Avenida Almirante Reis - Lisboa
Rui Tavares é o maior historiador vivo de esquerda.
Aqui, os senhores leitores, poderão começar a questionar-se – de esquerda? Mas então um historiador não deve simplesmente contar a história? Não, seus crédulos, hoje a história não se conta, faz-se.
Ora no seu artigo de hoje no Público conta várias histórias de encantar, com aquele toque pessoal com que antigamente se adormeciam as criancinhas que ouviam o Capuchinho Vermelho.
Aqui, os senhores leitores, poderão começar a questionar-se – de esquerda? Mas então um historiador não deve simplesmente contar a história? Não, seus crédulos, hoje a história não se conta, faz-se.
Ora no seu artigo de hoje no Público conta várias histórias de encantar, com aquele toque pessoal com que antigamente se adormeciam as criancinhas que ouviam o Capuchinho Vermelho.
E por falar em vermelho, Rui Tavares descobriu que desde o 25 de Abril “a violência política em Portugal veio sempre desta extrema-direita” e para confirmar a sua tese avança com os crimes “Espancaram um actor, esfaquearam até à morte um sindicalista e assassinaram o português Alcino Monteiro pelo crime de ser mulato”.
E não contentes com este vendaval de morte e destruição, em trinta e tal anos, o senhor historiador descobre que “, apostaram forte no concurso dos Grandes Portugueses”.
E isto porquê?
Ora explica o senhor historiador porque “O PS está no Governo, o PCP e o BE sobem sondagem após sondagem”.
Tudo evidência que não carecem de demonstração como aliás ele bem demonstra ao descobrir que “A batalha histórica da despenalização do aborto foi ganha com quase 60 por cento dos votos”.
Este senhor historiador é tão bom que podia perfeitamente demonstrar por isto aquilo e aqueloutro que os problemas que houve no último jogo de futebol foram causados pelo Le Pen.
Onde ele falha é ao analisar o racismo.
Mas isso deixo para outro dia, porque com historiadores destes, o que menos falta são histórias engraçadas todos os dias.
3 comments:
Só para deixar claro:
Quando aqui se escreve que Rui Tavares descobriu que desde o 25 de Abril “a violência política em Portugal veio sempre desta extrema-direita” , há uma frase minha que está a ser truncada.
O que eu escrevi e mantenho é que desde o tempo das FP-25 – como o nome indica, uma excrescência do período pós-revolucionário – que há mais de vinte anos a violência política em Portugal veio sempre desta extrema-direita.
Isto faz uma enorme diferença. O 25 de Abril foi há mais de trinta anos no período subsequente houve violência política de esquerda e de direita, como é evidente. Mas desde o fim das FP-25 (mais de dez anos depois do 25 abril) a violência política que houve veio da extrema-direita (dois assassinatos, vários espancamentos, uma "caça ao negro" e outros desacatos vários). Refiro-me aos últimos vinte anos, como está claro no texto.
Se fôssemos a acreditar na versão truncada, eu teria cometido um erro grosseiro ou tentado manipular (desajeitadamente, ainda por cima) os factos. Na versão correcta, que é a que está escrita, não creio que ninguém me possa desmentir.
Este blog serve apenas de backup ao Braganza Mothers e por isso, excepcionalmente, respondo-lhe aqui embora o diálogo fosse mais agradável lá.
É muito útil esconder um facto para mostrar outro o que o senhor fez ao fazer crer que dois meros acidentes policiais representam a violência da extrema-direita, corrente política tão desprezível como esta:
Forças Populares 25 de Abril (FP-25) foram uma organização armada de extrema-esquerda que operou em Portugal entre 1980 e 1987. Mataram 18 pessoas, em atentados a tiro e a bomba e em confrontos com a polícia durante roubos a bancos e tentativas de fuga. O julgamento dos seus crimes foi incompleto, por prescrição do processo judicial. A figura mais conhecida vinculada às FP-25 foi Otelo Saraiva de Carvalho.
então, em que ficamos? se as FP-25 acabaram em 87, confirma-se que como eu digo, há vinte anos (1987-2007) a violência tem vindo da extrema-direita. como sabemos, a esquerda também pode ser violenta, simplesmente esse não é o nosso problema de hoje em dia. nada disto tem a ver com o meu desprezo pelas FP-25, cujos responsáveis considero que deveriam ter perdido direitos politicos.
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