23 May 2012

Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos? (*)



A Natureza muito bela e poética pode e por muitas vezes é assustadora.
Um ciclone, um terramoto, uma inundação, uma simples e grande trovoada são momentos que assustam por imprevisíveis, inconstantes e quase sempre por resultados catastróficos.
Quando essas forças avassaladoras explodem não lá fora mas dentro da cabeça de um de nós as consequências são ainda mais dramáticas.
É resumidamente a história deste homem e deste filme.

Casado  com uma mulher que o estima com um emprego absolutamente normal e numa vilória tipicamente americana a única nota menos boa mas aceite é a filha que infelizmente é surda muda.
Emprego, casa, casa emprego com visitas adicionais à igreja e ocasionais ao clube social da terra.
Até que um dia começa a ver a formação de uma tremenda tempestade e a partir daí concentra todas as suas energias em aumentar e fortificar um abrigo que tem no largo quintal da casa.
E de tal maneira se entrega à tarefa que acaba por perder o emprego.
Mas afinal estava tudo na sua cabeça, era esquizofrénico uma herança da Mãe que vive internada num asilo.

É absolutamente assustador acompanharmos a transformação deste homem (quantos existirão passando por nós na rua) destruindo todos os equilíbrios que existem numa família e numa sociedade.
As interpretações do trio central, pai, mãe e filha são irrepreensíveis.
A não perder absolutamente.

Está por aí nos cinemas e   aqui

Nota: O final é de tal maneira ambíguo que suscitou dezenas de comentários no site especializado de cinema (IMDB).

(*) Fernando Pessoa

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