Tive ocasião de participar no programa Prós e Contras sobre a última campanha militar que empreendemos em África.
Do muito que ficou por dizer e do que se poderia comentar, vamos ater-nos a um pequeno episódio.
A páginas tantas surgiram do lado dos "contras", duas ou três vozes a clamar por "unidade", que era importante "estarmos unidos". É estranho este clamor.
Em primeiro lugar, porque não se entende muito bem a que unidade se apelava; depois porque um número considerável de pessoas, altamente responsáveis por gravíssimos eventos de que todo o país sofreu as consequências, vem agora clamar por unidade, quando eles próprios se entretiveram a desunir e a partir tudo aos bocadinhos.
Como é que indivíduos que sanearam e prenderam a torto e a direito e sem regras vêm agora falar em unidade? Uns irresponsáveis que destruíram a disciplina e a hierarquia e são causadores morais, quando não agentes, de actos militarmente indecorosos, vêm apelar à unidade?
Querem que sejamos cúmplices do bando armado em que transformaram umas forças armadas dignas, dos juramentos que quebraram e da desgraça que causaram à terra portuguesa nas quatro partes do mundo?
Estão enganados.
Não há lugar a "unidade" nenhuma.
O que tem que passar a existir é separação de águas; responsabilização de quem se portou mal; apartamento entre o trigo e o joio. Não pode ficar tudo metido no mesmo saco.Só assim a instituição militar pode reganhar o prestígio perante a nação. A unidade virá depois disto. Não antes.
João J. Brandão Ferreira
Tenente-coronel piloto-aviador (ref.), Lisboa
Cartas ao director jornal Público
4 comments:
Desculpe Caro Fado, esqueça a repulsa que tipos como eu lhe causam, mas tem toda a razão.
Já agora, e com conhecimento de causa, a instituição militar é um tacho para desocupados que, na falta de melhor, vão ganhar umas lecas à custa do estado. Normalmente somos agraciados por ex marginais, tipos com um QI de 10, ou gajos licenciados, incapazes de singrar no mundo laboral, dada a retrete em que se tornou este país.
Perdoe-me o abuso. Boa semana
Muito obrigado.
A salutar troca de comentários não pode ser impeditiva de nada.
Destes comentadores é que o Fadinho gosta!? Gozam com os seus "temas" preferidos e nem dá pelo gozo. Pobre (de espírito) este Fado!
Muito gosto eu de anónimos com nome... Depois são donos de uma visão para além de tudo aquilo que pode ser visto... Quem me dera saber onde anda o gozo.
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