Gosto imenso de ver televisão, não cansa e quase não é preciso pensar, aquilo vem tudo explicadinho pelos senhores locutores, ora é um desastre num sítio qualquer onde morrem cinco, dez, cem, ora é um escândalo político, ora é o ex-inspector da Judite a explicar o que aconteceu á miúda inglesa, só não sabe quem, onde, como, para quê.
E assim cai-se num belo torpor que leva a um sono repousante enquanto os papagaios continuam a falar. Mas, há sempre um mas, de repente aquilo desata aos gritos com música pimpa.
São os anúncios.
Acordo, levanto-me e vou fazer aquilo que vosselência estão a pensar.
Há no entanto um anúncio especial que por vezes vejo.
E o das marcas de televisores a exaltar as suas maravilhas.
E então, a Samsung (por exemplo) grita aos meus ouvidos para eu ver o espanto que é a sua imagem vista no meu Philips.
Não acho diferença nenhuma por muita atenção que dê.
Vem isto a propósito de Manuela Ferreira Leite.
Podia ganhar as eleições com uma perna às costas.
Como?
Sendo diferente, criando um “governo sombra” dizendo quem serão os seus ministros mais importantes (Finanças, Obras Públicas, Saúde, Educação) e colocando-os a falar a dizerem-nos o que pensam, o que irão fazer.
Cada vez que um ministro deste desgraçado governo falasse, aparecia o “ministro sombra” a dar a sua opinião.
É assim que se faz “lá fora”.