6 Jun 2008

Preto no Branco


Finalmente e depois de muitas voltas e rodriguinhos alguém (e que alguém) vem esclarecer a simpatia dos fazedores de opinião lusos por Obama.
Fernanda Câncio depois de nos contar uma história comovedora passada entre um preto e uma professora numa escola portuguesa conclui que a eleição de outro preto para possível presidente dos states demonstra que um dia vai fatalmente acontecer o mesmo aqui em Portugal.
Ora isto é um bocadinho trágico porque toda a campanha feita pelo próprio e pelos seus apoiantes e admiradores reside exactamente no contrário.
Querem fazer passar a ideia que o senhor tem inúmeras ideias e ideais novos e que o facto de os pretos (lá dizem os afro-americanos) votar massivamente nele é apenas devido a todos gostarem da mesma marca de cerveja.

Uma coisa que eu gosto nos senhores jornalistas é a facilidade com que colocam perguntas sem cuidar das respostas.
Pergunta a nossa Segunda Dama:

Por que motivo não há um único pivot negro na TV portuguesa, por que há apenas um negro no parlamento (Hélder Amaral, do PP), por que há tão poucos jornalistas e comentadores negros, ou, mais prosaicamente, por que razão um grupo de negros num centro comercial sobressalta os seguranças

Pois é porque será?
Eu apenas sei que no último exemplo apresentado o motivo deve ser uma questão de percentagem.
Esclareço, a percentagem de problemas.

Felizmente vai tudo mudar.
Quando?
Ora como Ela diz:

E doravante, dar-se-ão também mal os que vivem de desculpas e ressentimento, os que repetem "para os pretos não há hipótese": Obama conseguiu. Pode não mudar mais nada, mas isso já mudou.

Pois mudou. Pelo menos deixou de haver hipocrisia à volta de uma candidatura cujo mentor (oportunamente chutado borda fora) conclamava “morte aos brancos”O que como sabemos, visto do outro lado, é apenas manifestação de troplicalismo.

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