25 Jul 2007

Grandes mulheraças



É muito difícil ser-se jornalista no Público.
Todos os candidatos à entrada tem que fazer um ditado lido pelo senhor Director e escrever com a mão esquerda o texto de referência, sem erros.
“ Eu gosto muito da esquerda e voto sempre nela. Em qualquer notícia proponho-me sempre ver o lado bom da esquerda Amén”

Claro que com estas dificuldades muitos chumbam mas evidentemente que há génios que escapam.
Um deles foi a escritora São José Almeida (SJA) que agora é a jornalista de maior peso lá na publicação.
Estão feitas as apresentações.

SJA resolveu analisar os resultados para a Câmara de Lisboa.
E de acordo com o ditado, só lhe interessou ver a votação de Helena Roseta que com os seus vinte mil votos ela não acha “que o número seja muito expressivo. Não que seja imensa gente. Mas é realmente muita gente. “
E ela acha que é muita gente porquê?
Ora está-se mesmo a ver.
Porque estes vinte mil são
“Um eleitorado que quer resposta de rigor a problemas concretos. Um eleitorado de esquerda para quem não basta ouvir um político dizer que é de esquerda e que é socialista e depois pôr em marcha um programa de reformas neoliberais centralizadas a nível europeu.

A arquitecta Roseta que ainda na véspera era socialista e que só deixou de o ser porque Sócrates lhe tirou o tapete deve estar banzada com o que esperam dela.
Ela, coitada, que confessou que há dois meses nem conhecia alguns dos que estão na lista.
Mas SJA não se fica pela Câmara de Lisboa.
Tem ideias grandiosas.
Ora aqui vai:

Mas porquê não lançar novos movimentos de Cidadão por...? (estes pontinhos são para pôr o que lhe vier à cabeça)
Porque não apostar noutras autarquias? E porque não apostar a nível temático e nacional?

E de delírio em delírio, avança para o Mundo.

E porque não reunir, federar, todos esses movimentos cívicos e políticos autónomos sob o chapéu-de-chuva de um movimento nacional, que se assuma legalmente como um partido e seja activado para concorrer a eleições?

Ou seja de um movimento de cidadãos SJA já imagina uma nova União Nacional.
Nada de muito anormal, os extremos sempre se tocaram.
Doutora SJA deixe-me fazer-lhe uma leitura de mão tipo Maya.

Dentro de dois anos, ou seja nas próximas eleições, os vinte mil que agora deitaram o papelinho na arquitecta vão estar na mesma situação do milhão e meio que votou no poeta.

A chucharem no dedo ou seja a pensarem, porque é que eu acreditei nestes “independentes”.

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