28 Jan 2010

A sorte protege quem a procura



"Out of the night that covers me,"
"Black as the pit from pole to pole,"
"I thank whatever gods may be"
" For my unconquerable soul."
"In the fell clutch of circumstance"
"I have not winced nor cried aloud."
"Under the bludgeoning of chance"
"My head is bloody, but unbow'd."
"Beyond this place of wrath and tears"
"Looms but the Horror of the shade,"
"And yet the menace of the years"
"Finds and shall find me unafraid."
"It matters not how strait the gate,"
"How charged with punishment the scroll,"
"I am the master of my fate:"
"I am the captain of my soul."

(poema de William Ernest Henley recitado por Mandela em Robben Island)


Clint Eastwood volta a assinar uma obra a todos os títulos muito interessante.

Nelson Mandela necessitando de unir uma nação dilacerada pela política do
apartheid descobre que uma das poucas coisas que esbate as tensões raciais ou sociais é a equipa nacional do país, seja em que desporto for, impor-se ganhar e criar nas pessoas a ilusão de que elas também ganharam ao verem os ídolos ganharem e que a Nação passa a ser repeitada.

Aqui foi no rugby, Scolari num registo mais modesto foi no futebol.
A diferença entre ambos é que um tinha por detrás um homem como Mandela e um povo que unido vibrava mesmo com a selecção o outro era um estrangeiro num país praticamente partido ao meio nesse apoio e por detrás no lugar do estadista havia apenas pequenos figurantes.

É curioso que durante o filme a totalidade da acção é dada aos jogadores e a aparição de dirigentes é praticamente nula . Diferenças.

No filme de uma maneira talvez um pouco romântica os ódios entre brancos e negros vai-se esbatendo à medida em que os resultados vão aparecendo e francamente há uma ou duas cenas que roçam o conto de fadas.
Morgan Freeman cria uma personagem que torna difícil dizer onde acaba o actor e começa Mandela, parecem uma e a mesma pessoa.
Duas horas e picos, trepidantes que se vêm com muito agrado.

Tem no entanto uma nota desagradável como diz o IMDB "Nelson Mandela's PA, Zelda La Grange, is cast as a black woman, when in fact she is white ".
Uma liberdade desnecessária.

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