Então, é depois de amanhã!
Vão acontecer coisas muito engraçadas.
Como tenho aqui a Dona Maya ao lado, ainda que a uma distância segura para mim, consultamos as folhinhas de chá e descobrimos que:
Primeiro você é trabalhador ou funcionário público.
Se for o último caso, desligue o despertador tenha uma relação sexual extra (se a que está a seu lado for também funcionária pública, como é obvio) levante-se, vista o fato de treino e vá comprar o Record.
Está feito o dia.
Agora você não tem aquela sorte e tem mesmo patrão.
Aqui há duas coisas.
Ou tem um contracto e salte mesmo da cama, sem pressas que hoje tem deculpa, e leia antes o Destak enquanto espera nos alternativos para ver se consegue chegar ao emprego com o ar de quem sofreu a bem sofrer para picar o ponto.
Mas você pode estar a recibo verde ou mesmo em período experimental.
Aqui meu caro, vou ser mesmo verdadeiro. Está fodido.
Salte da cama, melhor ainda nem se deite, arranje-se da maneira que puder mas vai ter que estar lá no sítio onde o Diabo amassa o pão ou então prepare-se para não o comer durante uns largos tempos.
Se a coisa correr mesmo mal tem duas hipóteses.
Tem estudos?
Então vá ter com o Carvalho da Silva e peça-lhe, exija mesmo, o lugar dele ou de um dos milhares de sindicalistas (lembre-se que isto não é profissão, tem que ter o cartão do partido) que por lá andam.
Vai ser difícil, estão agarrados aos lugares como lapas.
Tirou o curso numa daquelas universidades ou não tem mesmo curso nenhum.
Bolas, é quase um caso perdido.
Só vejo uma hipótese.
Vá ter com um funcionário permanente da Carris, ou da Transtejo ou do Metro ou de uma empresa pública e troque com ele.
Não querem?
Paciência.
Contribuiu para a justa luta dos trabalhadores (claro que agora já não é) pela manutenção dos direitos adquiridos, contra o fascismo, pela amplas liberdades democráticas que como sabe estão em grande perigo.
Parabéns pela vitória.
Comemore no Centro de Emprego, mais perto de si.