Mário Soares é entre os mínimos, o responsável máximo pela descolonização exemplar.
Nos tempos em que era mais jovem, num episódio já desmentido um milhão de vezes, pisou a bandeira nacional (um trapo, na linguagem pitoresca do pitoresco Daniel Oliveira) em Londres, quando Marcello Caetano lá se deslocou em viagem de Estado.
É um gastador nato, do dinheiro dos outros, e continua a custar ao povo português um zilhão de euros que entre outras coisas pagam os seus telefonemas pessoais.
Adora falar.
Dá opiniões definitivas sobre tudo e sobre todos e sobretudo não gosta nada de ser contrariado.
Ora é sobre esta personagem da nossa moderna História que o brilhante director do Público faz um editorial, em recente dia, porque ficou muito desagradado por o mesmo ter elogiado uma acção de esquerda democrática de Chávez.
Vamos ouvi-lo:
Mas onde o fundador do PS se excede largamente é nas suas referências ao autocrata venezuelano, Hugo Chávez, altura em que chega ao ponto de justificar a sua decisão de encerrar um canal de televisão privado que lhe era hostil. Como? Primeiro, defendendo que o canal não foi encerrado, apenas não viu renovada a sua licença. Depois, achando isso justificado porque "era um canal de uma imensa agressividade e impertinência para com o Presidente da República eleito". Por fim, sugerindo que não lhe cabe avaliar a decisão por ser "português, europeu" e ter "outra formação". Tudo isto é gravíssimo, pois permite justificar as ditaduras em países não europeus e considerar legítimo calar um órgão de informação porque este critica o Presidente da República. É de novo o mundo em que nos habituámos a ver Soares virado de pernas para o ar, e este a perder as suas referências centrais.
José Manuel Fernandes, treme sempre em duas situações.
Quando alguém ataca a liberdade total dos meios de comunicação social publicarem tudo o que lhes dá na gana ou quando a Alta Autoridade para a Comunicação Social (acho que já mudou de nome e de administradores) lhe manda publicar um direito de resposta.
O último caso não é grave, e ele faz por ignorá-lo até ao limite.
Mas onde o senhor director falha redondamente é quando tenta analisar a reserva moral da República.
Diz ele, sobre o venerando:
Nos tempos em que era mais jovem, num episódio já desmentido um milhão de vezes, pisou a bandeira nacional (um trapo, na linguagem pitoresca do pitoresco Daniel Oliveira) em Londres, quando Marcello Caetano lá se deslocou em viagem de Estado.
É um gastador nato, do dinheiro dos outros, e continua a custar ao povo português um zilhão de euros que entre outras coisas pagam os seus telefonemas pessoais.
Adora falar.
Dá opiniões definitivas sobre tudo e sobre todos e sobretudo não gosta nada de ser contrariado.
Ora é sobre esta personagem da nossa moderna História que o brilhante director do Público faz um editorial, em recente dia, porque ficou muito desagradado por o mesmo ter elogiado uma acção de esquerda democrática de Chávez.
Vamos ouvi-lo:
Mas onde o fundador do PS se excede largamente é nas suas referências ao autocrata venezuelano, Hugo Chávez, altura em que chega ao ponto de justificar a sua decisão de encerrar um canal de televisão privado que lhe era hostil. Como? Primeiro, defendendo que o canal não foi encerrado, apenas não viu renovada a sua licença. Depois, achando isso justificado porque "era um canal de uma imensa agressividade e impertinência para com o Presidente da República eleito". Por fim, sugerindo que não lhe cabe avaliar a decisão por ser "português, europeu" e ter "outra formação". Tudo isto é gravíssimo, pois permite justificar as ditaduras em países não europeus e considerar legítimo calar um órgão de informação porque este critica o Presidente da República. É de novo o mundo em que nos habituámos a ver Soares virado de pernas para o ar, e este a perder as suas referências centrais.
José Manuel Fernandes, treme sempre em duas situações.
Quando alguém ataca a liberdade total dos meios de comunicação social publicarem tudo o que lhes dá na gana ou quando a Alta Autoridade para a Comunicação Social (acho que já mudou de nome e de administradores) lhe manda publicar um direito de resposta.
O último caso não é grave, e ele faz por ignorá-lo até ao limite.
Mas onde o senhor director falha redondamente é quando tenta analisar a reserva moral da República.
Diz ele, sobre o venerando:
O que diz ou escreve nunca é encarado como o fugaz comentário de um opinion maker, antes tende a ser visto como a voz avisada de um ancião cheio de energia e experiência.
Voz avisada? Ó meu senhor, o ancião considerou sempre as pessoas, as ideias e os ideais, como simples plataformas da ambição pessoal.
Soares sempre se viu como o centro do Mundo, sempre considerou que a História lhe iria reservar um magnífico capítulo.
Nos delirantes momentos em que montado sobre em elefante, se imaginava um Sandokan mais maduro, pensava que juntamente com a sua carochinha podia ser um Konrad Adenauer mais moderno, um Kennedy menos mulherengo, um Juscelino Kubitschek menos esquerdista.
A história, a portuguesa não a mundial, reserva-lhe uma nota de rodapé.
Infelizmente.
As províncias ultramarinas, os milhares de mortos, os retornados, mereciam mais.
Mereciam a verdade
4 comments:
Eureka, Alexandrino! Finalmente escreveu de algo com o qual estou de acordo consigo! Principalmente nos considerandos que faz sobre Mário Soares que deve ser o político (agora na reforma, Deo Gracias) mais odiado - e com sobejas razões - pelos retornados e não só.
Apesar de Mário Soares não ter conseguido ser "um Konrad Adenauer mais moderno, um Kennedy menos mulherengo, um Juscelino Kubitschek menos esquerdista." teve de Portugal e dos portugueses muito mais do que mereceria.
Talvez um dia haja alguém com coragem para contar a verdade sobre a tal "descolonização exemplar".
O Alexandrino num momento de bem estar emocional, até escreve bem e demonstra sobriedade.
Continue assim, homem.
Muito obrigado.
Ainda é cedo para se saber a verdade sobre a descolonização exemplar.
O motivo é muito simples.
Os principais responsáveis por essa vergonha nacional estão vivos.
E são muito poderosos.
Mário Soares, por exemplo, com um estalar de dedos pode destruir a vida de uma pessoa.
Não vivemos numa democracia, vivemos numa democracia musculada.
Já a veneranda figura, para contornar uma incoerência descoberta, dizia que só os burros não mudam. Pois...
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