21 Apr 2009

Monumental


Finalmente consegui voltar a vê-lo.

É uma obra magnífica, também é maldita porque aborda assuntos sobre os quais muitos pensam ser de todo conveniente lançar um véu de verdade oficial.

Deve ter sido uma sensação avassaladora para um oficial da temida SS de Hitler sentir que tinha um poder quase como um Deus, o poder de decidir da vida de outro humano, o poder de estar acima de qualquer conceito moral, o poder de sentir que não tinha limites.
Por outro lado os pobres infelizes que caíram nesta espiral de horror devem ter sentido o que era não significarem nada, o sentirem que podiam ser esmagados com a mesma facilidade que se mata uma mosca inoportuna.

No fundo, o inferno para ambos.

Este filme encenado com a preciosa mão de uma mulher, e que por isso é tão criticado por ser demasiado brando, mostra o reencontro do algoz e da sua prisioneira anos depois do Horror ter findado.
Mostra também um doloroso amor, e bem sabemos que ele pode surgir em todo o lado, até ali.

Dirk Bogarde e Charlotte Rampling têm duas interpretações absolutamente sem mácula.
O fim, desculpem desvendá-lo, é sublime.
Ele no seu luzente uniforme nazi, ela de soquetes de rapariguinha.
Ambos mortos.

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