29 Nov 2007

Estórias


Relatório da ONU do índice de desenvolvimento humano sobre 177 países.

1 , Islândia
29 , Portugal
102, Cabo Verde
123, São Tomé e Príncipe
150, Timor
162, Angola
172, Moçambique
175, Guiné



Muitos parabéns ao líderes nacionalistas, alguns entrevistados mais do que uma vez no programa do senhor Doutor Joaquim Furtado, por se terem livrado do fardo colonialistas e terem colocado aos suas novas nações num rumo de esperança.

Qualquer coisinha que ainda esteja mal, já se sabe que a culpa foi dos colonos que foram chutados a pontapé há trinta anos e do Salazar que morreu há quarenta.

Good evening - Goeienaand


Saulus Lupus Lunae disse...

…. e o que interessava era criar estados brancos em África, à semelhança do que os britânicos fizeram na África do Sul?



Quando li esta frase fiquei estarrecido.
Mas depois percebi que após o glorioso 25 de Abril foi ministrado um conveniente ensino que aproveitando os ensinamentos dos vários livrinhos vermelhos ensinou a ver, em vez da História, estórias muito convenientes.
Aliás, se nos detivermos um pouco no concurso que a RTP agora transmite verificamos que é mais oportuno ensinar às criancinhas para que serve o contentor amarelo do que dizer-lhes que já tiveram grandes heróis que desbravaram Mundos.
Acredito que dentro de duas gerações não vai haver um Português que saiba quem foi o Vasco da Gama e se mesmo assim ainda houver alguém que tenha essa curiosidade, logo lhe vai ser dito que era um senhor colonialista que foi pôr em desacato povos que estavam muito sossegados.

Voltando à questão inicial, e pedindo desculpa de copiar e por além disso ser extenso transcrevo uma entrada na Wikipédia.

A África do Sul foi “descoberta” por Bartolomeu Dias que, em 1488, aportou à Ilha Robben, ao largo da actual Cidade do Cabo, na sua abortada viagem para a Índia. A ilha foi, durante muitos anos, utilizada por navegadores portugueses, ingleses e holandeses como posto de reabastecimento e, como nessa época, a região era habitada por povos Khoisan, Xhosa, Zulu e vários outros, em 1591 um grupo de Khoikhoi, cansados das práticas comerciais desleais dos europeus, atacou a Ilha Robben. Como não tinham nada que superassem as armas de fogo dos europeus, foram derrotados e deixados na ilha sem comida, nem água. Estes foram os primeiros prisioneiros da Ilha Robben.


Em
6 de Abril de 1652, Jan Van Riebeeck, da Companhia Holandesa das Índias Orientais, promoveu a colonização da região e fundou a Cidade do Cabo no extremo sul do continente, no sopé da Montanha da Mesa.
Durante os séculos
XVII e XVIII, a Colónia Holandesa do Cabo viu chegar e instalarem-se calvinistas, principalmente dos Países Baixos, mas também da Alemanha, França, Escócia e doutros lugares da Europa. Estes calvinistas não conseguiram “disciplinar” os khoisan para as suas actividades agrícolas e quase os exterminaram nas guerras conhecidas como “Guerras do Desconhecido” (“Cape Frontier Wars”). Então, começaram a importar escravos da Indonésia, de Madagáscar e da Índia. Os descendentes destes escravos e dos colonos passaram a ser mais tarde conhecidos como “malaios do Cabo” (“Cape Coloureds” ou "Cape Malays"), chegando a constituir cerca de 50% da população da Província do Cabo Ocidental.


Os ingleses ocuparam a
Cidade do Cabo em 1795, durante a Guerra Anglo-Holandesa. Depois de breve período de domínio holandês entre 1803 e 1806, a cidade tornou-se capital da colónia britânica do Cabo.
Com a
abolição da escravatura em 1835, levantou-se uma disputa sobre a compensação que o governo britânico devia dar aos colonos pela libertação dos escravos e então muitos deles – que passaram a ser conhecidos como “Voortrekkers”, os “Viajantes” - começaram a explorar e colonizar o interior da África, num movimento que ficou conhecido como “The Great Trek” (a grande viagem) e fundaram as suas próprias repúblicas, o “Estado Livre de Orange” (“Orange Free State”, actualmente uma das províncias da África do Sul) e o “Transvaal” (a “terra para além do rio Vaal”) que, em 1857 se auto-proclamou República Sul-Africana. A incursão Voortrekker para a zona costeira do Natal foi repelida pelos Zulus comandados por Dingane (irmão, herdeiro e, mais tarde, responsável pela morte de Shaka). O império Zulu foi mais tarde conquistado pelos britânicos na Guerra Anglo-Zulu.


As Guerras Boers
A descoberta de diamantes em 1867 e de ouro, em 1886 aumentou a riqueza dos colonos, que continuavam a imigrar para a África do Sul e intensificou a sujeição dos nativos. Os boers (ou bôeres) resistiram aos britânicos na Primeira Guerra dos Bôeres (1880-81) e uma das razões foi o facto destes colonos usarem fardamento cáqui, que é da cor da terra, enquanto os britânicos usavam uniformes de cor vermelha, tornando-os alvos mais fáceis para os atiradores boers.
A
Segunda Guerra dos Bôeres teve a oposição do Partido Liberal no parlamento britânico, que a considerava, não só desnecessária, mas também um desperdício de fundos, mas as enormes reservas de ouro e diamantes presentes nas Repúblicas Boers levaram os “Tories” a avançar com a guerra. A tentativa dos boers de conseguirem apoio dos alemães do Sudoeste Africano deram aos britânicos mais uma razão para controlar as Repúblicas Boers. Os britânicos mudaram de táctica, depois do fracasso do “Jameson Raid”, lançado contra o Transvaal a partir da vizinha Rodésia por forças irregulares alinhadas com o rico comerciante de diamantes e Primeiro Ministro da Colónia do Cabo Cecil Rhodes. A Segunda Guerra Boer deu-se entre 1899-1902, quando as tropas britânicas já não usavam os seus uniformes vermelhos. Os boers resistiram com tácticas de guerrilha, usando o seu conhecimento superior da terra, mas os britânicos venceram-nos pela força do número e pela possibilidade de organizar mais facilmente os abastecimentos.
Os britânicos encarceraram grandes números de civis
bôeres, junto com os seus trabalhadores negros, sem alimentação suficiente, nem cuidados médicos e queimaram as quintas e as colheitas, num esforço para estancar a guerrilha boer. Os guerrilheiros voltaram-se então contra as povoações dos nativos, antagonizando-os e forçando os boers a lutar com eles, para além dos britânicos. Muitos afrikaners, chamados pejorativamente “colaboracionistas” ("joiners") ou “derrotistas” ("hensoppers", em afrikaans, ou “hands-uppers”, em inglês) pelos outros afrikaners (os "bittereinders", em afrikaans, ou “bitter-enders”, em inglês, ou seja, “os que preferem o fim amargo”), pensaram que era altura de enctrar num acordo com os britânicos. Após prosseguirem com a resistência por mais um ano, os “bittereinders” finalmente perceberam que a nação boer seria completamente destruída se eles persistissem e assinaram um tratado de paz com os britânicos em Pretória, a 31 de Maio de 1902, o Tratado de Vereeniging.


O Tratado de Vereeniging especificava que o governo britânico era soberano das repúblicas boers e assumia a dívida de guerra de três milhões de libras dos governos afrikaners. Os súbditos holandeses ficavam com um estatuto legal especial, uma vez que o afrikaans ainda não era reconhecido como língua distinta. Outra provisão do tratado era que os negros não teriam o direito de voto, excepto na Colónia do Cabo. A administração britânica ainda tentou a "anglicização" dos boers através da educação obrigatória em inglês, mas o plano apenas resultou em ressentimento por parte dos boers e foi abandonado quando os Liberais tomaram o poder na Grã-Bretanha, em
1906. Foi por volta desta altura que o afrikaans foi reconhecido como uma língua distinta do holandês, embora não a tenha substituído como língua oficial até 1926.


Ou seja há mais de cem anos que a República da Africa do Sul de inglesa só tem o pertencer à Comunidade. Em tudo o resto sempre foi uma nação independente e muito orgulhosa de ter um índice de vida centenas de vezes superiores a qualquer outra nação africana. E já agora acrescento que os negros, mesmo no tempo do apartheid tinham um nível de vida incomparavelmente melhor que quaisquer outros negros do continente.
Foi por essa razão que quando houve as mudanças que se sabem os brancos não foram para sitio nenhum.


Eles, na verdade, só tinham um sítio onde estar.
Ali, que era a sua Pátria.

Nota: Oportunamente responderei à questão sobre as colónias portuguesas

28 Nov 2007

Não perca



Um dos filmes mais extraordinários que vi, com duas soberbas interpretações de Michael Caine e Sir Laurence Olivier.
Recebi hoje a banda sonora da sua nova versão que como curiosidade tem Michael Caine, agora desempenhando um outro papel.
É um pedaço de música absolutamente soberbo.

27 Nov 2007

Vejo!


O romancista Sousa Tavares publicou uma crónica no Expresso que já lhe levou a levar bordoada de todo o lado. Entre muitas coisas que dizia, (ele gosta sempre de falar sobre tudo), comentou que gostava mais de jantar com Chavez do que com Bush. Eu, por mim, preferia jantar e cear com a Nicole Kidman.
Gostos.
Dentro da famosa crónica vem também este naco:


Por uma vez, a nossa habitual diplomacia de não fazer ondas com ninguém até teve razão de ser. Por que razão, de facto, haveríamos de ter Chávez como inimigo ou alvo a abater? Porque isso agradaria ao embaixador dos Estados Unidos em Lisboa? É ele que está em condições de garantir que, se hostilizássemos Chávez, em nome de uma estúpida solidariedade ocidental de espécie confusa, os Estados Unidos estariam de braços abertos para acolher a comunidade lusa de 400.000 almas que vive na Venezuela? E em nome de que coerência de princípios disse Luís Filipe Menezes esperar que Sócrates não deixasse de “abordar o tema dos direitos humanos” com Chávez? Será que espera o mesmo nas relações com Angola ou com a China - essas, sim, verdadeiras ditaduras - onde o bloco central dos empresários tem ou espera vir a ter negócios milionários, garantidos pela cobertura do Estado e por relações sem ondas com as nomenclaturas locais? O dr. Menezes sente-se capaz de explicar ao sr. Américo Amorim que, se um dia for primeiro-ministro, vai pôr o tema dos direitos humanos no topo da agenda das relações com Angola?

Tavares não gosta da actual América, não gosta de Bush, não gosta dos não fumadores, não gosta dos não caçadores, não gosta de presidentes de Câmara, não gosta de construtores civis, não gosta de Pulido Valente, não gosta de empresários de sucesso, não gosta dos políticos, (bem vá lá Sócrates leva um miminho pequenino), não gosta de automobilistas que não guiam tão bem quanto ele, não gosta do Pinto da Costa (aqui finalmente acerta), não gosta de ver gente nas praias que frequenta, na realidade Tavares só gosta de Tavares.

Neste pequeno apontamento Tavares mostra que aprendeu pelo menos uma coisa.
Estes futuros retornados da Venezuela devem ter um tratamento de excepção e evitar que o sejam o que não foi reservado aos retornados de Angola e Moçambique.
Valha a verdade que para Tavares estes não eram retornados eram colonos.
E agora até ele vê, que aqueles novos países que com tanto orgulho os senhores capitães pariram, são afinal umas ditaduras governadas por um bando de gatunos de alto coturno.
Todos os dias há menos um cego.

23 Nov 2007

Sai um micróbio prá mesa do canto

Fernanda Câncio, a putativa esposa do senhor primeiro-ministro julga-se por cima de todos.
É provável que goste da posição.
E vai daí hoje , acha-se naturalmente autorizada a insultar os juízes dos tribunais de Trabalho e da Relação sobre o acórdão que os mesmos proferiram no chamado caso do cozinheiro.

FC não consegue compreender que um Juiz decide mediante o que vem no processo, e lá muito bem escrito vinha que não há uma certeza a 100% de que não se possa transmitir o vírus através de sangue, suor ou lágrimas.

FC não consegue compreender que uma coisa é um indivíduo com SIDA a trabalhar num escritório outra é um cozinheiro a trabalhar directamente sobre o salpicão de que ela gosta.

Eu, já o disse noutros sítios, se soubesse que um restaurante tinha ao seu serviço um empregado com uma doença contagiosa, não punha lá os pés.

Quem é que quer ir jantar a um lugar onde trabalha um indivíduo com uma tuberculose com SIDA ou com outro virus qualquer contagioso ?
Provavelmente só a FC.
Agora acontece que ela deseja que o cozinheiro cuspa na sopa do Juiz.
Eu por mim, só desejo que ela depois de comer uma salada feita por um doente com SIDA não chore lágrimas de sangue.

21 Nov 2007

Vamos lá, cambada!


É claro que vamos ser apurados para o Campeonato da Europa de 2008.
Agora é altura de dizer uma coisa.
Esta campanha de qualificação foi do mais paupérrimo que se possa imaginar.
Num grupo de qualificação onde só havia terceiras divisões europeias chegamos ao jogo decisivo a gritar pela Virgem Maria.
Não houve em toda a campanha um jogo de encher o olho.
Foi tudo à rasquinha e com alguma ajuda dos senhores árbitros.
Esta selecção está cheia de estrelas.
Alguns pensam mais no corte de cabelo, nos anúncios ou em sair à noite do que em simplesmente jogar à bola.
Scolari não tem culpa nenhuma.
Ele bem queria mas o Liedson só pode ser naturalizado para a próxima semana.
Pode ser que convença também o Ronaldinho.
Força brasucas, os tugas agradecem
.

20 Nov 2007

Habla usted?


Me há gustado muchissimo los pros e contras de ontem.
La guapa Fátima demandava a los uns e los outros muchas coisas.
Eu cá entretido a ver no Blasfémias la discussion de el cocinero que podia verter lácrimas del sangre sobre el bife no há percebido niente.
As legendas também não ajudavam.
Viva la España !

PS.
Gostei quando pasaran em rodapé
El Fado Alejandrino tiene razón, per supuesto, This Is Ibéria – Thank You and Good Night.

19 Nov 2007

Uma cabeça, dez votos


Tenho uma má notícia para todos nós.
Muito brevemente Daniel Oliveira vai abandonar o país.
O motivo é muito simples, está aqui:

"Hugo Chávez: Presidente da Venezuela. Ganhou duas eleições. Não gostam? Peçam a nacionalidade venezuelana e votem nas próximas"
in Expresso

Depois de nos ensinar o que fazer, ele vai fazer.
Como sabemos, Daniel Oliveira não gosta de Bush. Aliás ninguém gosta de Bush excepto os milhões de americanos que o elegeram.
E aproximam-se novas eleições e está mesmo a ver-se que os americanos podem voltar a fazer asneira.
E qual é a asneira?
Ora é não votarem no candidato de Daniel Oliveira (que eu não digo qual é, pois já basta a publicidade que ele lhe faz) e portantos o nosso herói vai para os states para ensinar os cóbóis a votar e votar ele mesmo.

Agora a boa notícia, penso eu de que.
Vai voltar.
O quadro da CNN está completo

17 Nov 2007

Katarina disse... Parte II


Senhor Fado Alexandrino
Por favor não confunda, para confundir, esclavagismo com colonialismo. Se bem sei, quando os ditos capitães que tanto detesta, tentaram acabar com o colonialismo que se saiba ainda havia quem bem pensasse que os negros eram diferentes ,logo... ,escravos.
Se o Sr era um deles, isso é que ainda não compreendi. Logo mo dirá se quiser.

Muito obrigado.
Registo duas coisas, a primeira o tom mais cordial com que me interroga, a segunda é que não respondeu à minha questão.
Mas isso não tem importância, porque respondo-lhe com toda a franqueza.
Discriminação baseada em raça, credo, condição social ou económica, existiu, existe e existirá.
Por muito que isso nos custe admitir todos nós já a fizemos e faremos.

Vou fazer aqui um aparte para lhe esclarecer que os capitães não quiseram acabar com colonialismo nenhum que aliás já não existia em 74. O que eles quiseram foi acabar com um decreto-lei que os prejudicava nas carreiras.
E aliás os ditos nacionalistas também não aspiravam a nacionalismo nenhum.
Bebendo no livrinho vermelho, mal se apanharam no poder trataram de eliminar rapidamente os companheiros da aventura e colonizar para as suas contas bancárias tudo aquilo a que podiam deitar a mão.
Os factos estão aí para o demonstrar.

Assim a minha resposta só pode ser uma.
Brancos, pretos, indianos, mulatos, chineses são todos diferentes e aliás nem eles, entre eles se querem igualar.
Para mim o que conta é a pessoa em si.
Tive belos amigos em todas as raças (uma palavra maldita) excepto nos chineses que formavam uma comunidade fechada.

Na cidade onde mais tempo vivi a integração era total e algumas das pessoas mais populares não eram brancas ou melhor dizendo caucasianas.
Há mitos que tantas vezes ditos passam a verdades.
E há verdades que agora podem começar a ser sussurradas mas em 75 podiam levar à cadeia (e levaram).

15 Nov 2007

Katarina disse...


Fadinho, não percas tempo vai ver o programa da guerra e depois vem para aqui desmentir tudo o que para ti não justificou a guerra. Vá, diz lá que nada daquilo existiu, é tudo fantasia dos "vermelhos".Tadinho correram contigo da terra que não te pertencia por isso não lhes perdoas.Responde lá se fores capaz, depois do programa.Xau,Xau!

Se nunca partiu um coco com uma catana debaixo do coqueiro e bebeu a sua água, é muito difícil que alguém lhe explique ao que sabe.
A série de episódios que corre na RTP onde se pretende mostrar porque é que a guerra dita colonial começou tem um defeito que era impossível de contornar.
Tem uma visão particular que num caso que é político teria que ser de esquerda ou de direita.
O realizador imprimiu ali a sua marca ideológica.
Qual ela é fica ao critério de quem vê a série.
De mais a mais sabe-se que se nos colocarmos no lugar certo, entrevistarmos as pessoas certas com as perguntas certas, obtemos as respostas que desejamos.
É o que está a ser feito.

O último episódio pretendeu mostrar que em 1950 havia colonialista, havia separação entre negros e brancos, havia assimilados e outros horrores do género.
Joaquim Furtado podia ter recuado um bocadinho mais e vir mostrar-nos os barcos de escravos negros com as grilhetas ao pescoço.
Dava muito mais colorido.
Ninguém nega que o colonialismo existiu, foi um momento da história da humanidade com a sua parte boa e má como tudo o que tem acontecido.
Fazendo um paralelo é o mesmo que considerar que a guerra contínua entre Israel e os seus vizinhos é o resultado das cruzadas.

A guerra em Angola começou em 61 e em Moçambique em 64.
Em 1974 os senhores capitães entregaram os dois territórios.
Nessa altura as condições de vida não tinham absolutamente nada a ver com aquilo que o documentário mostrou.

Não cabe aqui fazer o relatório do que Moçambique era, mas posso dizer-lhe que tinha a maior plantação de cana-de-açúcar do Mundo, o maior palmar do Mundo e uma das maiores plantações de chá do Mundo, tinha uma universidade, vários liceus e a integração racial era total.
Hoje não tem nada e, claro, a culpa é do Salazar.

Quem sabe isso muito bem é um jornalista que escrevia lá no Notícias de Lourenço Marques, morava no prédio Avenida por cima do Café Avenida, escrevia reportagens fabulosas sobre a actuação das nossas tropas (preferia os pára-quedistas) e todos os dias escrevia uma loa sobre o governo quer da Província quer da Nação.
Chamava-se Guilherme José de Melo.
Onde é que ele andará?

E para terminar.
Os meus filhos nasceram lá, mas para si aposto que são colonialistas.
E assim eu pergunto-lhe, uma vez que tanto gosta de perguntar.
O que é que são os filhos dos africanos que vieram para aqui?


13 Nov 2007

Força Kamarada


Rui Tavares é um jornalista de esquerda.
Ele não quer que isso se saiba mas, prontos, está dito.
Hoje escreve com aquele olho esquerdo sempre aberto sobre o puxão de orelhas que o Rei de Espanha deu ao Imperador da Venezuela.
Para ele os insultos que o Imperador ia fazendo avulsamente a quem não estando presente não se podia defender são de elogiar.
E ele imagina o que é que seria

se Juan Carlos tivesse mandado calar um primeiro-ministro ou Presidente português, mesmo que se tratasse do mais impertinente e cabotino dos espécimes? Qual seria a reacção dos brasileiros, se Cavaco mandasse calar Lula?

Ora por este pedaço se vê porque é que um dia vai ser preciso fechar a Internet.
É que, antigamente os senhores jornalista podiam escrever tudo e nunca se lhes podia responder.
Agora é diferente e assim pode-se perguntar que raio de estúpidas comparações o senhor de esquerda que por acaso é jornalista foi escolher.
De tão absurdas qualificam a sua inteligência.
E ele continua porque

Juan Carlos não está isento de telhados de vidro: ainda há poucos meses foi suspensa a edição de uma revista que publicara uma caricatura desfavorável à Casa Real espanhola, e seguiu-se logo depois a polémica dos jovens levados a tribunal por terem queimado fotografias do Rei.

Tavares não consegue perceber que o Rei simplesmente recorreu a Tribunais para impedir aquilo que eu pessoalmente me sentiria ofendido se os visados fossem os meus Pais ou os meus filhos.
Tavares não pensa assim.

12 Nov 2007

Vêm um pano vermelho


A Internet tem destas coisas fantásticas.
Lê-se de borla aquilo por que não pagávamos um cêntimo para ler.
Está neste caso o Jornal de Notícias. Um jornal lido e comprado por muita gente mas que para mim tem o defeito de ser feito no Norte para o Norte.
Ontem Paulo Baldaia, chefe de redacção, resolveu escrever à balda(ia) sobre a Igreja.
Ora o moço, não é cristão, não vai à missa, não vai à bola com a cristandade mas acha que pode falar daquilo que não sabe.
Estão a ver o Paulo Bento a escrever sobre física quântica.
Pois é a mesma coisa.
Gatafunha ele:

O líder da Igreja Católica - cardeal Ratzinger, rebaptizado Papa Bento XVI - recebeu na sede do Império (Vaticano) os bispos portugueses e parece que lhes passou um raspanete. "Novo estilo", "Nova mentalidade", escreveram na primeira página vários jornais, dando conta das mudanças requeridas pelo chefe da multinacional católica para a sua filial portuguesa.Livres de dogmas, olhando com respeito para a instituição Igreja, nada nos impede de perceber que o problema do Vaticano é que em Portugal - como de uma forma geral no mundo inteiro - há cada vez menos padres, menos seminaristas, menos baptizados e menos pessoas na missa. Ou seja, menos negócio.

A primeira coisa que se deve dizer, é que ele, coitado, não tem culpa.
A educação bebe-se no berço, não lha deram, ficou apto a escrever em jornais do Norte.
Por acaso, por um golpe de sorte, João César das Neves escreve sobre o mesmo assunto e quase que parece que por uma inspiração divina responde-lhe antecipadamente.
Vamos ler:

A Igreja tem em Portugal uma vastíssima acção social, com enormes benefícios para toda a comunidade. Na saúde, educação e imprensa, no património, animação cultural e assistência, no combate à pobreza, solidão e doença, nas prisões, hospitais, forças armadas, nas capelas mortuárias e cemitérios. A esmagadora maioria das IPSS, creches, ATL, centros de dia e jornais regionais pertencem à Igreja. Uma enorme percentagem das escolas privadas, clínicas, grupos culturais, apoios domiciliários são animados pelos cristãos. Houve tempos em que a fé era simplesmente a vida, sem se dar pela diferença. Hoje, que gostamos de contabilizar essas coisas, a influência da Igreja é literalmente incalculável. Apesar disso, provavelmente por causa disso, a animosidade contra a Igreja permanece palpável, sobretudo em certas épocas.

Realmente o problema é números.
Aqui o jornalista do norte acertou sem saber.
Quase que aposto que um dia vai ser ajudado por um destes anónimos números.
Nesse dia vai converter-se.
Até Judas, se tivesse tido necessidade de um lar de terceira idade, o teria feito.

9 Nov 2007

Outras Gentes


Conforme o Público muito bem recorda , nestes dias no Reino Unido glorificam-se os mortos em combate, nas duas Guerras Mundiais e nos vários conflitos onde as tropas britânicas se bateram.
Orgulham-se dos seus mortos e respeitam-nos.

No último episódio da Guerra no Ultramar podemos ver imagens ensurdecedoras da tomada de Nambuangongo e Pedra Verde dois dos muitos momentos em que as tropas portugueses ultrapassarem em valentia tudo aquilo que era humano esperar-se.
São hoje olhados de lado como perigosos fascistas que defendiam os colonos.

Os colonos foi uma palavra que Joaquim Furtado, um jornalista isento a quem não se pode apontar uma palavra de apreço por teorias de esquerda, empregou trinta e sete mil vezes.
Havia famílias constituídas por três gerações, mas para Furtado é tudo igual.
São todos colonos.
Aqui e agora os descendentes de africanos também são colonos?

5 Nov 2007

Não é ceguinho!


Fundação Joe Berardo recebe um milhão de euros e mais uns trocos do Estado.
Leia aqui .

4 Nov 2007

Hip Shoot


Carla Hilário Quevedo.
A maior cronista viva, teve um azar recentemente.
Durante três semanas ficou sem o seu popó e teve que andar nos transportes públicos.
Carla, desde a puberdade, que não se misturava com o povinho e só conhecia a vida através do The New York Times ou The Yale Review ou da Elle, em francês, claro!
Nas suas palavras “não houve um único dia nestas três semanas de contacto com a vida real – uma profunda chatice sem nenhuma alegria – em que não assistisse a pelo menos uma cena de brutalidade ou má-criação ou chantagem entre mães e filhos”.

Pois é uma pena que volte lá para o castelinho pois podia ter a oportunidade de ver uma cena como a que a seguir se descreve passada no Texas, perdão na linha de Sintra.

Cerca de 40 indivíduos tentaram ontem, pelas 17h15, entrar no comboio sem pagar, na estação de Monte Abraão, concelho de Sintra, tendo entrado em confrontos com a PSP,
O bando com cerca de 40 indivíduos de raça negra, que segundo testemunhas estavam alcoolizados, tentaram invadir a esquadra da estação ameaçando os polícia com garrafas.Valeu-lhes a ajuda dos elementos da Equipa de Intervenção Rápida que, à bastonada, conseguiu dispersar o bando.Nos confrontos um polícia foi agredido, tendo sofrido ferimentos num dedo, e um dos elementos do bando foi transportado ao hospital por se ter ferido numa queda, disse ao CM o oficial de serviço ao COMETLIS.O CM apurou que pelas 17h45 a PSP conseguiu dispersar o bando, tendo realizado duas detenções.

Correio da Manhã

Seguem-se alguns comentários de populares que, claro está, não representam nada, não correspondem à verdade oficial, têm aquele defeito de que não se pode escrever o nome e que apenas têm o azar de não ter o popó da Carla e viajarem nos comboios.

Paulo Ko

Coitados (os do Bando), eu até os compreendo, pois sentem-se marginalizados e injustiçados pela sociedade etc., é realmente lamentável. Ainda bem que a policia não magoou ninguém senão tinham que preencher montes de papelada. Penso que devia haver um subsidio para este género de bandos, assim como t-shirts com publicidade diversa e álcool à descrição claro...


Manuel Silva

Para este tipo de comportamento, devia se responder na mesma moeda ou seja: detenção e expulsão do país. Os nossos governantes dão tudo e mais alguma coisa aos imigrantes e depois tem como agradecimento, actos de vandalismo, agressões, roubo, assaltos, etc.

Paula

É lamentável, e depois chamam racistas a quem critica vivamente este tipo de situações a Autoridade Nacional (estado) perdeu o controlo e já não á volta a dar-lhe, será uma questão de tempo temos iremos ter um pais onde há ricos e muito pobres, os policias não se organizaram, estão mal pagos etc... não espanta que não queiram arranjar problemas para eles e para as suas famílias eu fazia o mesmo.

Ana Alves

Coitadinhos. São diferentes dos outros não queriam pagar bilhete. Marginalizados? Eu é que sou marginalizado que pago bilhete e impostos e estes tipos nada ainda recebem rendimento mínimo sem fazer nada e por cima é o que se vê. Bastonada em cima é o que eles precisam.

Vitor

Aos anos que isto acontece...há mais de 10 anos. É a bela maneira de integração dos imigrantes que "gostam" tanto do nosso país. O SOCRATES MAIS O RESTO DA PANDILHA, é que deveriam andar nessa linha de Sintra e passear na Cova da Moura, mas sem escolta atrás, iam ver o que era bom para a TOSSE. PAIS 3º MUNDO O MEU.

3 Nov 2007

Paulo Jorge Lourenço Batista


O FCP ia a caminho de uma nova glória, quinhentos jogos só com vitórias e já tinha oito.
Ontem estragou-se esse lindo sonho.
No entanto este homem fez tudo o que podia e ajudou a marcar o primeiro golo.
Não chegou, paciência.
Já outro senhor com o mesmo equipamento tinha feito o mesmo no jogo anterior.
É preciso que os jogadores se convençam que não podem ser eles a estragar o sonho que estes ajudam a construir.

1 Nov 2007

A namoradinha de Portugal


Catarina Furtado Reis foi mãe pela segunda vez.
Parabéns.
Foi ter o filho ao Hospital da Luz.
Parabéns.
Numa desenvolvida reportagem no Correio da Manhã, ficamos a saber que para João Reis “foi um momento mágico”.
Nas palavras de Catarina “nasceu um príncipe” e ficamos ainda a saber que tem mais cabelo que a irmã.
O nome foi escolhido apenas depois do parto porque “só o escolheríamos quando víssemos o bebé e aquele nome era o que melhor encaixava na cara dele”.
Chama-se João Maria.
Foi um grande espectáculo.
Catarina actuou, Reis esteve ao lado, os pais da artista acompanharam o processo atrás de um vidro.
Vai dar qualquer dia numa televisão perto de si.

Angola






(Algumas verdades que não vai ver na série de Joaquim Furtado)