19 Aug 2007

Potius mori quam foedari


Por uma coincidência, após os meus post sobre os homossexuais e lésbicas outros sites com muito mais visibilidade e maior qualidade escreveram sobre o mesmo assunto.
Embora seja uma coincidência há uma razão para ela ter acontecido.
E ela, a razão, é muito simples. Tem a ver com a crescente arrogância que estas orientações sexuais mostram. De proscritos passaram a iguais e num instantinho vão apregoar a sua superioridade estética e sexual sobre os outros infelizes que apenas seguem as normas da natureza.

E a campanha é lançada regularmente nos meios de comunicação social onde dispõem de uma base de apoio formidável.
Está na moda, dá bons títulos.
Hoje no Diário de Notícias cabe a vez a Maria João Caetano e Paulo Spranger de oficiarem.
O começo é épico.

Não podem casar. Não podem recorrer à inseminação artificial ou à adopção, enquanto casal. Se forem homens, não podem dar sangue. Não podem namorar na rua, ou melhor, podem, desde que estejam dispostos a aguentar as bocas, os olhares e as risadas.

Estes jornalistas, uma vez que trabalham aos pares, bem podiam ler em voz alta o rascunho um ao outro, para evitarem dizer baboseiras.
Não é por serem homens e larilas que não podem dar sangue. Eu próprio quando para ajudar pessoa amiga fui dar sangue, perguntaram-me “teve mais que uma parceira nos últimos seis meses?”, respondi que sim e mandaram-me embora. Dar sangue é dar vida e eu podia (felizmente não) dar morte. Parece simples mas estes jornalistas são uns trapalhões.
É claro que não podem casar. Mas querem casar para quê? E querem os filhos dos outros para quê?
O direito a heranças e outras coisas materiais pode e deve ser contemplado num qualquer Decreto-Lei.

Vamos agora dar a palavra a um:

"Este é o país onde o insulto máximo tem a ver com homossexualidade", recorda Paulo Côrte-Real, da Ilga. "A discriminação existe desde logo na lei, é uma discriminação 24 horas por dia", acusa. É o próprio Estado, que deveria dar o exemplo, o primeiro a olhar o homossexual como uma pessoa diferente. Depois vem tudo o resto: a família, os vizinhos, o emprego. "Um homossexual não pode ter a fotografia da família na secretária nem contar no trabalho o que fez no fim-de-semana." Antecipando as reacções negativas e as penalizações, opta, quase sempre, por não se revelar. Fica dentro do armário.

Ora o senhor Paulo(a) devia perguntar-se porque é que isto é assim.
Eu explico-lhe.
Enquanto a Terra for redonda e girar à volta do Sol há-de haver sempre uma divisão. Ela é entre normal e anormal e por muito que se queira inverter (olha lá escrevi a palavra sem querer) a situação o que não é normal vai continuar a ser olhado com desconfiança.
E quanto a isto, bem podem vir comboios de tratados científicos que a povinho há-de continuar a acreditar no mesmo. É um vício.
Mesmo assim a boa nova vem tarde mas vem.
Conforme diz um senhor psicólogo:

Quando a auto-revelação da homossexualidade acontece na idade adulta, os sentimentos referidos são mais positivos: alegria, alívio, curiosidade, entusiasmo.

Portanto o que é preciso é esperar e não ser como aquela senhora lésbica que começou aos cinco anos.

Não posso terminar sem deixar de lembrar uma intervenção (arrancada a ferros) em que uma senhora lésbica me garantiu que aprovava que um miúdo de onze anos tivesse uma relação homossexual com um adulto.
Para aprender de pequenino, como o pepino, presumo.

Daniel Oliveira na homília que aos sábados faz no Expresso, usa a mesma fonte que eu usei sobre o caso do futebolista brasileiro e termina como devem terminar os sermões, com um aforismo que é um aviso a quem falar destas pessoas, sem ser em tom respeitoso.
Diz ele:

Espero apenas viver numa sociedade suficientemente civilizada para que a pressão social os mantenha envergonhados. E voluntariamente calados.

É para isso que existem estes textos que regularmente os jornalistas escrevem.
Eu espero continuar a pensar pela minha cabeça.

20 comments:

ivone said...

senhor fado alexandrino

sem coment�rios!

Anonymous said...

olá
não se esqueça nunca do mercado , mesmo nestas questões que aparentemente nada têm a ver. E das modas e publicidade. Há lucro algures, pode ter a certeza. Afinal , ainda ,na maior parte dos casos , não têm filhos e têm mais dinheiro para gastar. E são tão manipuláveis quanto nós.
De qualquer das formas relembro que relação homosexual é biológicamente estéril, E , como já lhe disse a sí ( por outro assunto) não se pode adorar a deus e ao diabo. Menino , se é preciso mãe e pai para o fazer, penso que é legitimo pensar que o ideal é mãe e pai para o criar.
A relação heterosexual é mais dificil : homens e mulheres temos sensibilidades, corpos e maneiras de pensar diferentes . Bico de obra chegarmos a acordos. Tinha de haver alguma compensação para tanto esforço de compreensão e união.

Anonymous said...

Lá regressa o senhor Alexandrino a um tema que lhe é querido.
Fique-se com a sua opinião e deixe que os outros, seres humanos como você, tenham a opção que entenderem.
Ou será que já está a ser atacado pela cegueira anti qualquer coisa?

Fique no seu cantinho muito macho (não sei não) e não se preocupe com terceiros.

fado alexandrino. said...

Muito obrigado Marina e aos outros também.

Ivone
Aos costumes disse nada.
Se tem razões para discordar, discorde. O tempo da longa noite fascista já acabou. Saia do armário.

dasssseeee disse...
Não, não disse.
Desculpe lá, eu escrevo sobre o que me apetecer, O senhor/senhora é livre de comentar e dizer o que lhe estiver no coração

Aqui nunca um comentário será censurado

Anonymous said...

Como é que uma pessoa que nunca dá a cara (se calhar dá outras partes do corpo) tem a coragem de falar (talvez zurrar) sobre coisas que têm direito a ser respeitadas, tanto como as idiotices da sua preferência mas que por isso também não são censuradas?!

Julgo que já é demais a sua perseguição. O que me parece é que do "outro lado" já ninguém lhe liga. E ainda bem.

Anonymous said...

Hoje em dia quase que é obrigatório, devido ao politicamente correcto aceitar a homossexualidade como algo normal, mas não é !!!Portugal transformou-se num país de gays e lésbicas nos jornais na televisão ... querem à força fazer com que as pessoas aceitem essa anormalidade ... faz parte da destruição da familia e valores morais fundamentais para a sociedade! Não aceito ter um primeiro ministro homossexual nem sou a favor do pliticamente correcto ....

fado alexandrino. said...

dasssseeee disse...

Não percebeu nada!
Sim sou anónimo, tanto como o senhor(a).
Não é perseguição nenhuma. Conforme poderia ter reparado o post surge na sequência de um apontamento num jornal, e esse apontamento surge porquê?
Se souber responder a esta pergunta, as suas inquietações desaparecem.
Quanto a insultos, não tente.
Já me chamaram e insinuaram muito pior e nunca me incomodei.
Quanto ao "outro lado" convenhamos, quanto mais longe melhor.
E vinham aqui dizer o quê?
Eu não digo mentira nenhuma e portanto torna-se um bocado difícil vir aqui argumentar com sonhos delirantes.

Anonymous said...

O senhor merece desprezo.
Mas não é só isso que vai ter.

Os apontamentos jornalísticos surgem quantas vezes porque dá jeito, porque os assuntos em causa são moda ou porque é politicamente correcto segui his master voice.

É o que você faz?

Anonymous said...

Sem querer ofender ninguém , é-me igual com quem as pessoas se deitam. A vida é feita de escolhas , algumas são mais dificeis , mas há que arcar com as consequências. Não compreendo porque querem imitar o modo de vida de pessoas com escolhas diferentes. Construam o vosso, diferente como a vossa sexualidade é. É tolo quererem reproduzir o modo de vida heterosexual. A mais não seja , não acrescentam nenhum modelo novo à humanidade , só cópias mal amanhadas.

fado alexandrino. said...

dasssseeee disse...

Demorou um bocadinho, mas conseguiu chegar lá.
Agora tente descobrir quem dá esse empurrão nos jornalistas ou se, não serão auto-empurrados.
Não confunda com jornalistas que pegam de empurrão.

Desculpe uma pergunta.
Além do desprezo vai bater-me?

Anonymous said...
This comment has been removed by the author.
Anonymous said...

Bater-lhe? Não! Há lá pior coisa que o desprezo !?!?!?
Você é mentalmente debilitado.
E não será um produto globalização estupidificante?

fado alexandrino. said...

dasssseeee disse...

Muito obrigado.
Fico com uma quase certeza, aprendeu algo neste diálogo e se for inteligente vai abrir os olhinhos.
E porquê?
Porque vai começar a compreender que chegou a altura de a esmagadora maioria dizer que basta deste assalto às instituições feita por esta pequena franja da sociedade.
Nem era preciso dizer-lhe mas estou absolutamente de acordo com a leitura que Alberto João Jardim faz deste quintal.
Não se afaste que breve vou publicar um post sobre o aborto que também vai despertar a fera adormecida que está dentro de si.

Anonymous said...

Viva,viva, finalmente o Sr FA vai publicar um post acerca de si próprio : um aborto....
Aguardo a revelação da verdadeira identidade e sentimentos de uma criatura não desejada.

ivone said...

senhor fado alexandrino

continuo sem comentarios!!

fado alexandrino. said...

ivone disse...

Obrigado. É pena.
Fui visitar o seu blog.
É estéticamente muito conseguido e os poemas bem elaborados.
A conjugação deles com as fotos está arrojada e cinéfila.
Pode ver as minhas fotos no meu outro blog (colectivo).

Anonymous said...

Aborto?
Mas você não é já um aborto?

Anonymous said...

Bem , para o caso de não saberem , instituições como o matrimonio , estruturam-se em torno da prole. Ter filhos , cria-los e depois , claro , a herança.
Se não houvesse filhos entre homens e mulheres , familia não existia ( pai , mãe , filhos). A familia não foi estruturada em torno do amor entre dois seres humanos ,o casamento por amor é uma invenção recente. Há uns anitos , a mulher precisava de um casamento como hoje precisa de um emprego , e o homem, como hoje precisa de uma mulher a dias.
O casamento era mais bem uma imposição necessária ( e continua a ser - ainda há pessoas ,pelos vistos, que se julgam ninguém se não casarem) .
Concerteza que existem mais formas de agrupamento e relacionamento de seres humanos sem ser necessário que queiram tomar de assalto este.
Estou.me a lembrar da , legal em muitos paises , poligamia , ou de comunidades hippies , forma de vida muito engraçada.
Agora que sairam do armário e são livres , amanhem-se e mostrem uma nova forma de viver ao mundo. Em vez de quererem mais do mesmo e mal. Seriam muito mais respeitados. E não implicariam tanto convosco. No fundo , no fundo , quem se discrimina , nos dias de hoje, são vocês propios , que dão demasiada importância às formas institucionalizadas de viver e nem percebem que podem ter uma diferente e tão legítima quanto a nossa.
Demasiada socialização , digamos.

Anonymous said...

Anonymous
Você veio dar uma tremenda dor de cabeça ao Alexandrino.
Acha que o homem vai perceber isso?

Duca said...

Marina disse:
"Construam o vosso, diferente como a vossa sexualidade é. É tolo quererem reproduzir o modo de vida heterosexual."

Concordaria consigo se o que pagamos ao Estado fosse também diferente, ou seja, se houvesse uma discriminação positiva. Não posso casar e, portanto, não posso receber pensões de reforma, de viuvez, não tenho os mesmos benefícios fiscais não posso comprar casa juntamente com a minha companheira, etc., etc., logo, não deveria pagar os mesmos impostos. No entanto, não é assim. Logo, tenho todo o direito de querer para mim os mesmos direitos que os heterossexuais, pelo menos, enquanto continuar a pagar o mesmo ou mais que eles.

Anónimo disse:
"Em vez de quererem mais do mesmo e mal. Seriam muito mais respeitados. E não implicariam tanto convosco."

Quero lá saber das implicâncias e faltas de respeito dos heterossexuais! É para o lado que durmo melhor! O que eu quero é ter acesso aos mesmos direitos e cidadania que eles (os heterossexuais) têm porque no que toca a pagamento de impostos e deveres para com o Estado somos todos iguais. Assim, quero o mesmo retorno, leia-se, direitos, na exacta medida dos impostos que me são exigidos e pago e que são os mesmos que são exigidos à maioria heterossexual.