17 Sept 2007

Tão saudosos


Miguel Pereira Lopes diz que é psicólogo social e professor universitário no ISPA em Lisboa.
Retenha muito bem este nome por várias razões sendo que a principal é que pode um dia vir a necessitar da sua expertise e ai desde já lhe aviso que vai gastar o seu rico dinheirinho de borla.
Num artigo que escreve a propósito do Caso, nem vale a pensa dizer aqui o nome, pois como bem sabemos já todas as luminárias escreveram sobre o mesmo (tendo sempre o cuidado de dizer que é inadmissível que se escreva tanto sobre ele) avança com a Mãe de todas as teorias.
Ora aqui está ela, enfim agora já não dá muito jeito, mas fica à atenção dos senhores polícias
.

E é aí que a Polícia usa uma das técnicas mais antigas para acabar com a cooperação entre cúmplices de crimes. Diz a cada um deles, no mesmo momento, que o outro cúmplice cooperou e confessou o crime e que, se este também cooperar, ambos terão uma redução na pena.
É verdade que no caso do casal McCann, os dois "potenciais" cúmplices são marido e mulher, mas mesmo aí a imprevisibilidade sobre a veracidade da confissão do outro é tão grande que poderia levar um dos membros (ou os dois) a confessarem o crime, se é que foi por eles cometido.

Eu na minha inocência pensava que um professor universitário com o grau de psicólogo social e que ainda por cima escreve em jornais teria como baliza numero um o defender a honestidade acima de tudo.
Mas afinal fico a saber que para ele a artimanha de usar uma mentira é lícita, diria mesmo é obrigatória.
Mas o psicólogo não se fica por aqui.
Ele tem muitas mais ideias. Vamos então ler mais uma

Também sabemos que uma nova lei entra agora em vigor, permitindo às testemunhas levar consigo um advogado. Esperemos é que a lei não permita que, em casos de crimes cometidos em cumplicidade entre duas ou mais pessoas, os advogados sejam os mesmos.

Este quintal conforme se vê está cheio de pessoas que são maravilhosas democratas por fora mas lá dentro, muito lá dentro, continua a habitar aquela ideia muito antiga de um iluminado que deve mandar em tudo porque só ele é que sabe.
Sabem como é que se chamava esse homenzinho?

2 comments:

Anonymous said...

olá

p psi não fex mais que enunciar a dilema do prisioneiro , famoso na teoria dos jogos:
O Dilema do Prisioneiro (DP) clássico funciona da seguinte forma:

Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para condená-los, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros testemunhar para a procuradoria contra o outro e o outro permanecer em silêncio, o dedo-duro sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 2 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?

O fato é que pode haver dois vencedores no jogo, sendo esta última solução a melhor para ambos, quando analisada em conjunto. Entretanto, os jogadores confrontam-se com alguns problemas: Confiam no cúmplice e permanecem negando o crime, mesmo correndo o risco de serem colocados numa situação ainda pior, ou confessam e esperam ser libertados, apesar de que, se ele fizer o mesmo, ambos ficarão numa situação pior do que se permanecessem calados?

(Retirei da Wikipédia , mas é teoria básica dos manuais da sociologia e psicologia)

fado alexandrino. said...

Muito obrigado por tão esclarecedora e oportuna opinião.
De qualquer maneira apetitosa para jogos um pouco nefasta para pessoas.