea brasileira.

Quando tiver vontade de dizer “isto só em Portugal” acredite que não.
Claro que estes também falam português, o que pode explicar alguma coisa.

Pride! De Quê?


Duca, com elegância, argumentou e merece portanto uma resposta mais cuidadosa.

Tanto quanto me lembro não escrevi nada sobre os casamentos, mas digo-lhe já que não vejo qual a vantagem que os LGBT encontram nele.
Claro que estou a falar de casamentos pelo civil, pois tenho a certeza que não está a pensar em solicitar um casamento religioso com um padre a dar a sua bênção e a desejar que o casal seja feliz e tenha muitos meninos.
È natural que se queira partilhar os bens em vida e na morte e para tal, qualquer contracto servirá.
Estarei a ver no seu problema um desejo de protagonismo e, vencida mais uma natural barreira, partirem para outra luta fracturante?

Quanto ao resto vamos ver se consigo pôr o meu pensamento muito claro.
A mim não me interessa o que uma, duas ou mais pessoas fazem na privacidade de suas casas ou de um qualquer clube especializado.
Incomoda-me sim, que em público protagonizem cenas do privado, e isto aplica-se mesmo aos casais normais quanto mais aos outros.
É muito possível que não consiga reparar mas quando protagonizam esses desfiles estão simplesmente a exibir uma grotesca diferença que serve principalmente para gáudio daqueles que nos passeios vos fotografam.
O pudor e o recato são parte integrante da mulher.
Tanto assim que uma própria lésbica se confessa:



Houve uma cena que me marcou para todo o sempre e fez-me entender que eu não sou assim tão liberal quanto eu pensava que era… vi um threesome, três mulheres, uma delas seria a líder e entrou acompanhada de outras duas que a beijavam à vez… foi algo alucinante para mim, e só não levei um cascudo da líder porque estava escuro e ela não deve ter visto o meu ar horrorizado!Dentro do género portanto eu encontro-me encostada ao lado mais conservador da coisa, gosto das coisas feitas com rigor, com decência, com honestidade e dignidade.


E por falar em normalidade (entenda-se a palavra pelo seu real valor e não se pense que estamos a falar em nenhum Shrek).
Temos que ser sinceros.
Ou se é ou não se é.
E a verdade é que o normal é um homem amar uma mulher e vice-versa, ora se isto é normal, como é que a senhora (se por acaso for a parte activa da relação, peço desculpa) quer chamar aos outros?
Pois, diferentes, mas a verdade é que não correspondem ao padrão da normalidade que mal ou bem têm servido para a espécie continuar.
Seria bom não confundir normal com natural.

Acho que coloquei o que penso sobre o assunto.
Resumo:
Em privado façam o que entenderem, em público comportem-se como as senhoras que são, penso eu.

17 Jul 2007

Hoje o Sol está encoberto



Um dia realizou-se uma corrida de automóveis em Moscovo patrocinada pelo Partido do Povo.
Concorriam dois carros, um americano e um soviético.
Como é natural o americano ganhou com dez voltas de avanço.
O Pravda no dia seguinte titulava:
O amado carro do povo ficou em segundo lugar enquanto o carro do imperialista americano ficou em penúltimo.
Isto não é publicidade, não é mentira e aconteceu mesmo.

O que já entra no caminho da anedota são as palavras que o funcionário escolhido pelo PCP-PEV para concorrer ás eleições para a câmara disse.
E o que disse ele?
Pois qualquer coisa como “somos a terceira força política, a votação em nós é uma prova de confiança e de rejuvenescimento do partido e estaremos sempre, sempre ao serviço do povo”.
Se não foi bem isto desculpem, posso ter posto a cassete errada.

O PCP-PEV ficou em quinto lugar, perdeu 13573 votos, quase metade dos eleitores de 2005 sendo derrotado por dois independentes e elegeu à tangente além dele, outro.
De vitória em vitória até à derrota final, camaradas!

Saramago, O homem













16 Jul 2007

Pura Magia


Dia 22 de Julho no CCB às 21:00

Pianista e compositor, Esbjörn Svensson nasceu em 1964, em Västeras, na Suécia. Com a música no sangue – a mãe era pianista clássica, o pai estava ligado ao jazz – estudou e formou-se em música na Universidade de Estocolmo. e.s.t, o trio agora apresentado, foi formado em 1996. Desde então, gravou nove discos, muitos dos quais receberam as mais elogiosas críticas. Esbjörn Svensson é um músico aberto a novas experiências, particularmente interessado em sonoridades menos habituais no jazz. Há quem diga que a sua música é uma forma de arte que não se escuda na segurança de um estilo determinado e que, como tal, torna-se mais efectiva. Detentor de um fraseado pianístico particular, o pianista tem criado uma música improvisada, integrando elementos electrónicos e combinações de texturas, com soluções harmónicas e variações melódicas surpreendentes.
A partir de meados dos anos oitenta, foi consolidando o seu estilo e definindo uma linguagem única, apoiada no reforço de excelentes e igualmente criativos músicos: o contrabaixista Dan Berglund e o baterista Magnus Öström.
(Texto retirado do panfleto do CCB)

15 Jul 2007

É sobre fufas


Disclaimer
Este post têm afirmações que são repudiadas pelo Bloco de Esquerda, pela ILGA e pelos LGBT.
Se isto o(a) incomoda, não leia.
Usa ainda palavras que são (ou vão ser) proibidas na escrita comum.
Se alguma incomodar algum grupo étnico ou social, afirma-se que não foi essa a intenção.


Vivemos num mundo muito complicado.
É o mundo do faz-de-conta.
É o mundo do politicamente correcto, das palavras verdadeiras, proibidas.
Já não há bandalhos, há jovens.
Os grunhos que batem nas professoras são crianças emocionalmente instáveis de famílias problemáticas.
Os negros agora são africanos, afro-europeus, afro-americanos ou outra mariquice qualquer (a propósito mariquice também já não se pode usar).
Passou a haver auxiliares de educação e claro técnicos de limpeza urbana.
Isto porque há profissões que chamadas pelos nomes são degradantes, dizem eles.
E, fatal como o destino, a moda chegou ao sexo.
As antigas fufas e paneleiros passaram a integrar o subgrupo LGBT.

Eu, confesso a minha ignorância e espanto, não sabia que havia tantas e tantos.
Mesmo não se reproduzindo o que não deixa de ser uma bênção divina.
Ora uma simples crónica colocada há uns dias suscitou uma séria de comentários indignados e alguns insultos avulsos.
Um dos insultos, aliás recorrente, é de quem é contra estas modas tem algum problema mal resolvido, como se, na opinião deste subgrupo, todos quiséssemos ou devêssemos ser iguais a eles.

O que se questionava no post era a duplicidade de atitude entre a vida normal e uma parada em que orgulhosamente se mostravam como LGBT’s maneando ao Mundo.
Primeiro pensei que era por vergonha mas reflectindo melhor vi que não.
A vergonha é igual em público ou no privado e se num dos lugares não mostram qualquer pudor em se lamberem umas às outras, porque razões teriam de o fazer em público?

Não, a verdade reside em que mesmo elas têm a noção que a sociedade não gosta destas modernices não acha isto nada normal e não aceitaria com singela paciência que mostrassem em público o que fazem em privado.
Um dos argumentos mais debitados é que o lesbianismo é normal, é natural, só falta dizerem que é obrigatório.
Mas não é.
Se fosse normal todas o seriam.
E então o que aconteceria à humanidade.
Já ouviram alguma criança que diga que o pai é um dildo
?

14 Jul 2007

É do meu tipo



José Coiceiro declarou hoje à imprensa que já escolheu o seu futuro carro.
É o Vinci GT montado quase totalmente em AllPortugal.
-Tem tudo a ver comigo. É lindo, cor desportiva, boa bagageira para os troféus, quando conseguirem que o motor funcione vai ser um sucesso, como eu já estou a ser.

The new-neo portuguese realismo


Ana Sá Lopes (não sabe quem é! É a miúda da foto, e se não gosta não estrague) tem hoje uma crónica de arromba aqui .
É de arrancar lágrimas da calçada e vamos tentar resumir aquilo que daria um bom épico no cinema.

Mariazinha, no bilhete de identidade Maria Constança Prazeres, é uma pobre solteirona a caminho dos 35 anos trabalha numa imobiliária a vender tarecos e gosta de ir ler livros muito caros (os daquele senhor brasileiro Coelho) à FNAC sentada naquele banquinho das borlas.
É doutora.
Mas apenas naqueles cursos light que neste caso é o de História.
Bem lhe dizia o Pai, Mimi tu era melhor tirares um curso a sério, daqueles de homem, sei lá gestor de activos empresariais, e ela só dizia maneando o cabelo, papá isso tem matemáticas, números, faz rugas, deixa-me ser eu, viver, libertar-me, depois falamos.

E não voltaram a falar porque a Mariazinha depois de tirar o curso numa privada (balúrdios meus, mas o cartão ficou bonito) não arranjou emprego.
Os bons lugares já estão ocupados há trinta e três anos e embora na idade em que se desabrocha (parece ter mais) não consegue uma cunha, um empenho, mas porquê.
A resposta segue já.

E, para não vos tirar o prazer de ler a crónica, Mariazinha vai caminhando de volta a casa, olhos no chão (ponha uma lágrima Senhor Realizador) e chega a casa.
E, e, calma meus, o que é que encontra?
Claro que já adivinharam.
ANDREIA, uma brasileira com quem vive e que coitadinha está sem documentos e só sobrevive com uns passitos de dança que faz no Elefante Branco enquanto de dia (bem de tarde) faz um part-time numa loja de perfumes no Colombo.

È aqui que está o problema.
À pobre da Mariazinha falta aquilo que também é peça imprescindível no cozido à portuguesa.
O chouriço na brasa.
A Ana saberá disto?


13 Jul 2007

Prá praia, em força !



Lisboa tem quinze problemas.
Os primeiros doze são muito fáceis de identificar e dão pelo nome dos senhores concorrentes às eleições de domingo.
Nunca, tanto quanto me lembre, uma campanha apresentou tantos e tão diversos concorrentes que tinham apenas uma coisa em comum.
Não valem a deslocação numa manhã de domingo a uma assembleia de voto para depositar o papelinho.
Claro que alguns ainda são mais iguais do que outros e a pérola reside no candidato de El-Rei que não conseguiu articular uma singela ideia.
Melhor diria, ele não consegue sequer falar um português escorreito.
Da direita à esquerda de cima abaixo, até eu conseguia fazer melhor.

Os outros três problemas são mais graves e, claro está, nenhum dos candidatos disse algo que valesse a pena recordar sobre eles.
A saber:

A Câmara tem o dobro de empregados de que necessita e uma quantidade absurda de empresas municipais que precisa de extinguir.
Sobre isto, claro está, disseram nada.
Quem é que quer ficar ligado a despedimentos, ora essa.

Depois temos o absurdo de Lisboa estar dividida em 53 freguesias que dão, deixa cá ver, praí 530 lugares para girls e boys.
Quem é que, em seu juízo perfeito, se arrisca a dizer que vai dar uma vassourada nisto.

Em terceiro lugar temos o trânsito.
Aqui os candidatos têm montões de ideias, vão fazer isto, mudar aquilo, implementar (gosto tanto desta palavra) aqueloutro, foi um fartote.
O que eles não sabem é que a Câmara manda peva no trânsito e nos transportes públicos.
Veja-se o exemplo da Dra. Marina “Gastadora” Ferreira que felizmente no dia 16 já estará como boa girl noutro job qualquer.
Como o dinheiro não é dela resolveu gastar uns milhões de euros e plantou uma data de radares em Lisboa.
Depois gostava que nalguns sítios se andasse a 80 quilómetros mas como não manda em nada não lhe deixaram fazer isso.
E agora para completar as multas a haver, serão decididas pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O que pode acontecer ao desgraçado do automobilista, não à Marina que essa alguém a transporta, é ser multado duas vezes pela mesma infracção.
Uma através da Câmara outra pela PSP.
Esquisito?
Estamos em Portugal, não se esqueça.

Homenagem às mulheres


Meninas de bicicleta
que fagueiras pedalais
quero ser vosso poeta!
ó transitórias estátuas
esfuziantes de azul
louras com peles mulatas
princesas da zona sul:
as vossas jovens figuras
retesadas nos selins
me prendem, com serem puras
em redondilhas afins ...
Vinicius de Moraes

12 Jul 2007

O Tavares Remediado



Rui Tavares é um dos maiores pensadores portugueses vivos e escreve, claro está, no Público que graças a ele e a outros ambiciona estar entre os cem maiores jornais de esquerda da Península Ibérica.
Parabéns a todos!

Hoje, abandonando o estilo racional que tanto o caracteriza, resolveu abrir a alma e explicar-nos como vota.
E explica claramente. Vota sempre à esquerda. E vota também nas eleições estrangeiras. Prefere Putin a Bush e claro Fidel a Blair, (isto sou eu a pensar, claro está).
Agora quase que ia tendo um problema na votação para a Câmara de Lisboa.
Onde há muita fartura a escolha é difícil.
Ele é Costa, ele é Sá Fernandes, ele é Ruben, ela é Roseta (o Grande Pensador não inclui o Líder da Classe Operária na lista não sei porquê) e portanto a dificuldade aumenta, até porque votou Fernandes e está satisfeito.

Mas o Grande Pensador, não vota em programas nem em nomes, vota em situações.
Atentemos:

Aqui entra a parte táctica do voto: se António Costa estivesse em risco de perder esta eleição, não hesitaria em mudar a minha escolha. Se Roseta ou Ruben estivessem em risco de não serem eleitos, consideraria a hipótese de lhes dar uma mãozinha.

É fantástico como estas pessoas conseguem pensar de uma maneira tão profunda e vendo tão longe que até assusta os normais, eu por exemplo.
E é por isso que mesmo custando-me uma fortuna comparado como que vale, nunca deixarei de comprar este grande diário de esquerda.
Diverte-me.

10 Jul 2007

Lésbicas e afins


Disclaimer
Avisa-se que este post não é politicamente correcto, defende valores e regras de conduta do antigamente e pode ser considerado homofobo.
Se fica incomodado(a) com isso, por favor, não leia mais.


As sete pragas bíblicas estenderam-se à blogsfera e toda a gente desatou a nomear os melhores sete disto e daquilo e depois como o país é pequenino abrandou-se a velocidade e começaram a aparecer os melhores cinco, comida, livros, discos e tudo o mais que vier à cabeça.
Já agora, e como uma das perguntas é qual a palavra favorita, a minha é desabrochar.

Acho muito bem, é divertido e dá uma imagem do que as pessoas fazem ou pensam.
E como sou muito curioso comecei a saltar de link em link conforme via as nomeações dadas.
Sem saber como entrei no link de uma senhora lésbica e depois esta tinha cinco para outras e as outras mais cinco vezes cinco e assim sucessivamente, um h.o.r.r.o.r.
Confesso, não sabia que havia tantas e de acordo com aquela saborosa anedota sobre a versão masculina deste desvio, que postula “os homossexuais embora não se reproduzam aumentam todos os anos” não é admirar porque é que cada vez há menos nascimentos.

Mas isto tudo era apenas para vos mostrar uma perplexidade, uma duvidazinha.
Num dos blogues há lá monte de fotos de uma das senhoras lésbicas numa ida a Madrid para uma feira.
Acontece que as fotos estão de cara tapada.
Mas porquê?
Então em Madrid andam à vontade e aqui têm vergonha?
E já agora a referida senhora, do que se vê uma mulheraça, é conhecida pelo seu empenho pelas bejecas, diz a namorada.
E isto leva-me, é como as cerejas, a uma grande questão, diria mesmo A Questão.
Se algumas destas senhoras são quase homens como é que se permite que, por exemplo, uma Amelie Mauresmo defronte pequenas ninfetas num campo de ténis a quem esmaga com a força daqueles brações?

Não devia haver uma terceira categoria, homens, mulheres e outros?

Um Frei Tomás português



O senhor Doutor Malheiros na sua crónica de hoje emprega a palavra fascista.
E faz muito bem, porque em cada dois artigos ele descobre um fascista aqui e ali.
O fascista de hoje é aquele que no seu lugar de trabalho repreende e manda retirar publicidade política que envolva de uma maneira “jocosa” o seu superior hierárquico.
Também pode ser fascista aquele que no emprego (tem que ser na função pública, porque no privado há regras) não deixar criticar em voz alta o patrão.
A crónica do senhor Doutor Malheiros é toda ela um monumento de cinismo (atenção senhor Doutor, isto não é insulto, é apenas uma piada jocosa) porque nunca refere que todos os casos foram passados dentro dos serviços e faz crer que a crítica na rua, no café, no partido está proibida

Acontece que este mesmo senhor Doutor é o responsável pela edição on-line do jornal onde trabalha.
E não gosta de críticas.
Este jornal deve ser o campeão da asneira na Internet e a sua edição on-line está sempre cravejada de erros.
Nunca responde a nenhum dos emails que lhe são enviados.
Mesmo um enviado ao provedor do leitor, o cujo respondeu que o iria enviar para o responsável da asneira com um pedido (vejam bem um pedido) de resposta, não a obteve.
Este senhor doutor devia era chamar-se Tomás.

Para se ver a arrogância que os jornalistas hoje julgam ainda poder ter, uma nota do Conselho Regulador da ERC vem publicada com a foto de cinco membros do referido conselho.
Para quê?
O que é que a foto acrescenta à notícia em si.

8 Jul 2007

A oitava


Vi bocadinhos da emissão da TVI dedicada a eleger as novas sete maravilhas do mundo.
Gostei imenso.
Os tugas portaram-se à altura e deram uma imagem muito gratificante do que são ao mundo.
O meu querido Estádio da Luz devia estar aí um bocadito para lá de metade, mais ou menos o que faremos quando o Leixões (sejam bem vindos) nos visitar.
Quando anunciaram a chegada do ex-namorado da Fernanda Câncio (sua marota, faltou à parada gay no Porto) houve uma monumental assobiadela.
Trivial, todos os jogos aqueles fulanos com um apito na boca (eu bem sei onde os deviam meter) apitam horrores, oiçam bem h.o.r.r.o.r.e.s. contra nós e depois assobios e chamamentos ás suas queridas mães é o que mais há.
Depois houve outra assobiadela quando anunciaram qualquer coisa “da liberdade”, o som estava uma miséria, não percebi nada.
Mas era natural.
Então não sabiam, que muitos saudosos do tempo do PREC, vêem ao nosso querido Estádio apenas para se sentirem no meio de vermelhos (que por acaso são encarnados)?
E do que eles não gostam mesmo nada é da Zita e da liberdade.

Depois foi o SHOW.
Beautiful meus, para mostrar ao mundo e como não temos sete maravilhas arranjaram três (uma bisou) senhores artistas para cantarem, adivinhem?, isso mesmo O FADO.
Lindo, moderno, prafrentex, nação moderna e imortal.
As coreografias eram lindíssimas, dizem-me mesmo que Freitas (tinha ido à casinha, compreendam) esteve muito bem, pena não ser Inverno para usar aquele lindo sobretudo verde, quando ele era sobretudo do CDS, que ainda não era PP.
(Isto é uma rasteira para o Negrão, vai confundir tudo).

Os artistas estrangeiros, maravilhosos.
Não ponho o nome.
Só conheço, de vista, o Carreras que o senhor apresentador da TVI queria que fosse Sir.
Tem desculpa.
É adepto do FCP.

7 Jul 2007

Ui ca medo!


O Público tem uma edição on-line que todos os dias vem cravejada de erros.
Hoje por exemplo ilustra uma historieta sobre o “esqueleto” de um hotel chamado de mamarracho junto ao Tejo em Santarém com uma bonita fotografia de um não menos lindo palacete.
Todas as reclamações feitas tiveram como resposta um imponente silêncio.
Os seus senhores jornalistas estão sempre na primeira linha de atacarem tudo o que esteja ou pareça estar mal feito.

Hoje São José Almeida, que eu julgava que era um homem mas agora que na edição on-line graças a uma fotografia miniatura dá ideias de talvez ser uma mulher, vem aterrorizada dizer-nos que “De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado.”

Vocês deram por isto?
Eu medo, medo só sinto quando tenho que apanhar o comboio da linha de Sintra à noite por causa dos “jovens”.
Mas a jovem senhora não se fica por “suponhamos”.
Sabe mesmo do que fala.
E reza assim:

Os jornalistas são domesticados pela lei. Calados pelo medo. Avisados de que o poder político está disposto a impor regras arbitrárias e antidemocráticas para não ser questionado nem incomodado.

Portanto temos que tirar daqui que S. José é uma espécie de Jona d’ Arc que não se importa de ser grelhada na fogueira ao dizer estas verdades tão horríveis num país transido de medo e onde cada um teme ser executado pela madrugada.

Mas S. José não se cala nem está com meias palavras e gratuitamente fornece um bom naco de prosa para se ler ás criancinhas quando elas não quiserem comer a sopa, porque ela vê, ela sente que está em marcha

Uma revolução feita de cima para baixo, imposta pela classe dirigente, pela nova aristocracia, contra os que só trabalham. Uma revolução que tem como finalidade retirar os direitos sociais, económicos e, pelo que se vê, até cívicos e políticos. Através da instauração de um clima de medo.

Não haverá por aí uma alma caridosa que receite um calmante à senhora?

O marido é sempre o último a saber.

5 Jul 2007

Zita Seabra


Muito obrigado pela esclarecedora entrevista dada a Judite Sousa.
Espero que os portugueses tenham finalmente percebido o que é o partido com paredes de vidro.
A excelente lavagem de roupa suja, os controleiros, a descolonização exemplar, os ataques à democracia em Portugal, bem explicadinhos.
Espero que o livro seja um sucesso.
Vou, claro está, comprar.
Juventus Football Club em 1898

4 Jul 2007

O povo unido blá blá blá


Este é que é o verdadeiro artista nacional.
Vai a todas.
Concorre a presidente da República, a primeiro-ministro e agora a presidente da Câmara.
Mais houvera, a mais ele concorreria.
Parece que isto também dá uns subsídios, que vêm sempre a calhar.

Hoje, entrevistado pela doutora Patrícia Susano Ferreira, que escreve para aquelas folhinhas que são distribuídas de borla nos comboios, descobre as receitas milagrosas para Lisboa.

Vamos então ouvir este simpático par.

O que traz de novo?

Um motor de desenvolvimento não apenas do País como da própria Europa (isto referindo-se a Lisboa)

Em que consiste esse plano?

Primeiro, um grande aeroporto internacional…O segundo seria o porto, pois Lisboa é uma cidade marítima e tem condições geoestratégicas para ser a porta de entrada na Europa de produtos e pessoas e depois, uma ligação ferroviária ao resto da Europa, não necessariamente a Madrid.

Por caridade para ambos vamos ignorar as outras medidas que o entrevistado adiantou à entrevistadora.

O Doutor Garcia é um bem caro advogado da nossa praça, mas nestes assuntos balbucia como uma criança.
Se ele antes de começar a ser a vanguarda da classe operária pegasse num mapa Michelin verificaria que contrariamente aquilo que sonha acordado, Portugal nunca terá um grande aeroporto internacional, pois ninguém em seu juízo perfeito viaja para a Europa tendo como porta de entrada Lisboa e pelas mesmas razões o mesmo se aplica ao tráfego de mercadorias.
Quanto ao tráfico já não tenho tantas certezas.
Este reage mais em virtude do laxismo das entidades do que de atractivos portuários.

E finalmente tinha sido uma boa oportunidade para a “jornalista” lhe perguntar por onde é que ele nos quer ligar à Europa sem ser por Madrid.
Será que ele ainda não sabe que o fulano que era dono da Albânia já morreu?

3 Jul 2007


Miguel Sousa Tavares é o maior escritor português vivo.
É também o maior cronista vivo.
E por acaso também é o mais famoso comentador de televisão.
Só há uma coisa onde ele é ainda mais independente e mais conhecido.
É quando escreve em A Bola elogiando o FCP.

Na sua última crónica no Expresso escreve sobre a vida íntima de Diana de Gales e sobre o que ela valia como pessoa, embora ela nunca tenha estado em São Tomé e ele não siga os conselhos do santo do mesmo nome.

Agora o que achei muito mas mesmo muito curioso foi a forma como ele se refere aos supostos lovers boys que ele classifica como : o ajudante de campo, o colega de ginásio, o vendedor de carros o «marchand d’art», o paquistanês, o «sikh», o «playboy» egípcio.

Não estão a ver aqui qualquer coisa de esquisito?