A João Miguel Tavares saiu o euromilhões sem precisar de jogar.
Escreveu uma crónica bem insultuosa sobre Sócrates, recebeu os parabéns de todos os jornalistas, paineleiros e bloges de esquerda e, ai está a cereja, o Sócrates resolveu fazer queixa dele nos tribunais.
Escreveu uma crónica bem insultuosa sobre Sócrates, recebeu os parabéns de todos os jornalistas, paineleiros e bloges de esquerda e, ai está a cereja, o Sócrates resolveu fazer queixa dele nos tribunais.
Com esta medida Sócrates garantiu-lhe a fama por mais quinze ou vinte anos, o tempo previsto para o julgamento chegar ao fim com uma sentença.
Rui Tavares, o novo príncipe do Bloco de Esquerda para o Parlamento Europeu, também gostava de ter tido a mesma sorte, mas atrasou-se e isto só dá para o primeiro.
E por isso repescou o assunto para a sua página de história (ele é historiador) no Público.
E diz coisas muito importantes. Ora vejam:
Não é um tribunal que pode decidir que João Miguel Tavares passe a admitir credibilidade onde não a vê, ou que não escreva sobre isso.
Como a frase em questão comparava a credibilidade do Sócrates com a honra da Cicciolina, isto quer dizer que o historiador não sabe quem foi a senhora.
E isto abre precedentes perigosos.
Por exemplo eu posso começar a dizer que Rui Tavares como historiador tem tanta credibilidade como Stalin ao beijar crianças.
Ele mete-me um processo e eu digo que só conhecia o Stalin das fotos.
Mas o futuro deputado europeu pelo Bloco de Esquerda diz mais. Diz por exemplo:
Há valores mais altos do que a ofensa que o primeiro-ministro possa sentir; um deles é o direito de não ter medo de ofender os poderosos.
Que estranho. Mas há alguém mais poderoso do que um jornalista-cronista-locutor de TV em Portugal?
Todos os dias escrevem o que lhes apetece sobre os “poderosos”, e você já viu algum ser incomodado? Está algum preso?
O historiador conclui de forma magistral:
Seja como for, neste caso entre um Sócrates e um Tavares, eu não poderia deixar de estar do lado do Tavares
Admiração nenhuma.
Alguma vez o espírito corporativista desapareceu na esquerda?
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