13 Nov 2011

Os sete selos (clique)




Não tenhas medo do escuro
a luz que se apaga
torna-te mais a sós contigo
A longa noite que virá
não impede o teu caminho
nem será nenhum castigo
Aqui

Is life really meaningless? Is the only true ethic of life, to simply enjoy the moment? If God is there, why does he not answer? Why does he leave men with kind hearts and noble aspirations to fumble in the dark dying of the plague with no answers? Perhaps, Antonius reasons, the answers only come from Death.
IMDB

Tem mais de meio século de existência mas por motivos vários só agora foi visto, e ainda bem pois está perfeitamente actual.
Numa época em que a peste negra dizimava sem piedade as populações a única esperança das mesmas era recorrer à bondade divina a qual achavam que era também a origem do mal como um castigo.
Parece absurdo que se pense assim de um Deus absolutamente misericordioso que antes de o ser seria absolutamente implacável.
E é neste cenário que um cavaleiro vindo de longe, das Cruzadas, e portanto com uma mente aberta defronta numa partida final de xadrez a Morte.

O paralelismo entre esta peste e a "peste" que assola hoje em dia as nossas sociedades (crime, desemprego, fome, falta de valores morais) é tão real que incomoda.
No filme a angustia das pessoas leva-as ao desespero de urgentemente encontrarem alguém palpável (Deus está tão longe) que possam culpar nunca pensando que o erro pode ser deles mesmo.
Ontem como hoje.

Como cinema é de uma beleza esmagadora e as cenas de histeria religiosa são comoventes na ignorância absoluta das personagens.
No fim a Morte, como sempre, ganha deixando que a esperança escorra entre os dedos como areia.

Se não viu está a perder uma das obras maiores em cinema e apenas peço desculpa de não poder transmitir em palavras aquilo que os olhos vêm.
Está aqui

2 comments:

Carlos Lopes said...

Não deixa de ser curioso eu fazer os meus poeminhas sem conhecer os filmes que aqui os ilustra! Abraço.

fado alexandrino. said...

A beleza artística expande-se e em algum momento há-de tocar em algo que a reflecte.