4 Nov 2008

HossanaObama


A propaganda que os jornais portugueses fizeram sobre O Novo Messias foi das mais sujas que é possível fazer.
Não por ser propaganda mas apenas por querer parecer que não o era.
Hoje no Público os três jornalistas de serviço às eleições nos Estados Unidos produzem três peças da mais pura admiração por Ele.

Felizmente o director consegue ver parte da verdade e depois de muitos e muitos dias concede que “Só uma enorme surpresa impedirá que os Estados Unidos elejam o seu primeiro Presidente com sangue negro”.
Custou mas lá o conseguiu escrever.

Miguel Gaspar é aquele que mais se aproxima do tom que deve ser dado usando o incenso. Diz ele:

Num certo sentido, a eleição do próximo Presidente dos Estados Unidos da América é a notícia mais esperada desde a ressurreição de Jesus Cristo - embora esta última ainda não tenha sido confirmada, quase dois mil anos depois.

Mas a pérola deve ser reservada ao engraxador número um o Doutor José Vítor Malheiros que fica todo arrepiado por pensar (bem este verbo é exagerado mas por esta passa) que o que mais o preocupa é

... eleições americanas de hoje não são os membros da National Rifle Association, nem as soccer moms, nem as hockey moms, nem as security moms, nem as Walmart moms, nem os NASCAR dads, nem Joe Six-Pack, nem Joe the Plumber, nem os veteranos da guerra, nem as mulheres sulistas brancas nem nenhum outro grupo de votantes.

Veja-se o cuidado com que ele explicita todos os grupos que apoiam o candidato Satnás e não escreve nenhum dos que adoram O Messias.

Melhor que este trio, só esta senhora que vai votar porque sabe que O Messias lhe vai pagar o gás e o empréstimo da casa .

Sente-se menina.

4 comments:

Xelb said...

Matilde Rocha Dias & Associates

fado alexandrino. said...

E querem ser um jornal de referência.
Só para rir.
A verdade é que as vezes o distribuem de borla nos Continentes juntamente com as batatas.
Bom para embrulhar peixe.

Von said...

Todos os seus escritos acerca da eleição presidencial, na forma e nas ideias gerais que baseiam as suas opiniões, são tão tendenciosos como esses "recortes"imbecis do Público.

Essa embirração com o fenómeno Obama é demasiado básica. Tão básico como a crítica destrutiva ao fenómeno Palin, mesmo se este se ponha a jeito, demasiadas vezes.

Mas, as suas críticas ao populismo de Obama, ao histérico apoio (e de certa forma, o é), de uma larga franja dos comentaristas e afins portugueses e a certas falhas pontuais do candidato vencedor, acabam por ter o mesmo registo de quem recusa McCain apenas por ser republicano, como se o pertencer a um partido, uma credo ou qualquer outro grupo fosse só por si uma etiqueta sem retorno. Um pouco como a influência da cor da pele no julgamento pessoal de uma pessoa qualquer.

Condenar um candidato por um determinado tipo de campanha e manter o outro incólume (ambos, e afinal todos os políticos em campanha, optaram por ataques cerrados ao opositor e eternas promessas às mãos-cheias, promessas à medida dos votantes de cada um) é tendencioso.

Apontar as falhas de discurso e ideia de um candidato e ao mesmo tempo apontar os ataques sucessivos às falhas de discurso e ideia nomeadamente da candidata a vice-presidente do outro é tendencioso.

Apontar a reacção pateta e pobre de espírito de uma apoiante de Obama, que espera ver pagas as contas do gáz e da prestação da casa e não dar qualquer enfâse ao discurso patético de certos apoiantes de McCain que afirmam conhecer a tendência terrorista do candidato eleito ou a origem maligna do seu "middle name", é tendencioso.

Sendo assim, as verve idiota dos jornalistas do Público, não está assim tão longe do seu modo de ver a coisa. Apenas o conteúdo dos jornalistas do Público é francamente mais estupidificante.

Eu simpatizei com o discurso de Obama. Tenho alguma esperança que a sua eleição seja o gatilho para algumas mudanças. Mas ao mesmo tempo, vi em McCain um espírito bravíssimo, combativo e sagaz. Acho até que foi terrívelmente "tramado" pela escolha de Palin, que certas cúpulas lhe impuseram. Senti em McCain um republicano não alinhado, o que perante as cretinices da actual administração é um "plus".

Assim, tanto aplaudo ambos por mostrarem algumas qualidades pouco vistas nos últimos candidatos à Casa Branca, como ao mesmo tempo, encontro em ambos uma enorme falta de mais qualquer coisa, um verdadeira excelência que penso ser necessário para enfrentar com sucesso os desafios que um presidente dos EUA tem pela frente.

Cumprimentos

Von

fado alexandrino. said...

são tão tendenciosos como esses "recortes"imbecis do Público

Tem toda a razão.
Acontece que eu posso sê-lo porque sou parcial e os jornalistas não o querem ser porque querem que as pessoas julguem que são imparciais.
Mas no fim somos quase iguais, eu honesto, eles não.