9 Jun 2008

A Granel


A Câmara Municipal de Lisboa está falida.
Não tem dinheiro para mandar cantar um cego.
Só tem dinheiro para quem vê muito bem.
Um associação que vende livros consegue que esta câmara lhe dê duzentos mil euros todos os anos com a promessa de um evento cultural.
O qual é a As Barracas Pela Encosta Com Livros.
Com esta é a terceira vez que lá vou.
O espectáculo não podia ser mais pindérico.
As habituais barraquinhas, nesta edição com uma versão melhorada, patrocinada pelo novo gigante dos livros, lá estão.
Os livros também como salsichas num talho.
A diferença daquilo para uma barraquinha nas feiras a vender hambúrgueres é nenhuma.
A animação é nula e só aumenta um bocadinho na barraquinha dos gelados.
Até onde descobri a cultura resume-se a um desgraçado de um escritor a torrar ao sol e a assinar livros em linha de montagem.
Gente para cima e para baixo.
Tristes, os monos não valem nada, os que valem têm o desconto igual à FNAC.
Pode ser que para o ano deixe de se fazer esta fantochada e com o dinheiro melhorem algumas das casas de que a Câmara é dona e que, como esta feira, caiem aos pedaços.

6 comments:

tonta said...

Vou é começar a dizer "lol" nos comentários de todos os posts e se parecer muito repetitiva, é porque acho piada e porque não sei dizer outra coisa.

fado alexandrino. said...

Não faça isso.
Sabe dizer muitas coisas e não percebo porque se diminui.
Devemos acreditar sempre em nós.

Anonymous said...

É precisamente a minha opinião sobre a feira do livro...é uma pena. Realmente uma pena!

Anonymous said...

Olá Fadinho,

Há muitas coisas que estão a mudar, ou vão ter que mudar: a civilização do petróleo, do transporte individual, por ex. Também as formas de difundir os livros.As cenas das "Feiras", onde se ia desde miudo com os pais, comprar o "David Cooperfield" ou a "Guerra e Paz", já lá vai. A NET, os blogues -como este - que nos permite dar, sem nos conhecermos, uns palpites sobre tantos temas, dão-nos a medida da mudança.
Vieram as FNACS, claro. Que também vão ter o seu declínio. Parece que noutros países algumas FNACS já fecharam.
Agora, o modelo das "Feiras", precisa urgentemente de uma nova formatação.

fado alexandrino. said...

Muito obrigado.
Não me lembro de um post meu só ter comentários favoráveis.
Foi este.
Pena que o senhor que governa a câmara de Lisboa e mora em Sintra não o leia.

Anonymous said...

Fadinho,

Isto é mauis global.
Um "sr." é irrelevante.
Referia-me também à Feira do Livro do Porto, também em franco declínio.