8 Jan 2008

Se não fumar, não escreva


A recente lei que proíbe que os fumadores me atirem com o produto do seu trabalho para cima de mim, anda a pôr os intelectuais completamente taralhoucos.
Já se sabe que um intelectual sem o seu cigarrinho não é nada.
Se puder juntar uma camisola de gola alta, uma barba de três dias e um copo de whisky, ainda melhora a imagem.
Foi assim que o Sartre escreveu A Náusea e engatou a Simone de Beauvoir.
Eu nunca serei um intelectual.
Primeiro não fumo e depois a Simone nem dada.
Hoje, num momento de grande ressaca, um dos melhores entre os melhores de Portugal, Nuno Pacheco claro está, vem dar umas gargalhadas sobre a mencionada lei.
Porquê?
Ora porque ele não compreende que haja um alínea que proíba os trabalhadores de fumar no seu lugar de trabalho e outra que proíba que se fume em determinados sítios ou locais onde estejam instalados órgãos de soberania, serviços e organismos da administração pública e pessoas colectivas públicas e daí conclui que o Parlamento, os ministérios, os institutos, as repartições de finanças, as câmaras municipais ou juntas de freguesia não são locais de trabalho.
Se tivesse puxado de um cigarro antes de escrever isto compreenderia que a lei pretende avisar quem se desloca aqueles lugares, onde não trabalha e vai apenas tratar de qualquer assunto que TAMBÉM não pode fumar.
Assim permite que a malta se ria dele e do Público, mas isto já começa a ser natural.

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