6 Nov 2010

Amores proíbidos


Um filme excepcional e ainda mais excepcional se pensarmos que sessenta e três anos depois continua a ser actual e a fazer esquecer muitas pepineiras que todos os dias se fazem.

Um grupo de freiras é enviada para uma montanha inóspita do Nepal para aí fundar uma extensão da obra que faziam em Calcutá.
Para superiora é escolhida uma jovem freira que parte acompanhada de um pequeno grupo.

A chegada é apoteótica com todo um festival de música cores e cheiros que encanta e perturba aquele grupo que tão poucos contactos tinha com a natureza humana e para as receber e acompanhar nas ligações com a comunidade local está um beberão, aventureiro, cínico, caçador e solitário maduro homem que por ali vive vindo de um qualquer problema na Europa.

Vindo do nada chega também um jovem mesmo muito jovem general local que quer aprender tudo com as freiras e muito a contragosto a superiora lá o aceita por ser contrário à ordem receber homens para ensino.
E no agora convento mora uma rapariga jovem e linda que por ali anda como perdida.
Está montado o cenário que conta ainda com um místico e uma histérica governanta.
Não falta nada.

Fatal como o destino dia a dia verifica-se que a integração de dois modos de vida duas religiões e dois povos tão diferentes é difícil para não dizer impossível.
E como elas dizem este vento que sopra constante perturba-as de tal modo que uma apaixona-se pelo aventureiro e rói-se de ciúmes da superiora que julga lhe está a roubar a felicidade pois imagina-a também apaixonada por ele.

Michael Powell e Emeric Pressburger filmam com uma mestria impecável todo este drama que torna estes seres tão inatingíveis afinal em humanas criaturas.
Deborah Kerr aqui com uns radiosos 26 anos, lindíssima enfarpelada naquele hábito que a cobre da cabeça aos pés perfaz (pela impossibilidade) a imagem do desejo.

Está aqui

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