25 Oct 2007

Preencha a gosto


Já temos uma nova telenovela.

Uma vez que os casos Joana I e Joana II estão em banho-maria e só se espera que Moita Flores anuncie os criminosos quando se fizerem os seis meses é preciso encher os telejornais.
As afirmações do Watson num país que nunca foi racista (excepto a D. Edviges cujos vizinhos de cima são angolanos e gostam de dançar) não dão para nada.
E aliás acho que ele até já foi queimado vivo.
O apito dourado, o caso Casa Pia só interessam quando houver culpados e nessa altura a televisão já é em três dimensões.
Era também engraçado saber-se porque é que o senhor doutor Sá Fernandes nos últimos tempos não lançou nenhuma providência cautelar, mas é assunto tabu.
Tabu é também aqueles episódios sobre a Guerra no Ultramar.
Devagarinho já lá vai a caminho da esquerda.
O segundo episódio parecia feito pelo SNI.
Só houve tempo para ouvir um dos lados da versão, é o problema dos orçamentos.

Assim resta-nos o Assunto.
Que é o referendo sobre o Tratado de Lisboa.
Aquela coisa que vai ser assinada em Dezembro e que, aposto, só umas vinte pessoas em todo o mundo vão ler.
Mas mesmo assim há uns partidos que querem que os portugueses digam se o leram ou não.
São sempre os mesmos e não sou eu que lhes vou fazer publicidade.
Qual é a minha posição?
Muito fácil, se houver refendo não tenciono por lá os pés, e não deve estar mal acompanhado nesta ideia, penso eu.
Paulo Baldaia do Jornal de Notícias ainda é mais categórico.
Escreve:

Eu sou dos que consideram que não é preciso referendo, mas apenas porque acho que os portugueses não o merecem. Se não cumpriram a obrigação nos três referendos anteriores - dois sobre o aborto e um sobre a regionalização - que lhes diziam directamente respeito, por que razão haveriam agora de poder decidir por todos os povos da União Europeia? É que sem a ratificação de um só país que seja não há tratado.

Apoiado.

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