29 Jul 2007

Quarteto, que saudades


Sempre me perturbou perceber como é que seis milhões de judeus se deixaram empurrar quase passivamente para as câmaras de gás.
Do mesmo modo me admiro como é que milhões de mulheres se deixam tratar como gado nos países da idade média que são aqueles de religião muçulmana.
Claro que a religião tem um peso total nestes países onde não existe Estado laico, mas mesmo assim custa a crer que não haja uma voz que se levante que não se consigam organizar.
É curioso que já vi imensas manifestações em Lisboa, sobre tudo e contra (quase) todos, mas não me recordo de uma a favor das mulheres oprimidas pelo Islão.

Este maravilhoso filme é sobre uma Turquia que está hoje bem perto de nós (qualquer dia é Europa) mas que pouco mudou em relação à época em que o filme foi feito.
Tem como curiosidade dois realizadores porque
Yilmaz Güney estava preso durante a rodagem do filme.
È muito difícil descrever a beleza deste filme, mas o que mais me tocou, foi que o amor pode quebrar barreiras.
Num país que vivia, e creio que ainda parte dele vive na Idade Média, um homem acaba por se render ao amor que a sua mulher lhe mostra contra tudo e contra todos.

Foi visto há muito, muito tempo no Quarteto.
Nunca estará entre os cem melhores de coisa nenhuma.
Também não existe, tanto quanto sei, em DVD.

Se viu, viu, se não viu vai ser dificil ver.
É pena.

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