Uma moradia no Restelo tinha (parece que ainda tem) painéis de Almada Negreiros que especialista consideram de excepcional qualidade porque “são "especiais", uma vez que se inserem num período criativo de Almada Negreiros que antecipa o trabalho reproduzido no átrio da Gulbenkian - o painel Começar (1968), gravado em pedra na entrada do edifício principal da Fundação Gulbenkian”.
Ora a moradia está “inserida na Zona de Protecção Especial de vários imóveis classificados (Capela de São Jerónimo, Capela de Santo Cristo e dois palacetes da Rua de Pedrouços), razão pela qual, todas as obras ali feitas têm de ser previamente aprovadas pelo Igespar.”.
Foi sobre esta moradia que deu entrada na Câmara um pedido de demolição total que como é normal não fez soar nenhuma campainha de alarme naqueles cérebros.
Entretanto num notário acharam normal que a venda tivesse sido feita com a condição de remoção dos painéis.
E o dono da obra como é usual começou a mesma sem esperar por qualquer autorização.
Alertada pela imprensa a Câmara acordou e muito estremunhada lá tentou embargar a obra o que segundo um popular não valeu de nada pois um foi mesmo totalmente removido.
Ora a senhora Helena Roseta que não sabia de nada acordou e no melhor estilo socialista já tem (tinha) resposta.
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Entretanto, a proposta que as vereadoras do movimento Cidadãos Por Lisboa pretendiam agendar para discussão na Câmara de Lisboa e que visava a criação de uma casa-museu-atelier modernista na moradia do Restelo não foi incluída na ordem de trabalhos da sessão da próxima quarta-feira, pelo que Helena Roseta e Manuela Júdice deverão levar à votação (extra-agenda) uma outra proposta que apenas defende a classificação da moradia projectada por António Varela em 1956 como Imóvel de Interesse Concelhio. De acordo como vereador do Urbanismo Manuel Salgado, a moradia consta do "inventário municipal do património", um anexo ao Plano Director Municipal, facto que para Helena Roseta "implica que nada se faça na casa sem que a câmara se pronuncie".
Ou seja antes nunca fazem nada, depois querem uma coisinha.
Não há ninguém que lhe diga que estas coisinhas custam caro.
Não saberá ela da existência daquele paquiderme ali na Avenida da Liberdade que se chama São Jorge e que pouco falta para estar ao abandono?