28 May 2012

Sempre agachados

Devo um grande favor a Madame Lagarde a toda poderosa dona do FMI.

Perguntada se não lhe custava impor ao povo grego, sobretudo aos mais pobres, medidas de austeridade que cortam em serviços fundamentais como a saúde, a assistência social ou o apoio a idosos, a directora-geral não podia ser mais clara (nem mais cínica): "Penso mais nas crianças que andam na escola, numa pequena aldeia do Níger, que apenas têm duas horas de aulas por dia e partilham uma cadeira por três...".
O Poeta Pina no Jornal de Notícias

Ora eu sou exactamente o contrário.
Cada vez que me pedem um tijolo, um euro, uma bandeira ou seja lá o que for para as criancinhas do Níger, de Mozambique ou aqui ao lado dos Azores prefiro pensar que gostava antes de dar isso às criancinhas da Brandoa, do Bairro do Aleixo ou da Cova da Moura.
Mas como estes não me deixam sequer entrar lá acabo por não dar nada a ninguém.
E não fico com problemas de consciência nem de uns nem dos outros.

Lembro-me desde há uns dias para cá das palavras que o novo presidente de Timor disse na cara a Cavaco e que são mais ou menos estas " o português será ensinado como língua estrangeira".
É muito bem feito.
Nunca aprendemos mesmo com belos pontapés no cú.

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