Uma prostituta foi assassinada por um cliente numa casa abandonada da Câmara ao Areeiro.
Há mais de dez anos que ‘Isa’ se prostituía junto ao Instituto Superior Técnico para sustentar a família. Actualmente, estava a organizar a vida, a mobilar a casa de novo. Ia largar o mundo da prostituição no próximo mês para abrir um café no Bairro do Ourives, onde residia com três dos quatro filhos – de 17, 16 e cinco anos – dois genros, uma neta de dois meses e dois irmãos. "Ela era o pilar da família e morreu de forma trágica", lamenta Jorge.
Há mais de dez anos que ‘Isa’ se prostituía junto ao Instituto Superior Técnico para sustentar a família. Actualmente, estava a organizar a vida, a mobilar a casa de novo. Ia largar o mundo da prostituição no próximo mês para abrir um café no Bairro do Ourives, onde residia com três dos quatro filhos – de 17, 16 e cinco anos – dois genros, uma neta de dois meses e dois irmãos. "Ela era o pilar da família e morreu de forma trágica", lamenta Jorge.
O marido conhecido pela alcunha carinhosa de Tó Boi alinhava nos seus esquemas e no início da sua carreira ia ele próprio leva-la aos mesmos.
Isilda optou por se dedicar à prostituição a tempo inteiro e conseguiu juntar algum dinheiro. Dias antes de ser morta recebeu uma quantia elevada resultante do valor acumulado do rendimento mínimo garantido. O dinheiro acabou por ser roubado pelo homicida.
(Dos Jornais)
Isto podia ser o argumento para uma telenovela daquelas de arrancar lágrimas às pedras da calçada, mas não é.
Aconteceu e os pormenores que aqui podemos ver são do mais sórdido que se podem imaginar.
A promiscuidade em que esta família vivia, e vai continuar a viver, mostra bem a degradação a que o género humano pode chegar.
Por aqui perpassam uma data de entidades que são especialistas em assobiar para o lado.
Se perguntadas, todas elas dirão que ou não sabiam, ou sabiam e não era nada com elas, ou era com elas e o assunto está a ser estudado.
É muito difícil não ter vergonha de viver num país que deixa isto acontecer.
E que vai continuar a deixar.
Se perguntadas, todas elas dirão que ou não sabiam, ou sabiam e não era nada com elas, ou era com elas e o assunto está a ser estudado.
É muito difícil não ter vergonha de viver num país que deixa isto acontecer.
E que vai continuar a deixar.
6 comments:
Aconselho-o a ver o filme "Feios, porcos e maus" de Ettore Scolla, que já tem uns aninhos.
E quanto a degradação humana sempre houve,cá, mssmo em tempos "compostinhos": pais violadores, maridos chulos, sopeirinhas de 10 anos empistoladas pelo patrão e filhos machos. Só que a imprensa estava sujeita ao "exame prévio" e Net estava no Futuro.
Mas, acho mal essa de enviarem quantias acumuladas de "rendimento mínimo" a gente que vive e~m meio marginal. Provavelmente o "cliente" até pertencia ao "meio" em que a vítima se movia.
O que demonstra que não basta ter só peninha oficial. É preciso fiscalizas; e saber que os "pobrezinhos" e marginalizados, aldrabam as declarações e papéis e são na sua dimensão tão trafulhas e mentirosos como os de "colarinho branco".
Conheço muito bem o filme que é realmente um portento a retratar toda aquela miséria humana.
Aqui (neste caso) ninguém está inocente.
Era isso mesmo que eu queria dizer e que V. apontou e muito bem.
Há pilares assim torcidos, que mantêm a estrutura que suportam caótica, mas são tão fortes que é muito difícil remodelá-los para melhorar a estrutura, se fosse possível.
Uma imagem muito curiosa e bonita.
Confesso nunca o tinha visto por esse prisma.
E assim, parece que o mais correcto é dinamitá-los.
Pois é...há por aí muito disso apoiado pelo rendimento mínimo sacado ao suor de quem trabalha. Se houvesse o cuidado básico de só atribuir o tal rendimento mínimo a pessoas COMPROVADAMENTE (e com muito rigor) incapazes de angariar meios de sustento e obrigar os beneficiários (também com RIGOROSAS excepções) a ocupar o tempo em contrapartidas adequadas à sociedade, talvez a actividade da infeliz senhora não bastasse para manter a malandragem toda lá de casa a viver à pala...
Ia escrever qualquer coisa mas apaguei. Não sei o que dizer. Não terá força. Sinto mais do que sou capaz de dizer agora.
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